Capítulo 1

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Four

A Tris morreu à seis meses.
Hoje está uma tarde de verão linda, pelo menos é o que toda a gente diz. Neste momento, como todos os outros, ao longo destes meses não consigo apreciar a beleza de nada,nem mesmo de um dia de verão,pois desde a sua morte, quando olho em redor só a vejo a ela e o seu lindo sorriso, só ouço as suas palavras de encorajamento, a sua voz a dizer-me " Confio em ti", para eu nunca desistir, para olhar sempre em frente.
Mas tudo isso é mentira, ela nunca poderia dizer-me isso, pois ela deixou-me sozinho, abandonado no mundo sem saber para onde me havia de virar. Cheguei ao ponto de querer apagar as minhas memórias dela, cada sorriso e cada palavra, por tão magoado que estava e por tão sozinho que me sentia.

Agora que estou na cidade, as facções desapareceram e eu sou um dos chefes do conselho, mesmo que preferisse ser dos Intrépidos como antigamente, as lutas faziam-me esquecer.

Hoje é sábado e o Zeke convidou-me para um jantar a pares, mas não sei se vai correr bem, eu ainda penso muito na Tris e sinto muita falta dela. Tenho pena da rapariga não lhe quero dar esperanças, eu nunca me vou apaixonar por ela, nem por ela nem por ninguém, só a Tris existiu, só ela vai existir, agora e para sempre.
São 20:00h, faltam trinta min. para o encontro, estou nervoso com o que vai acontecer e o que vou sentir.
20:30h o Zeke já chegou, trouxe duas raparigas com ele: a Shauna e a melhor amiga dela Shailene. É bonita mas a Tris era bem mais e quando a vi pela primeira vez chamou-me logo à atenção. Nunca mais vai acontecer ,ela era única para mim, vou ficar sozinho para sempre.

O jantar foi um completo desastre. Quando chegámos ao restaurante fui para abrir a porta como um cavalheiro e "pimba" ela foi rápida demais e levou com a porta na cara; depois fui para afastar a cadeira para ela se sentar, mas puxei demais e ela caiu para o chão. Durante o jantar sempre que lhe ia por vinho ou caía vinho para o prato, para a toalha ou para o colo dela.No fim fui pedir-lhe desculpa pelos incidentes e ainda não sei o que disse mas sei que a insultei e ela ficou chateada e deu-me uma chapada.

Estou agora em casa, às voltas na cama e não a pensar no encontro, mas a pensar na falta que me faz a Tris e que se ela neste momento estivesse aqui eu não tinha que ir a encontros organizados pelo meu melhor amigo para arranjar namorada, pois já teria uma e não teria de aturar todos os devaneios do Zeke. É muito meu amigo mas às vezes é um chato.
Então agora fecho os olhos com muita força e desejo que a Tris esteja viva e que tudo o que se passou nestes seis meses seja um pesadelo terrível do qual eu vou acordar um dia. Desejo com muita força, como quando era miúdo e queria que a minha mãe regressasse à vida e então isso aconteceu. Ainda tenho esperança que isso aconteça com a Tris.

Adormeço então, com os murmúrios nos meus lábios deste tão profundo desejo, que todos querem que se realize e só eu o revelo e o digo em público dia após dia sem nunca me cansar.

CONVERGENTE-um final inesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora