Capítulo 12

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Four

Ela escorregou e eu segurei-a, como naquele dia. Foi exatamente da mesma forma e eu sei que ela sentiu o mesmo, pois foi como se ela tivesse congelado nesse instante. Continuamos a subir e sentamo-nos numa barra da roda gigante, e ela disse:

- Isto já aconteceu, não foi?

- Isto o quê?

- Eu quase ir caindo e tu me teres agarrado?

- Sim já aconteceu, porquê?

- Foi como um déjà vu, lembrei-me desta imagem.- Disse, e esta simples frase fez com que uma esperança nascesse.

- Que imagem?

- A imagem de nós os dois a subir a roda gigante e tu a garrares-me quando eu quase cai- Respondeu

- A imagem de nós os dois a subir a roda gigante e tu a garrares-me quando eu quase cai- Respondeu

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-Tu lembraste-te.- Disse feliz

- Foi apenas uma imagem é só um começo, mas sim eu estou tão feliz como tu, Four.- Disse, ela não sabe qual é que é o meu nome e ela chamar-me assim magoa.

- Não me chames Four, se não te importares- Digo

- Porquê?- Pergunta, essa é uma das coisas que não mudaram na Tris mesmo ela tendo perdido a memória ela tem sempre que questionar tudo.

- Longa história e já é tarde- Digo desviando o assunto.

- Conta-me.

- Acho melhor não, temos que descer.- Digo com as pernas a tremer, mesmo passados todos estes anos este medo das alturas não passou.

- Tu tens medo das alturas, não tens?- Diz percebendo o meu nervosismo.

- Sim.

- Conta-me, por favor- Pede e eu respondo derrotado

- Antes de tu perderes a memória eras das únicas pessoas que conhecia o meu passado, qual a razão de me chamarem Four e eras também a única que me chamava pelo meu verdadeiro nome.- Digo.

- Qual é o teu verdadeiro nome?

- Tobias Eaton.- Respondo

- Então mas se tens outro nome por que é todos te chamam de Four?

- O meu passado não é uma coisa de que eu goste de falar ou mesmo relembrar. E o nome Eaton era muito conhecido na cidade ainda é.- Expliquei

- E porquê Four?

- Lembras-te de eu dizer, que na Audácia também existia um teste mental?

- Sim, a passagem do medo.

-Exatamente, então quando eu fiz a minha iniciação, também tiver que fazer esse teste. E quando a terminei disseram que eu tinha feito um record, pois tinha apenas quatro medos. Percebes-te agora?

- Sim. Four, quatro medos.

- Isso mesmo. Deram-me esse nome como uma espécie de apelido e desde então não quis que me chamassem de outra forma. Este apelido escondia quem realmente eu era, das outras pessoas e de mim próprio, fazia-me esquecer a minha verdadeira identidade.- Disse o mais honesto possível, e continuou.- Bem já chega de perguntas vamos embora está a ficar frio e tarde. Nós nem se quer comemos.

- Bem, já que falas nisso, preciso de comer.

- Então vamos, comemos na minha casa.- Disse com esperança que ela aceitasse.

- Agora é que me lembrei, com isto tudo esqueci-me do meu emprego, era de manhã quando eu fui à tua casa, já é de noite. Não podia ter acontecido, neste momento devo estar demitida ou devem achar que desapareci.- Disse preocupada e começou a descer a roda gigante.

- Anda despacha-te, tenho de falar com o meu superior- Chamou-me inervada.

- Vais falar com o teu superior onde? Só se for em casa dele, a esta hora é onde deve estar.- Digo a descer atrás dela.

- Relaxa falas com ele amanhã e se for preciso eu assumo a culpa- Continuo, tentando acalma-la.

- Tens razão, mas eu tenho de ver o meu telemóvel pelo menos.- Diz indo em direção ao carro.

- Está bem, e então vens jantar comigo?- Pergunto outra vez

- Sim, pois o perdi o meu telemóvel com este dia, deve estar na tua casa.- Diz

- Está bem então vamos- Digo entrando no carro.

Nós estamos mais próximos, mas acho que mesmo assim é como se fossemos apenas conhecidos, não um casal separado pelos infortúnios da vida e isso fere-me, mas eu vou conseguir que cada memória volte uma por uma, hoje foi só a primeira. E o meu plano para recuperar as memórias dela está apenas a começar.


CONVERGENTE-um final inesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora