Poeira. Teias de aranha, e eca, chicletes velhos...
Jade desistiu das botas plataformas assim que começou a limpar, ficando só de meias laranjas que agora estavam encardidas. Sabia que estava sendo chata, mas não conseguia parar de reclamar. Olhou para Klaus que limpava as janelas com tanta agressividade que ela jurava que ele ia quebrar os vidros, mas estava mesmo era preocupada com Simon. Eles não eram amigos, na verdade, antes do clube ela mal falava com ele. Mas sabia que para ele estar ali com Jack limpando as cadeiras devia ser difícil, além do que ele tentava disfarçar, mas Jade já havia visto ele inalar a bombinha duas vezes. Se ele tinha algo sério, ela não sabia, mas a poeira devia estar fazendo mal.
Após uma hora e duas salas limpas, sentaram no corredor para comer. Jack pegou sua mochila se afastando do grupo e ela revirou os olhos.
― Sei que já reclamei demais. ― Jade falou ao morder a batata. ― Não deveríamos estar aqui! É desumano, como o diretor pensa que vamos terminar tudo, até as 8? ― Ela deu um gole no suco e olhou para suas meias destruídas. ― Carajo!
― Não seria uma punição se fosse fácil. ― Nay a olhou. ― A propósito, já percebi você falar espanhol algumas vezes, é de onde?
― Cidade do México. ― Ela sorriu contente por lembrar de sua terra natal. ― Vim pra cá pra estudar, há dois anos. Três se contar com esse que está começando.
― E sua família, ficou lá?
― Sim... ― Jade abriu os braços teatralmente. ― Liberdade!
― Cadê o Jack? Acho que ele levou o meu suco, o dele ficou aqui ― Simon falou olhando a garrafa preta parecida com a sua, mas com um suco horrível, que quase cuspiu ao beber enganado.
― O riquinho não come com a ralé. ― Jade soou irônica.
― Não sabem comer de boca fechada! Saco.
― Não enche, tô aqui por culpa sua, é do Jack. ― Jade comprimiu os lábios em uma careta de indignação, continuou falando sem se importar com os protestos de Klaus.
― Hora de trabalhar! ― Natasha falou quando todos acabaram de comer.
— Malditas aranhas, voltem para a natureza! — Jade gritou sozinha ao limpar as teias no canto dos armários. — Nem usamos essa ala desdê tragédia de 25 de agosto. Que desperdício de tempo.
Jade se assustou quando Simon derrubou uma das cadeiras, fazendo o estrondo ecoar pela sala.
— Sinto muito.
— Cadê Jack?
Simon deu de ombros.
— Ele saiu a algum tempo.
— Aquele, hijo de... — Jade parou de falar soltando um grito de indignação. — A gente aqui ralando é ele fazendo sei lá o que por aí.
— Vou procurá-lo. Não tem como ele ter passado pelo carcereiro. — Falou Nay se referindo ao zelador que o diretor mandou nos vigiar.
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Black Rose
Novela JuvenilVida escolar, romance, amizade e mistério são um bom começo, mas quanto tempo demora para o mundo perfeito ruir? Em quanto tempo a tristeza pode destruir um coração? Para que a dor corrompa as amizades e o medo te impeça de viver? Black rose não e...