Horas depois, volto para o casarão. Estou ansiosa pois quero usar as palavras certas para o meu pai me deixar ir ao baile. Isso vai ser difícil, já que não estamos nos falando. Ele vai ficar possesso ao saber que eu quero ir ao baile porque um mortal me convidou. E que esse mortal foi namorado de sua mais recente vítima.
Entro no casarão, ando lentamente pela sala de estar à procura do meu pai e encontro ele sentado em um divã lendo um livro.
Deixo minhas coisas em cima da mesa de centro e me aproximo dele, que percebe minha presença.
-Katherine... -ele diz, sem tirar os olhos do livro.
-Papai...
-Você quer me falar alguma coisa? -ele pergunta com um tom seco.
-Até quando vamos ficar assim? -me sento ao lado dele, que fecha o livro e olha para mim.
-Assim como, Katherine?
-Nós não estamos nos falando direito.
-Isso está acontecendo por sua culpa, Katherine.
-Minha culpa? O que foi que eu fiz?
-Você está se misturando com os mortais, isso é contra à nossa espécie.
-Ah então é isso... -abaixo o olhar e mordo o lábio inferior. -Papai, o senhor sempre me disse que os mortais eram seres horrendos, sem piedade...
-E eles são mesmo, Katherine, aqueles mortais não tiveram piedade quando mandaram matar sua mãe.
-Nem todos os mortais são assim, papai... Alguns mortais são diferentes, eles possuem sentimentos bons, como a amizade.
-Você é tão ingênua, minha filha. -ele ri sarcasticamente. -Você realmente não entende que os mortais são nossas presas, não temos que ter nenhum tipo de ligação com eles.
-E o senhor tem que confiar em mim... -pego suas mãos e olho para ele. -Eu não estou gostando de ficar nessa situação com o senhor, já que... Somos pai e filha.
-Eu te entendo... -ele me puxa para um caloroso abraço. Acho que é a primeira vez que meu pai me abraça desse jeito. -O que é aquilo, Katherine?
Olho para o lado e percebo que um papel verde está no chão. O papel do baile. Meu pai se levanta e vai pegá-lo. Meu coração está batendo rapidamente e não consigo esconder meu nervosismo.
-Um baile? -meu pai fala após uma longa pausa. Ele não parece muito feliz com isso. -O seu colégio vai fazer um baile?
-Sim... -respondo num fio de voz.
-Então você se aproximou de mim para me convencer à te deixar ir ao baile? -ele diz, elevando a voz.
-Não, não, meu pai. -falo, me levanto e me aproximo do meu pai.
-Não minta para mim, Katherine!
-Mas é a verdade... -digo com a voz começando a ficar embargada.
-Você quer ir a esse baile, Katherine?
Assenti e fecho os olhos. Escuto um barulho, como se alguma coisa tivesse sido jogada na parede. Abro meus olhos, vejo cacos de vidro no chão e meu pai respirando pesadamente.
-Eu sabia que isso iria acontecer, eu sabia! -ele grita enquanto caminha pela sala.
-Papai... -sussurro.
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Histórias de Katherine Jacks
VampireKatherine é uma adorável e bela vampira, que não sabe muito sobre a sociedade dos mortais por causa de seu pai, o controlador Paul. Porém, contra a vontade dele, ela decide entrar em um colégio comum. Nesse colégio, além de virar amiga da doce Renna...