P R Ó L O G O

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O cheiro de terra molhada suja de sangue envolvia uma criança pequena, estava encolhida e desamparada dentro do quarto úmido e fedia a podridão. Segurava o colar da sua mãe firmemente como se a sua vida miserável dependesse disso. Na parede de cimento, tinha rascunho de linhas verticais mostrando os dias, no total eram noventa e seis dias, os rascunhos eram feitos de sangue e unhas da Patrícia Lambertini. Foram sequestrados por Cartel González quando estavam saindo para um passeio, os soldados foram mortos e eles levados para o México, e nesses noventa e seis dias conheceram o inferno na terra.

— Mamãe!

O pequeno Zeus sussurrava o nome da sua mãe, que foi levada e está demorando a voltar. A porta do sótão foi aberta, revelando um homem que segurava um machado ensanguentado. Geraldo González sorriu ao ver o pequeño Zeus escolhido no canto esperando a sua mamãezinha que nunca mais voltará. Ordenou que os homens levassem para sala de jantar, uma surpresinha está lhe esperando.

Zeus sentiu o seu corpo flutuando, abriu os olhos e viu que estava saindo no sótão escuro. No corredor, tinha portas e mais portas, ouvia gritos e lamentações vindo dentro desses quartos. Ele foi levado para um lugar chique, tinha homens e mulheres sentados em volta na mesa só esperando as ordens do Chefe. Foi obrigado a sentar numa das cadeiras, a sua barriga roncou ao sentir o aroma da comida vindo nos recipientes de porcelanas.

— Cadê a mamãe? —  A voz chorosa e desesperado da criança foi motivo de risadas entre eles.

O Chefe sentou na cadeira, dessa vez segurando uma criança recém-nascida. Que estava dormindo tranquilamente alheia das maldades em sua volta.

— Vamos comer!

Os empregados que estavam no canto esperando as ordens, se moveram para servir os soldados. Abriram as tampas, a boca de Zeus salivou ao ver várias comidas prontas, eram carnes e saladas de vários tipos, vendo os soldados se servindo com maior alegria. Sem perder tempo, pegou o seu prato que estava na sua frente e começou a servir, encheu o seu prato de arroz, saladas, purê de batata e costela de carne. Devorou em poucos minutos, ainda estava com muita fome, a sua última refeição foram três dias atrás.

Repetiu, dessa vez pegou carne cozida. O Chefe estava satisfeito ao ver o seu convidado deliciando o banquete que fez com tanto carinho. Deixou a sua filha nos braços da empregada e levantou-se na cadeira. No centro da mesa, tinha um prato que não foi aberto. Satisfeito com a vingança sendo cumprida tão facilmente nesses últimos meses, abriu a tampa.

Revelando a cabeça decapitada da Patrícia Lambertini, seus olhos arregalados e moscas saindo da sua boca, imediatamente o Zeus debruçou para vomitar. Vomitou tudo que ingeriu, nunca conseguia falar com tamanha ânsia. Geraldo ainda não satisfeito, estalou os dedos. Dois homens entraram na sala segurando uma panela, dentro estavam as carnes que não foram aproveitadas. Os soldados que estavam sentados ao lado dele, o seguraram.

— POR FAVOR, NÃO! — Berrou chorando.

Colocaram a panela na frente dele, estava transbordando. A sua boca foi aberta, e foi colocado uma mangueira transparente na sua goela. A tampa foi aberta, e nisso, Geraldo deu as ordens. O soldado pegou a colher de colcha e mergulhou, tirando um pouco da carne triturada e derramou no funil azul. Geraldo González ficou excitado, escolheu a mangueira transparente justamente para ver a carne triturada descendo na sua goela.

Ordenou-se que uma das empregadas ajoelhasse e chupasse o seu pênis.

Zeus estava sendo torturado da pior forma possível, sendo impossibilitado de se mexer e fechar a boca. Lágrimas desciam conforme a comida era inserida, fechou os olhos e rezou que essa tortura acabasse e primeira vez, pensou em seu pai.



Famiglia Lambertini: A Escolha (PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora