20 || O Sacrifício;

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∆|Aviso: risco de morte por desidratação, por favor, beba água.

Boa leitura <3

Boa leitura <3

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Bill

Não faço a menor ideia de para onde estou indo — ou ao menos o porquê de estar correndo em meio a uma floresta — mas nada disso importa agora, eu apenas estou agindo por instinto.

Mal sabendo onde estava, eu corria abrindo caminho em meio a mata e, vez ou outra, arrancava pedaços de árvores, até mesmo chegando a derrubar uma certa vez, assim bloqueando o caminho atrás de mim — não que isso fosse um problema, não estava sendo seguido e nem pretendia voltar para sabe-se lá de onde eu tenha saído.

Apesar de tudo o que está acontecendo, não acho mais que apenas “sufoco” possa definir o que sinto, a sensação do bloqueio em minha garganta e minha respiração falha ainda são presentes, como um lembrete direcionado para alguma parte de meu subconsciente que ainda teimava em não acreditar que tudo aquilo era a realidade.

Tolice, afinal, eu nem mesmo sei quem sou, por que a realidade importaria?

Cheguei à beirada de um lago, me sentei para tentar me acalmar, estava inquieto, porém, isso de nada adiantou, eu queria algo, mas não sabia o que. Talvez fosse por aquele líquido vermelho de instantes atrás que meu corpo tanto suplicasse, mas a compulsividade anônima que fazia minhas mãos tremerem deixava claro que era algo muito além daquilo que eu estava afim.

Pouco zonzo, engatinhei até estar ao alcance da água cristalina e molhei meu rosto. Aquilo, de certa forma, me acalmou, mas eu ainda sentia muitas coisas se movimentarem dentro de mim.

Meus olhos choravam, meus lábios tremiam, o suor escorria frio pelas laterais de minha face, unindo-se às lágrimas na ponta de meu queixo e nada parecia fazer sentido — talvez nem precisasse. A raiva me consumia sem nenhum motivo aparente, mas um peso terrível de culpa recaía sobre meus ombros. O desespero batia à porta de minha alma e algo inquietante se revirava dentro de mim.

Antes que eu soltasse um grunhido pela dor entorpecente que senti em alguma região próxima ao pulmão, um cheiro familiar fez meu corpo estremecer.

Era o cheiro de algo vivo, mas carregado de más vibrações. Ao captar aquele odor, tudo dentro de mim pareceu ferver transformando, então, minha raiva em um ódio súbito.

Minhas últimas lágrimas rolaram quentes, uma impulsividade me domou e deixei que o instinto dentro de mim tomasse a frente da situação.

Sem mais procrastinar, me levantei rapidamente, tombando uns dois passos para trás graças a tontura, antes de começar a correr e enquanto eu praticamente farejava, fulminante, a estranha fragrância, novamente, senti pontadas estranhas me perfurarem de dentro para fora.

Tentei parar para respirar, aquilo estava me torturando, mas meus pés não me obedeceram, então não tive outra opção senão correr até o que parecia ser algum tipo de placa de metal entre duas árvores com uma porta enferrujada no meio.

Amarelo é a Cor Mais Fria | BillDipOnde histórias criam vida. Descubra agora