27| Diga basta - Parte 2

71 13 143
                                    

QUANDO MELINA levantou os olhos do computador, notou a ausência de uma das agentes que ali trabalhava, estranhou aquele fato, Viviana nunca faltava. Se voltando para outra colega, questionou:

— Luna, onde está Viviana?

— Ela pediu para avisar que ficará alguns dias em casa, disse que está com virose.

Enquanto Melina apenas concordava e voltava ao trabalho, Dorian lentamente encarou Luna para depois se levantar e pegar o paletó que havia pendurado na cadeira. Passando por Melina, ele apenas anunciou:

— Estou indo para casa.

— O quê? – Perguntou ela, surpresa – Mudou de ideia assim do nada, por quê?

— Estou com virose.

Ele sequer se deu o trabalho de encarar Melina, apenas saiu chamando o elevador, enquanto ela continuava ali, perplexa com o que ele dissera. Não era preciso ser um gênio da dedução para que pudesse entender o que havia acontecido, porém Max aparentava estar com o raciocínio lento demais naquele dia e apenas voltou o olhar confuso para Melina.

— Não é possível que você não entendeu, Maxine!

A loira demorou mais alguns segundos, tentando juntar as peças e quando finalmente entendeu, abriu a boca surpresa, arfando.

— Mas que tarado! – Quando Melina se levantou e saiu correndo atrás de Dorian, Max permaneceu ali, boquiaberta, mas antes de voltar ao seu trabalho, resmungou consigo mesma – Sortudo.

Dorian já se encontrava andando pela calçada quando Melina o alcançou com o carro, diminuindo a velocidade, começou a acompanhá-lo, enquanto se inclinava para o lado para tentar falar com ele.

— Entre, eu te levo até sua casa.

Ele hesitou por alguns segundos, permanecendo parado na calçada, mas logo aceitou a carona e se ajeitou no banco do carona. Melina nada mais disse apenas acelerou o carro de forma brusca, enquanto era observada pelo olhar atento de Dorian.

— Está brava? – Questionou ele, de repente.

— Não.

— Está sim, posso ler isso no seu rosto.

— Se sabe então por que ainda pergunta?

— Porque tenho a esperança cega de que não esteja brava.

Melina fez alguns segundos de silêncio, refletindo consigo mesma se deveria dizer algo, estava fervendo por dentro e não conseguiria segurar o que estava entalado na garganta. Batendo no volante, ela finalmente desabafou:

— Se enroscando com uma das agentes? Qual o seu problema, Delyon?

— Não me julgue, Melina, eu fiquei três anos preso, sem nenhum consolo, tendo de me contentar com minha mão, isso quando eu tinha o mínimo de privacidade. Tem noção do quanto isso é humilhante?

— Transou com ela? – Bradou ela, elevando a voz, mas ainda mantendo os olhos na estrada – Quando teve tempo para isso? Ficou maluco? Se Alex descobre te manda direto para a prisão de volta! É estritamente proibido a relação entre agentes da mesma agência.

Fazendo questão de reforçar os argumentos que estava prestes a lançar, Dorian levantou os dedos, contando cada um deles:

— Em primeiro lugar, eu não tenho nenhum tipo de relação com a Viviana, foi só uma transa numa noite casual. Segundo, eu não sou um agente, sou apenas a droga de um prisioneiro-consultor que vocês fazem questão de manter em rédea curta. Terceiro, você também me beijou, então não tem nada que me dar lições de moral.

Carte BlancheOnde histórias criam vida. Descubra agora