capítulo 16 - Musica para os ouvidos

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   É um lindo dia, o sol brilha, os pássaros cantam, as flores florescem e Tina está na porta do quarto de Alissa as 6:30 da manhã.

- Bom dia!!! Eu e os meus amigos estamos ansiosos por hoje!

- Nossa Tina você acordou cedo...

  Alissa esfrega os olhos, ela ainda tinha mais meia hora de sono antes do alarme tocar, ela está muito sonolenta e toma um pouco da água que estava na sua garrafinha.

- Já temos tudo escrito, na verdade, Dante me ajudou bastante, ele até que é bom em quimica, eu preciso que você dê só os toques finais e corrija os erros.

- Tá...

- É isso então! Bom dia!

  Ela sai, deixando uns papeis com Lissa, aparentemente ela estava bem animada com isso... mal esperou a tarde pra que ela fosse ajuda-la.

  Alissa estava sentada e tomando sua segunda xícara de café, por algum motivo estava exausta, ela nem sabe o motivo já que 30 minutos não fazem tanta diferença em sua rotina.

- Não bebe tanto café se não você vai passar o dia todo indo ao banheiro.

- Cheiro de experiência própria.

Liv dá uma risadinha e toma um gole do seu suco, enquanto isso Dante se senta na cadeira a frente de Lissa.

- Nossa, fui eu que te deixei cansada assim?

- COMO ASSIM ALISSA E DANTE??? O QUE VOCÊS FIZERAM!!!

- Para de gritar sua tonta!

- Não é o que você tá pensando Liviane, nós só passamos a tarde juntos!

  Dante começa a corar e ficar nervoso.

- Ah tá bom, vou deixar vocês a sós para terem mais privacidade.

  Alissa suspira, enquanto Liv se levanta e leva Tina, que estava chegando a mesa consigo, ela até tenta falar algo mas sua amiga não dá ouvidos.

- Desculpe pelo mal entendido... eu vou lá conversar com ela.

- Ah deixa quieto, ela é louca, além do mais, acho que só vai piorar as coisas.

- Entendi... me desculpe.

- Não precisa se desculpar, você não fez nada.

  As aulas depois disso se passaram lentamente e manter o foco estava difícil, não era uma coisa que acontecia com frequência, só quando ficava até tarde da noite estudando ou mexendo no celular.

  Enquanto ia pra sua próxima aula ela avistou a professora Whitlock num dos corredores a sua frente e correu pra alcança-la.

- Bom dia professora, tudo bem? Queria saber se tem a lista do que seria necessário pra aula prática.

- Ah, claro minha querida, aqui está.

  Finalmente a lista está em mãos, e aparentemente não são coisas tão complicadas, são mais equipamentos de EPI, um laboratório grande reservado onde os alunos poderiam tomar distância, alguns elementos químicos e etc. Depois disso o sono até passou.

  Alissa estava tranquila, comendo seu almoço quando de repente Liv chega com tudo e parece super animada, provável que ela queira explicações do acontecido.

- O que vocês fizeram tanto pra você ficar morta de cansada hoje?

- Nada demais.

- Uhum sei. Da última vez que eu te vi assim foi por causa de uma prova de biologia, você tinha faltado um tempo porque estava doente e tinha perdido conteúdo.

- A gente não fez nada, ele só disse isso em tom de piada, como se a gente ter conversado ontem tivesse me deixado exausta.

- Conversa, sei, então, foi gostoso?

- LIVIANE!

  Ela sabia muito ser insuportável.

  Depois das aulas vespertinas chegou o tão esperado momento por Tina, a hora de se encontrarem pra escrever a música, ela parecia tão animada com algo tão bobo, talvez ela precisasse muito mesmo dessa música.

  Elas então se encontraram no pátio, Alissa terminou de rever o conteúdo da letra e Tina ficou ensaiando com sua flauta. Sempre pensava que a flauta de sua amiga era uma flauta doce, mas era uma flauta transversal,e agora que estava reparando nisso, estranho que a imagem dela tocando flauta doce não era estranho.

- Você toca só essa flauta?

- Não, eu toco a doce também.

  Ah então ela tinha tocado antes, e agora estava com uma diferente.

- Ah é verdade, nossa você gosta muito de flautas, ein?

- Sim, a minha música favorita é flautista. Erika Dominique, ela é incrível, geralmente esses instrumentos não são tão relevantes numa ópera igual piano ou violino, se ouve mais ao fundo, como melodia, ou um complemento, entende?

- É verdade, nunca vi solo de trombone ou de batuque.

- Você quis dizer tambor?

- É.

- Enfim, a Erika é uma excelente música, ela tem uns solos lindíssimos, foi ela que me motivou a tocar.

  Era a primeira vez que Lis via alguém com interesse tão específico, geralmente era em bandas, ou jogos... mas em música de ópera era a primeira vez.

- E o que fez você se interessar tanto por isso?

- Gosto de como é possível contar histórias sem dizer uma palavra, transmitir sentimentos sem os falar, gosto das aventuras e das sensações que cada nota expressa.

- Caramba, eu queria sentir paixão assim por uma coisa... É por isso que você queria tanto escrever essa música? Porque vai misturar algo que você ama com algo que você não entende?

- Exatamente isso.

  Alissa ficou pensativa e lembrou do encontro que teve com Dante, quando ele perguntou de seus hobbies, e ela apenas disse ler, é o que ela sempre fez, estudar e ler, Dante fazia origami, Tina tocava, Liv era uma jardineira dedo verde, Rebecca era quase uma maquiadora profissional, todos tinham paixão em coisas diferentes, mas Alissa sempre foi boa com livros e estudos, apenas isso... ela agora tinha um novo objetivo em mente, encontrar um hobbie.

Vento e FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora