A sala de artes se encontraria vazia se dois garotos artistas não estivessem lá trabalhando.
Um silêncio pairava no ar, apenas o som do lápis rabiscando no papel era possível ouvir. Estavam tão concentrados
- Terminei! Dá uma olhada pra ver se gosta.
- E se dessa vez fizéssemos diferente? - perguntou Nathaniel.
- Como assim?
- Encenamos o capítulo em vez de eu ler só para mim.
- Você tem certeza que isso é uma boa ideia?
- Claro que sim!
Marc não entendeu o motivo disso de repente. Mas tinha que admitir para si mesmo que parecia muito legal.
- Vai ser sem máscara mesmo?
- Vai.
- Beleza - ambos se levantaram dos bancos, se preparando para começar a primeira cena.
Marc ia se sentar no chão para fazer a cena onde eles tinham acabado de acordar no elevador, até Nathaniel ter começado a recitar uma cena muito mais à frente.
- "Nossa querida joaninha pegou seu bule de chá milagroso se preparando para fazer a mesma mágica de sempre que suas queridas amigas menores faziam, quando sentiu uma mão segurando seu pulso, a impedindo de o jogar para cima..."
O moreno o olhou confuso. De qualquer maneira, fez o que acabara de recitar, mas em vez da chaleira, pegou numa caneta. Por qual razão tinha escolhido justamente aquela parte?
Foi quando, se lembrou que, uns meses atrás, tinha tido uma conversa com ele sobre esse capítulo e como imaginava cada cena, cada detalhe. Podia até imaginar como ficariam com seus desenhos. Aquele era seu capítulo favorito e sabia todas as falas e cenas de cor.
Ele sabe...
Sentiu um arrepio percorrer sua espinha e suas bochechas ficarem avermelhadas. Eles iam mesmo fazer aquela parte?
- "P-parece q-que meu Miraculous Ladybug reverte tudo, então acho que a gente não v-vai..." - disse sua fala, embora tenha começado a gaguejar pelo nervosismo que começara a sentir.
- "Chat Noir olhou para ela com carinho e começou a se aproximar para a seguir falar com suas doces palavras..."
Nathaniel se aproximou um pouco mais do moreno, que agora ele que parecia o talismã de Ladybug - vermelho, como se fosse uma chaleira eclodindo, e o cabelo preto.
- Talvez nós tenhamos passado por mil e uma coisas nesses últimos meses em que nos conhecemos...
Isso não está no roteiro, foi a primeira coisa que o escritor pensou.
- ...E nós... acabamos fazendo umas coisas e experimentamos coisas novas nesses meses. Uma das coisas que fiz foi me permitir trabalhar com alguém, mesmo sabendo que odiava isso. Mas com você, eu gostei. Eu amo poder trabalhar do seu lado. Eu odeio socializar e você sabe disso, mas, começar a conversar com você foi uma das melhores coisas que já fiz na minha vida. Você definitivamente foi uma coisa nova que entrou na minha vida que eu gostei muito de conhecer. Você me mostrou uma vida que jamais havia experimentado. E, se possível, gostaria de conhecer mais e experimentar mais de você. Todos os seus detalhes, suas mais profundas verdades e mentiras, todas as suas facetas, cada canto de seus lábios, e mergulhar no lindo verde de seus olhos..
Marc não sabia como reagir, não sabia o que responder, muito menos o que fazer. Apenas estava paralisado e com os outros trancados no rosto do parceiro, que também estava lentamente ficando da cor de seu cabelo.
- Eu sei que, talvez eu não seja a melhor pessoa pra estar na sua vida, mas... - Nathaniel ia continuar, mas foi interrompido de repente.
- Você é! Você é tudo o que eu poderia desejar e muito mais!
-Calma! Me deixa acabar meu discurso! Demorei um tempão tentando pensar no que seria digno de sua altura!
- Desculpa - se desculpou e soltou uma risada do tom exagerado do ruivo.
- Quero participar e viver cada momento a seu lado. Mas para isso preciso de saber se você quer o mesmo, se você quer preencher todos os meus dias pretos e brancos com suas lindas cores e palavras.
- Eu quero! Mais que tudo!
- "E então, com o nervosismo invadindo seu corpo, com a coragem inteira que tinha reunido, se aproximou da garota, e perguntou se tinha permissão. E com as suas respirações aceleradas, com os corações batendo mais fortes que uma máquina trabalhando, se beijaram com todo o amor que tinham em ambos..." - Nathaniel largou o caderninho na mesa e passou sua mão por volta do pescoço do moreno, colocando seus dedos em seus cabelos, fazendo uma leve caricia com o polegar. Nathaniel via Marc como se seu cabelo fosse um céu e seus olhos as estrelas que iluminavam suas noites - Se me der permissão, Marc.
O garoto assentiu.
A cada segundo que se passava os rostos ficavam mais perto um do outro. Estavam ficando tão perto, tão perto que podiam sentir suas respirações descompassadas; tão perto que os seus olhos podiam enxergar cada detalhezinho do rosto de cada um; tão perto que se fizesse um movimento se quer suas bocas poderiam se tocar.
O movimento foi tomado, e os centímetros encurtados. Seus lábios era como se dançassem uma dança.
Se separam do beijo e se encararam, até terem dado conta do que acabou de acontecer.
Marc enfiou sua cabeça nos ombros do parceiro, completamente vermelho e sem jeito e ambos começaram simplesmente a rir.'Riram da vergonha, riram por estarem felizes, riram por terem demorado tanto tempo a fazer aquilo.
- Eu te amo.
- Te amo mais, tomatinho.
- Você nunca vai parar de me chamar assim, não é?
- Não
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oneshots marcaniel
Hayran Kurgurascunhos/oneshots de cenas que fiz do meu shipp favorito :)