Capítulo 4

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Á noite, estou no meu quarto, sentada em minha cama e olho atentamente meu colar de proteção, já que não tenho nada para fazer. Ele possui um cordão preto e um pequeno cristal roxo como pingente. Escuto meu pai bater na porta, eu me levanto e respondo.

-Pode entrar... -guardo meu colar em uma gaveta. Meu pai abre lentamente a porta e entra no quarto.

-Já vou buscar a mortal, Katherine, você vai ficar no seu quarto?

-Não, acho que vou ficar na cozinha.

-Ótimo, acho que você vai saber quando será a nossa hora de jantar.

"Claro que sei, papai..." penso "Os gritos da Chelsea vão entregar isso.". Assenti, concordando com meu pai, que avisa que voltará logo e sai do quarto.

Quando o silêncio volta a reinar em meu quarto, ponho as mãos nos bolsos da minha calça, começo a andar em círculos e penso na morte de Chelsea. Sim, eu estou arrependida por ter contado para o meu pai sobre a minha discussão com ela. Chelsea não merece sofrer nas mãos do meu pai, mas meu arrependimento surgiu na hora errada. Meu pai já vai buscar Chelsea e não há nada que eu possa fazer. O jeito é aceitar isso... E esperar meu pai voltar com o jantar dele.

***

Estou com as costas apoiadas na parede da cozinha, que tem uma geladeira grande e branca onde guardamos várias garrafas de sangue, uma mesa retangular de madeira e um armário onde guardamos nossas armas brancas, como facas, adagas e canivetes. Apenas isso.

Faz dez minutos que estou na cozinha, meu pai voltará daqui a pouco. Quando eu estava descendo a escada, percebi que a mesa de jantar já estava arrumada, havia duas velas compridas, dois pratos brancos, duas taças, uma garrafa de um líquido chamado vinho e no centro havia uma tampa prateada, com certeza é o prato principal do jantar. A mesa estava linda, mas muito romântica para um homem como o meu pai.

Escuto um barulho vindo da sala. Eles voltaram. Fico em silêncio para Chelsea não saber que estou aqui. A luz da sala é apagada, mas surge uma pequena claridade alaranjada. É um jantar à luz de velas.

-Você é um homem surpreendente, Paul... -escuto o comentário de Chelsea. Um breve silêncio surge. Ela volta a falar com um tom admirado. -E muito educado também. -provavelmente meu pai arrastou a cadeira para Chelsea se sentar.

-Você ainda não viu nada, Chelsea... Quando eu te vi dançando lindamente hoje á tarde, não tive dúvidas que você seria uma garota especial. -meu estômago se revira ao ouvir isso. Meu pai está flertando Chelsea.

-Se eu não tivesse namorado, eu ficaria com você, Paul.

-Oh é verdade... Você me disse que tinha um namorado... Vinho? -escuto a garrafa bater levemente na taça. Meu pai continua falando. -Mas você também comentou que não é feliz com ele.

-Digamos que eu exagerei um pouco. -ela dá uma leve risada. -Meu namorado é um cara legal, mas eu quero mais, muito mais.

-Você tem paixão pelo poder, Chelsea, é ambiciosa... Eu também sou assim.

-Isso é bom, ambição é tudo na vida de uma pessoa.

-Exatamente... Está com fome?

-Sim... Pra falar a verdade, estou com muita fome... Você sabe cozinhar?

-Sim, eu tenho vários talentos... Tenho certeza que você vai gostar do que eu preparei. -ouço um barulho metálico, meu pai tirou aquela tampa metálica.

Histórias de Katherine JacksOnde histórias criam vida. Descubra agora