capítulo 22- Um presente.

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  Era finalmente sábado, tinha o dia inteiro pra fazer o que quisesse, mas provavelmente iria estudar, era inimaginável tirar qualquer nota além da máxima, seus pais nunca aceitariam isso, imperfeições eram intoleráveis na família Bennett.

  Quando foi tomar café seus amigos estavam o esperando numa mesa.

- Bom dia. Quais são os planos pra hoje?

  Carlos, Ben e Stew, eram seus melhores amigos, ainda mais o Ben, desde que se conheceram eles pareciam ter uma conexão incrível, como se fossem irmãos, ele era uma pessoa admirável, um conselheiro, estava sempre pronto pra ajudar qualquer um.

- Ah, nada demais, acho que vou só estudar hoje - Os rapazes se entre olham com um sorriso no rosto - O que foi? O que vocês tão aprontando?

- Ah nada demais... - Carlos o responde - mas acho que não vai estudar hoje.

- Se eu tirar nota ruim a minha mãe me mata.

  Ao mencionar a sua mãe quase que o sorriso do rosto dos rapazes some por completo.

- Deixa aquela velha idiota por um tempo, a gente te ajuda a estudar depois.

  Ele se sente um pouco culpado por mencionar a sua mãe, meio que cortou o clima, seus amigos pareciam tão felizes e entusiasmados com algo, Alex já havia desabafado com eles algumas vezes, isso fez com que os seus amigos tivessem raiva dos seus pais, da relação que eles tinham.

- Oh, ok, parece que eu não tenho muita escolha então.

  O clima volta ao normal e os garotos voltam a tomar café. Depois disso eles vão todos para o quarto de Carlos. Eles pareciam muito entusiasmados, o que fazia Alex se perguntar o que estavam aprontando. Até que finalmente chegam lá.

-Fecha os olhos! Fecha os olhos!

  De olhos fechados alguém o guia pelo quarto até que finalmente ele pode abrir os olhos. Era um presente, estava embrulhado com papel azul, era uma caixa média retangular.

- Feliz aniversário!! - Eles disseram em uníssono

- Meu aniversário é só mês que vem.

- A gente sabe, mas não conseguimos esperar- Stew o respondeu.

- Anda! Abre logo! - Carlos fala ansioso.

- Tá bom, tá bom.

   Ao abrir o papel de embrulho ele mal conseguia acreditar no que estava vendo, era um rádio portátil vermelho, era igual a um que tinha antes, tantas memórias surgiram na sua mente ele ficou tão feliz mas ao invés de sorrir as lágrimas tomaram conta das suas emoções. Ele abraçou a caixa, finalmente tinha o seu querido rádinho de volta, pensava que não teria outro igual. Ao ver a reação dele seus amigos o abraçaram em grupo, era meio constrangedor chorar na frente deles assim, mas esperava que eles compreendessem.

- Eu realmente não sei como agradecer, vocês são pessoas fantásticas - disse enquanto limpava as lágrimas do seu rosto - eu vou guardar esse com muito carinho.

- E fora do alcance do seu pai. -Ben completou.

- E fora do alcance do meu pai.

  Alex usava o ráido pra se distrair muito antes, quando queria que todos sumissem da sua vida, o rádio era seu conforto, quando gritavam com ele por não atender as expectativas o rádio estava ali pra o distrair, até que seu pai num ato de ira o quebrou na frente dele, era a forma dele de dizer que era o único que Alex deveria dar ouvidos, mas dessa vez seria diferente, seu pai não saberia da existência desse.

- Hoje vamos para o salão de jogos, jogar o dia inteiro e ouvir música. - Carlos explica - Sem discussões e sem mudar o planejamento. Já ta feito, já era.

  Todos riram, e seguiram o plano, com certeza o rádio foi ligado e os quatro foram para sala de jogos ouvindo música, era muita sorte ter eles por perto, pela primeira vez na vida Alex se sentia aceito em algum lugar, sensação que não sentia nem dentro da própria casa, ele não precisava ser o melhor ou o mais inteligente e habilidoso, ele só precisava ser a si mesmo, o ambiente que construíram faziam o se sentir a vontade, era incrível.

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