Pessoas Ruins

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Quero vê-la de novo e eu não deveria estar assim tão animada pra isso. Não deveria estar pensando em como ela era completamente adorável quando sorria ou quando se mantinha concentrada em suas tarefas. E sim, ontem eu fiquei observando isso. Fiquei reparando em cada mero movimento que ela fazia dentro da sala de aula.

Na forma que ela ficava emburrada quando não conseguia entender alguma questão, no jeito que ela tratava uma menina que se sentava logo á frente dela, e na forma gentil e carinhosa que ela falava com os outros alunos excluídos. Não tão excluídos como eu, pois eles acabavam se juntando e virando bons amigos. Ao contrário de mim.

Não há ninguém como eu aqui.

Ninguém.

- Olha só quem chegou! - Uma voz grossa se aproximou de mim. Nem tive tempo de saber quem era, pois fui prensada de frente a um daqueles armários. - O animalzinho está com a mesma roupa de ontem. Você não toma banho não ô sua filha da puta?

- N-Não xingue a minha mãe!

- Aposto que ela deve ser uma putinha nojenta igualzinha a você.

Ouvi várias risadas.

Tentei me soltar, mas ele abaixou o meu capuz, segurou meu cabelos e pressionou meu rosto com ainda mais força naquele lugar. A espessura fria do armário na minha pele me fez engolir em seco.

- Larga essa verme pra lá, Xavier! - Ouvi a voz de uma garota. - Você já tá muito encrencado com a Diretora e ela vai acabar expulsando você de vez!

- Não se meta nisso! Ninguém te chamou aqui!

- M-Me solta! - Falei baixinho, sentindo-me completamente amendrotada. Minhas orelhas se encolheram. Quero sair correndo daqui.- Por favor...

Quero chorar.

- Ouviu isso gente? - Gargalhou alto. - O bichinho está pedindo por favor! - Mais risadas. - Olha, escuta aqui,- Me virou para frente e me prensou contra o armário. - Eu não gostei nenhum pouco de você ter ficado de papinho com a minha namorada ontem. - Segurei seu braço na tentativa de afastá-lo, mas não adiantou. Esse cara têm muito mais força do que eu e ele não está nem um pouco afim de me soltar. - Me responde uma coisa, você se sentiu mesmo especial por ela ter sido a única pessoa a falar com você?

Afroxou um pouco as mãos, permintindo-me responder.

- Não sei aonde você quer chegar com isso...

- Oh, permita-me explicá-la então, loira burra, - Fui prensada com um pouco mais de força contra os armários. - Wednesday é uma garota bela, legal e popular, porém infelizmente, ela têm o grande defeito de querer ajudar todo mundo, os mais excluídos para ser mais exato. Há vários vermes excluídos aqui, assim como você. - Suas ofensas eram como facadas no meu coração. - Ela ajuda por pena, então não queira se sentir uma merda de amiga especial porque você não é! - Enfatizou cada palavra. Ele me olhava com nojo e desprezo. Me sinto como um inseto que estava prestes a ser esmagado. - Eu que sou a porra do namorado dela aqui, entendeu? E agora ela está brava comigo por sua culpa!

Minha culpa?

- Mas eu não fiz nada! - Afastei-me. - Eu nunca quis atrapalha-la. Ela só estava sendo gentil comigo e também eu...

Vamos lá, Enid.

Diga mais alguma coisa, ninguém fará isso por você. Ninguém irá vir te defender.

Faça alguma coisa!

- Você o quê? - Cruzou os braços, me encarando junto com a sua turminha de valentões.- Não vai me dizer que está afim da minha namorada? - Todos riram novamente. - Porque se for, eu quebro essa sua cara aqui agora mesmo!

HEY, I'M THE HYBRID! | 𝘞𝘌𝘕𝘊𝘓𝘈𝘐𝘙 🏳‍🌈Onde histórias criam vida. Descubra agora