Capítulo 02 - Mansão Mills

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Emma checou mais uma vez o relógio em seu pulso: 19h55. Ela chegou nas imediações da mansão da prefeita, vinte minutos antes do esperado e ainda pensava se deveria ter saído do bar mais cedo, para passar a tempo de pegar a floricultura de Moe French aberta. O convite da prefeita para "tomar uma taça de sidra" parecia com um encontro, embora tivesse sido feito de uma maneira tão prática, deixando na alpha a impressão que elas possivelmente fariam tudo naquela noite, menos tomar uma taça de bebida ou ter um jantar romântico.

Por mais que Emma fosse uma mulher nascida e criada numa cidade grande, que pensasse estar na vanguarda do padrão e comportamento alpha, ela nunca havia lidado com uma ômega igual a Prefeita Mills demonstrava ser.

Os ômegas em geral eram submissos, tímidos e sempre esperavam que o/a alpha tomasse a iniciativa para o encontro ou o flerte. Emma queria acreditar que ser abordada daquela forma por uma ômega interiorana e com todo os modos de uma mulher tradicionalista, não a tinha surpreendido, porém estaria apenas mentindo para si mesma.

Enquanto se despedia de Ruby mais cedo, deixando a moça de cabelos castanhos e vermelhos tomando conta do bar junto com a outra jovem que sempre as ajudava nas noites de sexta e sábado, Emma pensou pela primeira vez que não precisaria passar na floricultura, porque Regina Mills deveria esperar dela somente uma noite de sexo. Então seria mais adequado dispensar as tradições e os gestos românticos naquela noite.

Mesmo assim, agora ela sentia-se estranhamente nervosa e com as palmas das mãos suadas, imaginando que sua decisão de não levar flores para o "encontro" com a Prefeita não fora a mais acertada.

Exatamente às 19h59, a alpha percorreu o caminho rodeado por arbustos que levava até a porta principal da mansão mais imponente da Mifflin Street. Parando na frente, ela levantou a mão e bateu somente uma vez na porta de madeira branca, que entreabriu silenciosamente, fazendo a alpha franzir o cenho em confusão.

— Entre, por favor! — a voz sensual e melódica da Prefeita convidou de dentro da mansão.

Atraída pelo chamado, Emma empurrou a porta, entrando no hall e olhando para os lados sem encontrar ninguém ali.

— Pode fechar a porta. — A ômega disse de algum lugar ainda não conhecido pela alpha.

Emma continuou fazendo o que a outra dizia. Quando a porta foi trancada e o corredor mergulhou mais na penumbra, a alpha inspirou profundamente, girando nos próprios pés e sentindo novamente o mesmo perfume refinado que sentira na tarde daquele dia no gabinete da prefeita. Porém, o cheiro parecia mais peculiar, bem mais atraente.

Erguendo o rosto para o alto, Emma farejou o ar, influenciada por seus instintos primitivos. Fechando os olhos, ela inalou profundamente aquele perfume requintado, raro... E, em resposta, seus jeans se apertaram mais contra a costura do zíper. O volume dentro da cueca cresceu e, sem mais demora, ela arrastou as botas pelo corredor, ignorando a estranheza daquela situação e a perspectiva de estar sendo atraída para uma armadilha.

Quando virou a esquina no corredor, onde o perfume era mais intenso, seus olhos rapidamente encontraram a ômega sentada sobre a mesa. Regina estava com as pernas cruzadas, numa posição sedutora e convidativa. O luar atravessando as janelas, onde as cortinas foram deixadas abertas, jogava luz na sala, diminuindo a penumbra.

Madam Mayor vestia um robe de cetim negro perfeitamente ajustado as curvas sensuais do seu corpo. Aquela cena sedutora provocou um arrepio ao longo da coluna da alpha. Havia também uma taça de sidra esquecida em cima da mesa, ao lado da mulher de cabelos escuros. O penteado da ômega, como sempre, estava impecável, enquanto uma maquiagem leve realçava a beleza dos traços bem desenhados da Prefeita Mills.

When The Heat Comes [AboVerse | ShortFic ]Onde histórias criam vida. Descubra agora