Capítulo 16

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01/05/2023 – Segunda-feira

Tinha ficado revoltado pela manhã quando soube do ocorrido com a Juliette e logo após o café da manhã eu liguei para o jurídico da Matthaus e ordenei que o contrato que tínhamos com a Vargas Advogacia fosse rescindido o quanto antes.

Já tinha passado o caso da Juliette para meu advogado pessoal para que ele abrisse o processo contra o Dr Carlos Henrique Vargas e já tinha alertado outros conhecidos que também utilizavam os serviços deste escritório, como nenhum deles queriam sua empresa vínculada a um caso de assédio, todos me garantiram que deixariam de trabalhar com a Vargas Advogacia.

Meu último ato seria tentar convencer a Juliette a trabalhar na empresa como responsável pelo setor trabalhista do jurídico.

Juliette havia saído a passeio para conhecer a cidade e ver algumas coisas da festa de sábado com minha mãe e Bella, já meu pai havia deixado a empresa completamente nas minhas mãos desde quando me tornei CEO e agora só cuidava das coisas relacionadas aos seus cavalos junto com o Israel.

Eu havia decidido ficar sozinho em casa e consegui resolver tudo pela tarde antes de todos voltarem para o jantar.

— Chegamos, filho! – disse minha mãe assim que entraram na porta.

— E aí? Compraram Goiânia inteira? – brinquei.

— Deixei um pouco pra 'ocê comprar, fratello! – respondeu Bella.

Juliette sorriu vindo em minha direção, abri os braços para recebê-la e rocei levemente meus lábios aos dela.

— Tava com saudade, trem! – disse segurando-a pela cintura perto do meu corpo.

— Mas foi rapidinho! – respondeu ela com carinho e eu lhe beijei a testa.

— Foi muito rápido mesmo! A tarde voou, nossa! – comentou a moça morena de cabelos compridos que eu não conhecia.

— Deixa eu te apresentar, filho! Essa é a Emily, filha da Eloísa! – disse minha mãe me apontando a moça – Emily, esse é meu filho, Rodolffo!

Minha mãe tinha trazido a tal da Emily, droga! Pensei que Juliette e eu estávamos sendo convincentes, mas parece que minha mãe não acreditava em mim.

— Oi, Rodolffo! É um prazer conhecer 'ocê! – disse Emily vindo em minha direção.

Juliette, sabendo que sua contratação havia sido exatamente por conta das filhas das amigas da minha mãe, ficou entre nós dois assumindo um postura enciumada.

— Oi, Emily! O prazer é todo meu! – estendi a mão em sua direção e a apertei com o outro braço ao redor da cintura da Juliette.

— 'Cê fica pra jantar com a gente, Emily? – perguntou minha mãe.

— Hoje não, Vera! Mas como combinado amanhã eu venho com minha mãe, tá?

— Tá bom, minha filha! Vai com Deus, tchau!

— Tchau, té amanhã!

— Tem alguma coisa estranha nessa moça, não fui com a cara dela! – disse Bella assim que Emily foi embora.

— Bobagem! Ela é uma menina muito gentil, frequenta a paróquia aos domingos com a mãe, foi assim que nos conhecemos.

— Não sei... molto strano! – continuou Bella – Mas enfim, vou tomar um banho antes do jantar.

— Eu também vou. – disse Juliette antes de subir com a Bella.

— Mamãe! Falei pra não trazer essa moça! 'Cê não viu que a Ju ficou com ciúmes? – joguei para ver se minha mãe realmente desconfiava.

— Eu sei, desculpa, filho! Ela se ofereceu pra ajudar com tudo, ela é uma ótima menina e ficou muito feliz quando apresentei a Ju como minha nora, ela sabia que meu sonho era 'ocê encontrar alguém.

— Tá, mas eu não quero problema pro meu lado. A Ju não vai gostar dessa moça por aqui, então eu vou ficar longe.

— Será que eu magoei minha nora? – disse ela com arrependimento na voz – Não pensei que ela ficaria chateada com a presença da Emily, farei o possível pra evitar, tá?

— Obrigado, mãe!

— Agora eu também vou tomar um banho. – ela passou por mim e deu um beijo no meu rosto antes de subir.

Quase uma hora depois todos estavam de volta para o jantar, minha mãe não tocou no nome da Emily, aparentemente todos acreditavam em meu relacionamento com a Juliette.

Após jantarmos, Bella despediu-se dando a desculpa que estava cansada e ia ligar para Marcos, Ju também se levantou dando a mesma desculpa de que precisava descansar enquanto meu pai me mostrava fotos do novo garanhão puro-sangue que ele havia adquirido.

Fingi interesse pelos cavalos para dar privacidade a Juliette por um tempo, até me despedir com a desculpa de que queria dormir.

— Rodolffo! Eu não sabia o que fazer quando tua mãe me apresentou a Emily lá no shopping. – disse Juliette assim que entrei no quarto e fechei a porta atrás de mim – Pensei que ela tava acreditando na gente.

— Ela disse que a Emily se ofereceu pra ajudar. Pedi pra ela deixar a moça longe de mim, pra não fazer ciúmes em 'ocê.

— E tu acha que ela acreditou? – perguntou ela nervosa sentando na cama e jogando as cobertas em cima das pernas.

— Acho que sim, Ju! Talvez a gente tenha que intensificar um pouco, ficar mais juntos, não sei.

— Ela me fez perguntas sobre a gente...

— Ela quem?

— A Emily, acho que foi por isso que Bella achou ela estranha. Ela parecia mesmo curiosa sobre nós dois, visse?

— Ela deve ser só fofoqueira, Ju! – eu disse antes de ir em direção ao banheiro – Tenho que falar com 'ocê, me espera acordada aí!

— Tá!

Tomei um banho e escovei meus dentes rapidamente, estava ansioso para contar as novidades para ela.

— Voltei!

— Pois se vista primeiro, homi! – reclamou ela após ver que eu usava apenas uma toalha na cintura.

— Desculpa! – entrei em meu closet e vesti rapidamente um conjunto de moletom azul escuro antes de voltar para o quarto – Pronto, Ju! Tô vestido.

— Agora fale, que tu me deixou curiosa, visse?

— Já resolvi sobre o filho da puta do Dr Vargas!

— Como assim? O que tu fez?

— Já mandei rescindir o contrato com ele, avisei alguns conhecidos que trabalham com ele, também vão romper o contrato e já mandei meu advogado abrir o processo de assédio.

— Tu fizesse tudo isso numa tarde? – perguntou ela boquiaberta.

— Fiz, tudo na força do ódio! – apontei para o lado vazio da cama – Posso?

— Claro! – ela aguardou eu sentar e me cobrir ao seu lado da cama antes de completar – Será que ele não vai fazer nada contra mim?

— Fica tranquila quanto a isso, Ju! Prometi te ajudar no que for! Ele não vai fazer nada contra 'ocê, eu não vou permitir.

— Vou confiar em tu, visse? – ela se ajeitou debaixo das cobertas o mais na ponta da cama que ela podia e desligou o abajur – Boa noite, Rodolffo! E vire para lá!

— Pode confiar! – garanti antes de fazer o mesmo que ela só que para o outro lado.

Tinha ao menos 1m de distância entre nós dois na cama, exatamente como ela exigiu. Por mais que eu não goste de dormir de lado, era melhor que correr o risco de voltar a dormir no chão.

Meu perfeito parOnde histórias criam vida. Descubra agora