Capítulo 28

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07/05/2023 - Domingo

Os problemas no trabalho eram muitos e depois que larguei tudo na quinta-feira para a viagem para Pirenópoles parece que tudo havia sido multiplicado. Consegui resolver apenas metade deles no dia anterior, mas agora eu encarava a tela lendo sobre os problemas com os fornecedores com um sorriso no rosto.

Juliette era o motivo desse sorriso, eu fiquei extremamente feliz com o fato dela ter aceitado minha proposta.

Ela é incrível em todos os sentidos, linda e inteligente, tinha certeza que ela seria uma ótima contratação para a Matthaus, mas além disso ela havia aceitado continuar comigo.

Pela primeira vez eu me imaginava ao lado de uma mulher, nossa química na cama e fora dela é extraordinária, combinamos em várias questões.

Tenho consciência de ter ultrapassado todos os limites que eu sempre impus nos breves casos que eu tinha com as mulheres, mas Juliette já havia se tornado um caminho sem volta. Acredito que não demoraria muito para nosso relacionamento se tornar algo real.

Meus pensamentos foram interrompidos assim que meu pai entrou no escritório empurrando a porta sem ao menos bater.

— Nós precisamos conversar, Rodolffo! – disse ele ainda de pé com a cara fechada.

— Bom dia pro senhor também! – respondi arqueando as sobrancelhas – Eu vou resolver tudo pai, a qualidade da empresa e dos nossos produtos nunca cairá sob minha direção.

— Não quero falar sobre a empresa, eu conheço sua competência, fui eu que te treinei! – ele passou as mãos pelos cabelos – Quero saber até quando você pretende manter essa farsa?

Eu gelei, não tinha como meu pai ter descoberto sobre meu segredo com a Juliette.

— Não sei do que o senhor tá falando! – respondi tentando parecer o mais calmo possível.

— Sabe sim! Eu já sei toda a verdade sobre essa... essa moça que você trouxe pra dentro da nossa casa!

— Que verdade, pai? – continuei fingindo que não havia nada a esconder.

— Para de ser sonso, Rodolffo! Eu sei muito bem que você contratou essa moça em uma agência e que ela é garota de programa! Não falei nada ontem pra não estragar a felicidade da sua mãe! – respondeu com a voz alterada.

— Ei! Mais respeito em falar da Juliette, ela não é nada disso! – falei seriamente me levantando para ficar cara a cara com ele – Não sei de onde tirou essa história!

— Você não é tão esperto quanto pensa... saiu com tanta pressa para Pirenópoles que não se deu conta de ter deixado seu computador aí ligado, vi que tinha um e-mail de uma empresa chamada Luxury Company e o nome me chamou atenção. Quando abri o e-mail tinha o comprovante de pagamento que você fez para eles e o que eles fizeram para essa moça, e quando vi o histórico da conversa vi que ela é uma garota de prog... – olhei feio para ele que se corrigiu – Acompanhante!

— Isso é invasão de privacidade, o senhor não tinha direito de ler meus e-mails! – falei quase gritando.

— Tinha sim! É um e-mail da empresa da minha família! – ele fechou os olhos por alguns segundos – Posso saber o motivo dessa mentirada toda?

Respirei fundo e desisti de negar, já não tinha como continuar com a farsa.

— Eu sabia que a mamãe ia ficar me empurrando a Emily e eu queria ficar longe disso, só queria passar a semana aqui em paz. Então resolvi dar a ela algo que ela queria, uma nora jovem, linda e inteligente que passou bastante tempo com ela e eu pude ter a paz para trabalhar.

— Você deixou sua mãe e sua irmã ficarem andando pra cima e pra baixo com uma prostituta!

— Para de chamar ela assim! – cuspi as palavras em um tom tão alto que nem eu me reconhecia – Meça as palavras antes de falar da Juliette, ela é a mulher mais incrível que eu conheci.

— Vamos fazer o seguinte, hoje vocês vão embora de volta pro Rio, não vou contar nada pra sua mãe e sua irmã. Depois de alguns dias você fala pra elas que vocês terminaram e eu nunca mais quero ver ou saber dessa moça.

— Não posso te prometer isso, pai!

— Por que não?

— Porque eu a convidei pra trabalhar no jurídico da Matthaus e ela aceitou.

— O que? Com que direito você vai contratar essa moça pra minha empresa? – questionou ele com a voz alterada.

— Eu sou o CEO contrato quem eu quiser!

— Não é possível! Você não tá vendo que essa mulher te enfeitiçou? Eu pensei que você fosse um homem adulto que nunca cairia na historinha de uma mulher como ela...

— Já falei para parar de falar da Juliette dessa maneira! – gritei interrompendo-o – Eu não admito que a trate mal nem agora nem no futuro!

— Que história é essa de futuro, Rodolffo? – perguntou ele com a respiração afetada.

Nessa fração de segundo passou em meus olhos toda a retrospectiva dos meus momentos com a Juliette, senti meu coração acelerar da mesma forma de quando eu estava com ela e nesse momento eu já não tinha mais dúvidas.

— Eu estou apaixonado por ela! – soltei mais para mim mesmo do que para meu pai e surpreso com a constatação.

– COMO É QUE É?

Olhei firme em seus olhos e repeti dessa vez para ele com toda certeza que eu tinha agora.

— É isso mesmo, eu estou apaixonado pela Juliette. – senti um alívio tomando conta de mim e não pude evitar sorrir.

— Você só pode estar ficando lou... – ele não conseguiu terminar a frase levando a mão ao coração – AAAAIIII!

— Que foi, pai? – perguntei tentando entender se era real ou cena.

— Eu... AAAAIIII! – meu pai caiu e por um milagre eu consegui chegar a tempo de ajudá-lo a não bater com a cabeça no chão.

Entrei em desespero e comecei a gritar para porta que ele havia deixado entreaberta.

— SOCORRO! MÃEEEE, IZABELLAAA, JULIETTEEEEEE! DAAAALVAAAA!

Apoiei a cabeça dele no chão com cuidado no chão peguei o celular na mesa e liguei para o Israel vir me ajudar a levá-lo para a a emergência, pois isso seria mais rápido que esperar uma ambulância chegar.

— Alô, Rael! Tá onde, irmão?

— Nos estábulos do seu pai! Que houve, cumpadi? Por que 'ocê tá com essa voz?

— Preciso da sua ajuda aqui na casa, meu pai tá passando mal caído vamos levar ele pra emergência!

— Tô indo correndo!

Israel chegou rapidamente na casa, consegui avisar todos e minha mãe fez questão de ir comigo e meu pai no carro.

Israel, Juliette e Bella foram no outro carro atrás do nosso, dirigi o mais rápido que eu pude, entrei desesperado na emergência acionando os enfermeiros que logo chegaram, colocaram meu pai na maca e levaram lá para dentro com minha mãe ao seu lado segurando sua mão até um enfermeiro informar que ela não poderia continuar.

Assim que as portas fecharam Juliette abraçou minha mãe a acudindo enquanto ela caía aos prantos e Izabella me abraçou com um choro mais contido.

Meu perfeito parOnde histórias criam vida. Descubra agora