Capítulo 24

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Acordei sobressaltada, sentindo a minha pele suar e uma forte sensação de queimação na minha perna e no meu ombro esquerdo, para piorar estou amarrada numa espécie de tronco e com as mãos para cima, olho para baixo, estou usando camisola branca e quase transparente. Ai meu Deus! Ergui a cabeça e notei que estou num armazém, onde o José e Luiz guardam suprimentos para os cavalos e os outros animais.

— Socorro!

Ao fazer força, gemi de dor, está doendo bastante, principalmente no ombro. Olhei para o ferimento, estava com gaze e tratada, quem fez isso em mim? Quando iria gritar novamente, a porta do armazém foi aberta com um estrondo, os meus homens que invadiram o casamento entraram. Geraldo, José e o Luiz estavam com eles, as suas mãos estavam presas para trás e as suas bocas imundas amordaçadas.

Ficaram de joelho, José me viu e ficou desesperado ao me ver. Tenta se levantar mas foi impedido com o golpe na cabeça.

— Quem são vocês? Cadê o meu filho? — Perguntei.

Um homem de cabelo escuro, cheio de tatuagens e olhos verdes aproximou-se de mim. Levantou a mão direita e começou fazer carinho em minha bochecha que estava banhada em lágrimas, seus dedos ásperos e cheios de anéis de caveiras tocaram na minha cicatriz. Fechei os olhos com força, ele vai me matar?

— Você é bonita pessoalmente, mesmo com essa cicatriz marcada na sua pele perfeita. Você continua perfeita.

— Por favor!

Seus dedos foram, além, foram no decote do vestido.

— Você é belíssima, deveria trabalhar com a gente. Da nossa boate.

— Não!

Após isso, seus dedos compridos penetraram na minha carne machucada. Não pude me conter, berrei até a minha garganta começar a doer. Chutei a sua perna.

— Para com isso.

O homem desconhecido agarrou o meu pescoço e apertou-lhe, sinto o seu hálito quente e de uísque no meu rosto.

— Odeio quando uma mulher fala "não" para mim, eu fico possesso de raiva.

— Eros, solta-a.

O infeliz obedeceu a contragosto, afastou-se e foi para em direção de Luiz, percebo que o seu olho esquerdo tem uma hematoma horrível. Isso mesmo, sofra seu miserável de merda. Finalmente pude respirar, se for morrer dessa forma, antes disso quero ver o seu sofrimento de perto.

O homem que ordenou para esse soltar foi o mesmo que estendeu-se a mão para mim. Usando um sobretudo pesado e felpudo da gola e atrás dele o Leôncio Hernández, ele me viu e fez um sinal pra eu ficar calada. Balancei a cabeça concordando.

Quem são esses homens? Eles são estrangeiros por causa do sotaque.

— Finalmente nós encontramos, por tantos anos. — Diz ele, ficou na frente do Geraldo e ajoelhou-se — Não se lembra de mim? — Os olhos de Geraldo se arregalaram. — Ah, se lembrou? Sou aquele garotinho que você torturou durante meses e que me obrigou a comer a carne da própria mãe.

O quê?

Ele tirou a mordaça da sua boca.

— Zeus Lambertini! — Tossiu — Eu sei quem é você, nunca esqueci dos seus olhos e o medo que transmitia.

— Que bom, eu ficaria bastante magoado caso você não soubesse quem eu era. — Se levantou no chão, limpou os joelhos e virou, os nossos olhos se encontraram.

Queria tanto me esconder atrás desse troço quando ele via em minha direção em câmara lenta. A sua presença é altamente assustadora, não parece nada com aquele homem com a voz doce e gentil que estendeu a mão para mim. O que está na minha frente é diferente, é maligno.

— Desculpe pelo meu irmão Eros, ele é retardado da família.

— Teu rabo! — O tal de Eros se defendeu.

— Quem são vocês? O que querem? Cadê o meu filho? Cadê o meu Enzo?

— Nossa! — Riu — Porque tantas perguntas? Calma flor, nós iremos chegar lá. — Aproximou-se de mim, ele é bastante alto — Então o seu nome é Paulina, filha de Yolanda. — Ergueu a sua mão, colocou algumas mechas do meu cabelo atrás da minha orelha — A sua mãe foi cruel com você, maltratando-a dessa forma.

Chutei a sua perna.

— Eu sabia que ela iria fazer isso de novo — Eros debocha.

Zeus se afasta um pouco.

— Você é uma menina bastante elevada.

— Então é verdade, Geraldo González te maltratou? E matou a sua mãe? — Pergunto.

— Sim, eu sou uma vítima dele.

— Eu também sou! — Retruco.

— Fui vítima dele quando eu tinha dez anos.

— Eu fui vítima dele durante anos.

— Ele matou a minha mãe e me obrigou a comê-la, literalmente.

— Eu tive um filho com ele quando tinha dezoito anos, quer mesmo continuar quem sofreu mais nas mãos desse desgraçado?

— Você está sendo muito petulante por meu gosto, pensava que fosse tímida.

— E eu sou, porém, estou com dor e com muita raiva, então me desculpe que eu não esteja sendo uma mocinha dos livros. Cadê o meu filho?

— Ele está seguro.

— Com quem?

— Com o Diego

— Você o salvou?

— Sim! Ele está sendo medicado.

Começo a chorar

— Vai me matar?

— Não!

— Porque estou amarrada como uma escrava?

— Não fui eu! — Encarou o seu irmão — Dei ordem para colocar você no quarto até se recuperar.

— Parece que a pessoa não te escutou. — O encaro também.

— Peço desculpa novamente, como eu disse antes ele é retardado.

— Eu sinto muito por você.

— Todo mundo disse isso.

— Seus merdas! — Diz ele.

— Eros tira ela daqui e dessa vez a leve no quarto.

Antes que esse homem aproximasse eu falei:

— Não! Eu quero ver.

— Vê o quê?

— O senhor torturado eles, quero ouvir os seus berros, por favor, me deixe ficar.

— Você tem certeza disso? Eu serei bastante violento.

Balanço a cabeça freneticamente.

— Seja violento, sofri anos nas mãos desses homens. Quero que use instrumentos de torturas incabíveis, quero ver sangue e tripas, mesmo que dure uma semana eu quero presenciar a queda deles. — Ele se aproxima novamente de intuito de tirar as cordas nos meus pulsos — Não! Quero ficar nessa posição, caso eu desmaie , pelo menos tem algo que me segure.

Ele suspirou

— Tudo bem, então! — Deu a meia volta — Pessoal, a nossa brincadeira irá começar. — Houve gritos — Vamos torturar esses animais de merda durante cinco dias seguidos, até eles sentirem arrependimento por terem nascido.

Houve aplausos e assobios.

— Vamos começar! — Eros diz.

De repente corpos de bastardos apareceram, todos eles estavam sendo segurados por ferro que atravessava em seus peitorais e um desses corpos reconheci, era a Francisca. Ela era também inocente dessa história e agora está sendo exibida como carne bovina.

Famiglia Lambertini: A Escolha (PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora