Histórias de Katherine Jacks

Capítulo 1

São Francisco, EUA. Tempos atuais.

Meu nome é Katherine Jacks. Minha idade? Não sei ao certo pois sou uma vampira. Tenho cabelos medianos castanhos, meus olhos são da mesma cor, minha pele é branca e sou alta e magra.

Meu pai se chama Paul, minha mãe se chamava Deborah. Ela foi morta por um caçador instantes depois de ter me dado à luz, então não sei como ela era e isso é uma tortura pra mim.

Meu pai é super protetor em relação a mim. Costumo caçar à noite, apesar de usar um colar que me protege da luz solar, mas eu sempre faço minhas caçadas com o meu pai. Ele nunca me deixa sozinha.

Nós já viajamos para vários lugares do mundo, preferimos locais com uma população... Grande. Isso é ótimo para as caçadas. Atualmente, estamos morando um casarão distante do centro de São Francisco, nos Estados Unidos. Por coincidência, há uma floresta perto da mansão. Os mortais adoram fazer caminhadas.

Apesar de eu ter esse "instinto selvagem" de vampira, eu quero conhecer a sociedade dos mortais. Quero descobrir os costumes, os comportamentos, os estilos... Enfim, tudo. Eu não falo desse tipo de coisa para o meu pai porque ele detesta os mortais. Detesta mesmo. Ele os mata por diversão, sentir o gosto do sangue deles é como uma vitória. Esse ódio me assusta um pouco, mas entendo o seu lado, minha mãe era o amor de sua vida. Mas... Nem todos os mortais são perigosos, não é?

Em uma manhã, estou à beira da janela do meu quarto. Olho para a floresta e me surpreendo quando vejo duas jovens conversando e segurando alguns livros. É isso que os mortais chamam de... Estudantes? Elas parecem felizes e conversam animadamente. Depois que as estudantes passam em frente da minha casa, fecho a cortina, me levanto e vou atrás do meu pai. Procuro ele no seu quarto, no escritório... Mas ele não está. Desço a escada, vou para a sala de estar e o vejo de costas para mim, bebendo uma taça de sangue.

-Pai... -sussurro e ele se vira para mim.

-Sim Katherine? -ele diz calmamente.

-Eu... Eu... Eu quero lhe pedir uma coisa.

-Que tipo de coisa?

-Eu... Eu quero entrar em um... Colégio.

Quando eu disse isso, meu pai bebe o sangue com um único gole, coloca a taça em cima da mesa de centro e pergunta irritado.

-Você ficou louca?!

-Não, só que...

-Katherine, durante séculos eu tentei te proteger desses mortais... Por que você teve essa ideia tão estúpida?!

Fico nervosa com essa pergunta, mordo meu lábio inferior e me aproximo do meu pai.

-Porque eu quero saber mais sobre eles.

-A única coisa que você deve saber sobre os mortais é que, por causa deles, a sua mãe está morta.

-Já faz séculos que você me diz isso, mas eu acho que nem todos os...

-Está decidido, Katherine! Você não vai para um colégio, não tem necessidade... Já te ensinei tudo o que precisa saber, fim do assunto!

Apesar de meu pai ter me ensinado matemática, física, química e dezenas de línguas, eu continuo com essa vontade de conhecer o mundo dos mortais. E nada vai me impedir. Ele passa por mim e está prestes a subir a escada, mas eu seguro sua mão, detendo-o.

-Papai, eu não sou mais aquela garotinha que você protegia...

-Eu sei disso, minha filha, só que o meu medo é que você se envolva com um mortal.