You'll see me standing all alone

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– Mamãe… Tem certeza que temos condição para comer isso tudo? – perguntou o pequeno com a voz preocupada, e logo viu a mulher abrir um sorriso cansado mas gentil.

– Tenho querido, seu pai e eu trabalhamos muito para dar um jantar especial a você, não lembra? É seu aniversário, meu amor! Vamos, faça um pedido!

– Isso mesmo, mas tem que ser segredo! – um homem de cabelos curtos entrou repentinamente, seu sorriso largo denunciando a felicidade pelo momento. O pequeno garoto de olhos verdes sorriu, aquele momento era tão especial que seus olhos até lacrimejaram de tanta felicidade que havia em seu peito.



– Mãe! Mamãe! Eu consegui! – a voz agitada do pré adolescente invadiu o local silencioso, era possível ouvir seus passos agitados amassando os papéis jogados no chão. Sua respiração estava tão ofegante que parecia ser mais alta que seus passos. – Eu consegui o dinheiro, mamãe! Você viu? A gente não precisa…

Um silêncio aterrorizante tomou conta do local, o olhar assustado do rapaz estava fixo na cena que estava à sua frente. Sua mente jovem totalmente confusa e assustada, estava em pânico naquele momento, nem mesmo sua voz saia de sua garganta de tanto choque.






Em um salto o homem acordou assustado, seu rosto estava molhado e quente. Estava chorando em meio ao pesadelo, sua garganta estava seca e dolorida enquanto seu peito doía como se estivesse sendo apertado com força, sua vontade era apenas de chorar até aquela sensação ruim passar. Mas tinha medo de dormir e sonhar coisas ruins novamente, com um suspiro agoniado Breno desistiu de dormir e se levantou, se sentia um caco de tão cansado que se sentia pela noite mal dormida.

Com passos vagarosos o rapaz saiu em direção ao banheiro do local, lavou seu rosto e suspirou em agonia. Estar morando sozinho agora era horrível, a casa estar em puro silêncio todo dia de manhã era algo surreal.

– É melhor eu ir arrumar o que fazer. – o rapaz concluiu mentalmente enquanto escovava seus dentes, ao terminar lavou sua boca e seguiu para tomar um banho, a fim de que aquela preguiça que dominava seu corpo sumisse de uma vez por todas.


Não demorou muito para que ele se arrumasse, tinha que pensar no que iria fazer naquele dia para ter o que comer no dia seguinte. Sua mente ficava dolorida só de pensar no trabalho cansativo que teria que arrumar, por sorte ser grande como um armário tinha vantagens em arrumar empregos… Ou qualquer coisa parecida que lhe desse dinheiro. Odiava essa situação, mas a sua situação não era favorável se desistisse, talvez morresse de fome em meio aos becos da favela e isso não era uma opção! Mesmo sem nenhuma motivação, o rapaz saiu de casa enquanto as duas luas estavam no céu e seguiu pelas ruas mal iluminadas da favela em direção a Midas, teria que dar algum jeito de passar sem chamar a atenção de policiais, eles não gostavam muito de sua cara.


– Hey Breno, bom dia! – uma voz tranquila e familiar lhe chamou, o que o fez parar e olhar em direção a voz. Reconheceu Guy, era um ex-parceiro de Riki e se não estava enganado, ele havia tomado o posto de "capitão" da Bison. – Aonde vai tão cedo? Nem amanheceu ainda…

– Eu quem pergunto… o que faz essas horas na rua? – perguntou o mais alto com um sorriso brincalhão, podendo ver o mais velho sorrir sem graça ao notar que havia sido um tanto evasivo.

– Dessa vez você me pegou. Vim deixar o Cid aqui, ele exagerou na bebida então vim o deixar em casa.

– Ah, entendi. Tô indo pra Midas, quero arrumar algum serviço, sabe… Assim fico tranquilo com o amanhã.

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