— Nossa, aquela é sua mãe? Não se parece nada com ela — dou um sorriso e olho de relance para Sofia.
Estamos passando em frente ao Obelisco, quase chegando no parque. Mesmo de manhã, tem um certo número de pessoas – grande, devo dizer –, que já estavam caminhando para dentro do parque.
Conversamos bastante sobre assuntos aleatórios, o que era bom, pois eu a conhecia mais.
Vejo que ela fica desconfortável e quando abre a boca para falar, uma buzina soa atrás de nós e Sofia dá um pulo. Coloca as mãos no peito.
— Que susto! — ela respira fundo.
— Está tudo bem? — pergunto preocupado.
— Sim, só... a buzina... — ela se vira para trás.
Demoramos tanto para entrar, mas as vagas estavam vazias e o que víamos eram mais pessoas vindo em suas bicicletas do que em carros.
Saímos do carro e Sofia pega a cesta no banco de trás.
— Quer alugar uma bicicleta? — pergunto colocando o óculos de sol.
Ela fica parada olhando para mim, mas depois balança a cabeça.
— Claro.
A fila do aluguel estava meio cheia, mas mesmo assim entramos.
Demora um pouco mas finalmente chega a nossa vez.
— Eu pago — decido sacando a carteira.
— Não, eu pago minha parte. Não tem problema — ela procura o dinheiro na bolsa.
— Eu insisto — coloco a mão no peito.
— Não... quer saber? Porque você não paga o sorvete?
— Se quiser eu pago tudo.
Ela revira os olhos.
— Paga o aluguel, que eu pago os sorvetes, tudo bem?
Concordo relutante e pegamos as bicicletas.
— Esqueci do tempo instável que é aqui — passo a mão na testa, tentando inutilmente tirar o suor.
— É. Aqui é assim — ela solta uma risada gostosa. — Por quanto tempo ficou fora?
— 3 anos.
— Uau é bastante tempo. Não ficou com saudade de casa?
— Ah, às vezes dava vontade de voltar. Quando tinha alguma dificuldade. Queria largar tudo e vim morar aqui novamente.
— No começo não devia ter sido fácil.
— E não foi, nenhum pouco.
Até Lisa aparecer.
Balanço a cabeça, enfiando tudo de ruim pro fundo da mente, querendo esquecer.
Subimos na bicicleta até acharmos um lugar apropriado para comer.
Paramos num lugar cheio de árvores vazias, e no contorno delas, folhas secas.
— Que lindo que está aqui! — Sofia diz e tira uma foto com sua câmera.
Depois de colocar uma toalha, eu sento e fuço a cesta.
— O que temos aqui, hein? — digo em brincadeira e pego uma garrafa térmica.
— Experimente! — ela diz empolgada.
Pego a tampa que serve de copo e me sirvo.
O gosto de abacaxi com hortelã e menta refrescam meu corpo em segundos.
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Às Avessas
Teen FictionPeter convivia com sua linda namorada, Lisa, em Nova Iorque. O que não esperava era que ela lhe deixasse, sozinho e desamparado. Não aguentando mais, Peter volta para sua cidade natal e sua antiga vida. Mas, o que não esperava era encontrar uma garo...