Capítulo 2 - A Estranha.

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Saímos por volta das 19:30. Como o restaurante é pertinho de casa, logo depois chegamos.

Quando entramos na recepção, dizer que tinha muitas pessoas era pouco. Na verdade, o restaurante estava lotado! Mas, o espaço contribuía.

À meia-luz, o restaurante tinha um toque fino. As mesas com toalhas brancas e roxas espalhadas por todo o local. E uma música ao fundo deixava o ambiente bem mais agradável.

Como tínhamos feito a reserva antes, uma mesa já estava sendo esperada por nós.

Servido em um prato raso, o Conchiglioni tinha seu formato como uma concha média, recheado com catupiry, ricota, camarão e tomate seco. Em cima, molho ao sugo e uma pequena folha de manjericão para o toque final. O vinho nos acompanhava deixando tudo mais saboroso.

Durante o jantar, jogamos conversa fora e contamos piadas. Isso era o que eu mais gostava nos meus pais. Eles não faziam perguntas desagradáveis que não queria responder.

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A semana correu sem nenhuma novidade e agora me via diante do espelho, ajeitando minha gravata.

O grande dia do casamento da minha prima Karina havia chegado e, sinceramente, queria ver a baixinha.

Ouço batidas na porta e a abro.

- Meu Deus Peter, não consegue arrumar uma gravata? Um homem feito desses - ela diz em modo brincalhão.

Ela consegue finalmente arrumá-la e passa as mãos pelo meu peito.

- Lindo! - ela sorri.

- Obrigada mamãe, a senhora também! - a faço dar uma pirueta e ela ri.

- Vamos, vamos, seu pai já deve estar esperando lá embaixo.

A cerimônia seria ao ar livre, numa cidade próxima à São Paulo. Como estávamos no outono, fomos mais agasalhados.

- Nossa aqui está frio, hein - meu pai reclama esfregando os braços já com o casaco.

Para mim, não sentia tanto frio, pois enfrentara o frio rigoroso de Nova Iorque. Mas estava baixo mesmo para o outono. No meu celular, marcava 13 °C.

Na "garagem" dos carros, dava para ver o espaço mais amplo. Tinha um grande salão cheio de mesas prontas para serem ocupadas pelos convidados depois da cerimônia. No centro, uma piscina descoberta aguardava o corajoso a entrar e, em cima da água, continha uma grande flor com várias velas. Tudo estava muito bonito.

Fomos caminhando rapidamente para junto dos convidados, ao redor da piscina. Paramos e comprimentamos os familiares e amigos.

Como estava apertado, resolvi ir ao banheiro. Eu podia dizer que até o banheiro era bonito! Tinha três espaços: uma sala com três sofás, outra com pias e secadores, e a outra era com os boxes para fazer sei-lá-o-que.

Lembrei-me do dia em que nós íamos à uma festa de aniversário. Mas estávamos tão cansados da viagem que fizemos até Oregon.

Mas claro que não deixamos de fazer outras coisas.

Quando entramos em casa, peguei Lisa e a prensei na parede.

Ela deu uma risada sarcástica.

- Sério mesmo? Não bastou todos os dias em Oregon?

- Ora, não se acostume, baby.

- Eu acho que já me acostumei. E muito bem.

E fizemos amor.

Que droga! Aquela mulher não sai da minha cabeça! Oh Deus, o que eu vou fazer?

Pego a água congelante e levo até o meu rosto. Ótima ideia, seu gênio! Parece que meu rosto tem milhões de agulhas perfurando minha pele.

Às AvessasOnde histórias criam vida. Descubra agora