As semanas passaram completamente rápido. As autorizações na empresa, o cargo, meu apartamento, meu "relacionamento" com Sofia... bem, estava tudo fluindo bom até demais.
Eu já tinha me mudado para o meu novo aconchego. As caixas ainda estavam embaladas nos cantos do apartamento. Tinha tanta coisa para fazer no trabalho, que nem sequer me lembrei de fazer isso.
E para - infelizmente - estragar tudo, o pintor ficou doente. Ele disse que esse tempo o deixava acabado e acabou pegando uma gripe. É claro que eu fiquei muito bravo, mas isso não ia curar o resfriado daquele homem. Com isso, eu fui à loja de tintas e comprei algumas latas, com a ajuda de alguns atendentes. A sala seria de um marrom cor de café, e os quartos de um bege meio escuro.
Pedi a ajuda de Sofia e ela aceitou, estonteante. Me dissera que quando o pai estava vivo, pintavam quadros para as crianças do hospital, onde ele trabalhava.
- Quando a pintura está boa, você tem que colocar uma luz sobre a parede e avaliá-la para saber se está boa, sabia disso? - ela encarava a parede da sala.
- Hum.. não - eu sorria. — Não tenho habilidades de pintura.
- Já experimentou para saber? - ela olhou para o meu rosto, onde eu mantinha uma careta. - Eu já sabia que não.
A acompanho com uma risada e começamos a pintar.
Coloquei umas músicas animadas para tocar. Dançávamos e pintávamos ao mesmo tempo, compartilhando gargalhadas.
- Viu, você tem uma pequena habilidade de pintura - ela aponta para a parede. - Será que nisso também têm?
E me surpreendeu com uma pincelada na bochecha.
- Você não fez isso - olho ela com a boca aberta.
Pego o meu pincel e, Sofia prevendo o meu ataque, grita e sai correndo pela sala minúscula. Consigo atingir seu cabelo, mas ela é rápida para um cômodo pequeno. Paramos entre o sofá preto de couro.
- Acho que você não tem saída - inclino a cabeça para o lado.
Ela ri com a face adoravelmente vermelha.
- Acho que não - ela tenta fugir, mas sou mais rápido.
A peguei por trás pela cintura e a prensei na parede.
Sua respiração era ofegante, igual a minha.
A provoquei pintando devagar, começando pelo seu maxilar, subindo para as suas bochechas coradas, as têmporas e depois a testa.
- Eu queria fugir mas, Deus, isso é tão bom - ela ri com os olhos fechados.
- Eu queria te beijar agora, mas o seu rosto está todo coberto de tinta - eu ri. - Linda.
☀☀☀☀
Eu estava procurando uma caneta para assinar um papel que meu pai mandou, só que não conseguia encontrar nas caixas.
- Sofia? Você tem alguma caneta pra me emprestar? Por favor - eu digo alto, para ela me escutar do banheiro.
- Tenho, tem uma na minha bolsa, pode pegar - ela grita do banheiro.
Pego a bolsa grande e procuro uma caneta no meio daquela bagunça. Celular, chaves, carteira, agenda, livro. Livro?
O pego com cuidado, já que parece meio desgastado. Orgulho e Preconceito de Jane Austen. Já ouvia falar desse livro pela minha mãe, que é amante de livros, e por Lisa.
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Às Avessas
Novela JuvenilPeter convivia com sua linda namorada, Lisa, em Nova Iorque. O que não esperava era que ela lhe deixasse, sozinho e desamparado. Não aguentando mais, Peter volta para sua cidade natal e sua antiga vida. Mas, o que não esperava era encontrar uma garo...