- Quanto tempo mais vai demorar? - Questionou a mulher sentada ao lado do marido, Barba Branca.
- Um pouco mais de paciência, minha rainha. Logo estaremos lá. - Disse o homem que deixou um beijo casto na cabeça da morena.
Ele não conseguia prender os sentimentos, não importava que estivessem na frente dos filhos, da tripulação ou dos inimigos, sempre deixou claro que faria de tudo pela única mulher em sua vida.
S/N levou uma das mechas do cabelo cacheado para trás da orelha. O poder de uma de suas frutas era a Beleza Eterna, sua aparência física seria eterna desde o dia em que comeu a fruta, resultando na pela macia e no corpo esculpido até o dia de sua morte, jamais se preocuparia com rugas e a fragilidade da velhice, por mais que fosse poucos anos mais nova que o marido.
A mesma levantou e começou a andar pela cabine, quarto que ambos dividiam há anos, onde tinham seus momentos únicos e românticos.
Andava de um lado para o outro até parar na janela com vista para a imensidão do mar abaixo da superfície, podia ver os peixes e monstros do mar, o azul profundo do oceano e como era belo.Sentiu os braços firmes rodearem sua cintura, beijos castos em seu pescoço juntos da barba que faziam cócegas em sua pele.
- Não se preocupe tanto, minha rainha. Ele vai ficar bem. Nosso filho não é fraco. - Tentou acalma-la.
- Tenho medo de que não tenham dado comida para ele. Será que bateram nele? Tadinho do meu Ace. Lembra de quando ele entrou no navio? Tão pequenino, hoje já é um homem preso pela marinha. - Choramingou a mulher escondendo o rosto no peito nu só marido.
- Eu lembro muito bem. Foi você que sugeriu que eu o tornasse nosso filho e todas as noites mal dormidas porque ele tentava nos matar. - Disse o homem fazendo com que a mulher sorria com a memória que lhe vinha a mente.
- A nossa sorte foi que Marco e Tatch cuidaram dele. Caso contrário teríamos um bebê encrenqueiro na família por mais tempo. - Dizia entre risos.
O homem acariciou a bochecha da amada que estava com o mesmo há muitos anos. Beijou o rosto e os cabelos cacheados que tanto amava. Não conseguia expressar o quanto era sortudo por ela e a família que criou ao lado dela enquanto estavam no mar, não importando se era uma família com vínculo sanguíneo ou não.
- Por que não descansa um pouco enquanto não chegamos lá? Comigo? Na nossa cama? Vai demorar ainda, então por quê não aproveitar a matar a saudade? - Disse manhoso enquanto deslizava as mãos pelo corpo curvilíneo.
- Fala como se eu tivesse passado anos longe de você.
- Foi o que pareceu.
Um beijo foi deixado nos lábios da mulher, depois outro e mais outros. Beijos e carícias. Prazer e luxúria dominavam o quarto deles. Gemidos e sons de amor vinham da cama.
Como sempre, S/N ficava derrotada com a estamina eterna do marido para esses momentos, que sempre queria mais dela. Queria beija-la mais, tê-la em seus braços a todo momento.
Deitados na cama. Nus. Ofegantes e sujos do prazer. Ouviam a respiração de ambos.
A mulher estava quase dormindo no peito do marido que acariciava as costas da mesma.
- Eu te amo, S/N. - Ela o ouviu dizer e não conseguiu segurar o sorriso nos lábios.
Beijou o peito do homem e murmurou outras palavras de amor.
Dormiram por poucas horas até serem acordados com o aviso de que estavam chegando. S/N levantou e se vestiu rápida e silenciosamente.
Deixou o marido dormindo por mais um tempo enquanto dava ordens pelo navio.
- Mãe, o pai ainda não acordou? - Questionou o comandante da primeira divisão.
- Deixe que ele durma mais um pouco. Eu mesma irei acorda-lo quando chegarmos.
O que não demorou muito para acontecer. O casal esperava o navio emergir para a superfície e, enfim, dar suas devidas saudações para a marinha.
O som estridente da bengala do velho capitão acompanhado dos passos do mesmo e da vice capitã podiam ser ouvidos vindo do grandioso navio Moby Dick.
Barba Branca e a esposa iriam resgatar o filho que fora capturado pela marinha e só sairiam dali com o Punhos de Fogo no navio, não se importavam com a guerra que iria se estender pelos mares. O homem tinha o juízo de escutar e obedecer a esposa que buscava ter os filhos debaixo de suas asas.Uma risada de escárnio foi dada pelo maior que segurava em uma das mãos sua arma e em outra a mão da mulher amada.
- Espero que tenha cuidado bem do nosso filho. - Disse aquela que aparentava ser mais jovem do que realmente era.
Era perceptível de longe o nervosismo dos comandantes da marinha ao ver o casal que governava os mares.
- Dai-me um segundo, Ace. - Disse o homem antes de beijar os lábios rubros da mulher.
- Pai! Mãe! - Puderam ouvir o grito angustiado do filho, o que foi o suficiente para que S/N acalmasse o coração no peito ao ver que o jovem estava bem, pelo menos por fora.
Barba Branca criou um tremor nas águas, o suficiente para que a marinha se preocupasse com o que poderia acontecer.
- Pai... Mãe... eu desprezei seu conselho e segui em frente no mar. Por que não me abandonaram?! Eu sou o responsável por tudo isso!
- Não, eu lhe disse para ir, meu filho. - Disse o capitão.
- E viemos te buscar. - Concluiu S/N.
Com gritos dos subordinados a Barba Branca e a esposa, a marinha finalmente iria aprender a não mexer com os filhos de Barba Branca e da Pirata Jovial, ambos com grandes recompensas pelas suas cabeças.
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