Depois do ataque

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[...]

Depois da explosão, a única coisa que permeia meus pensamentos é: E agora? A situação é que eu não conseguir resolver nada. Tudo virou de ponta-cabeça e só piora.

No caminho para o prédio do conselho, Cait se apoia em mim para caminhar, com lágrimas incessantes e a dor no olhar. O sentimento de raiva está presente.

É, eu perdi. Perdi meus pais, irmãos, pai adotivo... e perdi aquilo que mais tentei proteger.

Perdi você, Powder. Não fui capaz de te impedir, nem de te compreender naquela época. Não fiz o suficiente para ser a irmã mais velha que deveria.

Ao cruzarmos a ponte, vemos várias pessoas correndo de um lado para o outro, assim como defensores. A situação está caótica. Conseguimos ajuda para chegar até o prédio do concelho e, chegando lá, descobrimos que todos estão bem. Uma concelheira fez alguma parada sinistra e conseguiu salvá-los.

Enquanto permanecemos no hospital esperando a mãe de Caitlyn, percebo alguns guardas lançando olhares tortos em minha direção. Antes, eu certamente teria revidado, mostrando-lhes o dedo do meio. Mas não estou com cabeça para isso.

— Vermes como você deveriam está atrás das grades. Foi sua gente que fez isso, não foi?! — ele vocifera, cuspindo suas palavras, enquanto permaneço em silêncio com os punhos cerrados. Mesmo exausta, a ira contra indivíduos como ele ainda queima em mim, e minha paciência está se esgotando. — Como podem permitir que ainda esteja aqui? Francamente! Eu deveria...

— Deveria, o quê? — A conselheira que salvou a todos o interrompe, forçando-o a se calar. Ele tenta se explicar, mas é rapidamente repreendido por ela e enviado embora. — Você é a Violet, certo? — ela pergunta, e eu confirmo com a cabeça. Ela se senta ao meu lado enquanto esperamos notícias dos outros. Não aparenta estar ferida. O que ela fez para conseguir salvá-los? Seria indelicado perguntar? — ... Então, você e a senhorita Kiramman estão juntas? Ela parece gostar bastante de você. — Quando ela fala, eu fico sem graça. Gostar de mim? Não sei como responder, apenas dou de ombros e ela ri.

Qual é dessa mulher? Tá um caos lá fora e ela está rindo? Sua atitude me irrita um pouco.

— Suas palavras na reunião me fizeram refletir. Silco é alguém que realmente devemos vigiar, e lamento profundamente não termos agido antes.

— Você acha que foi o Silco... que fez isso? — Pergunto e ela me encara confusa.

— Quem mais poderia ter sido? Silco, como você disse, fará de tudo pela subferia. Acredito que ele seja o responsável por isso. Por acaso, você acha que foi outra pessoa?

— Não! Eu... eu não acho que foi outra pessoa. Silco tinha mil motivos para atacar Piltover, só me surpreende que tenha feito algo assim. Não parecia ser o estilo dele... — Ela me encara com seriedade e, antes que possa dizer algo, um médico se aproxima, chamando sua atenção.

— Como ele está, doutor?

— O conselheiro Talis está bem. Graças a Deus, nenhum dos conselheiros sofreu ferimentos graves, apenas alguns arranhões leves e o susto.

— Posso vê-lo?

— Com certeza. Por aqui. — Antes de saírem da recepção, ela se volta para mim, se despedindo com um gesto sutil. Retribuo o aceno ao vê-la seguir o médico e desaparecer do meu campo de visão.

Quero sair daqui. Está me causando um aperto no peito e a cada minuto que passa mais pessoas chegam em macas, em cadeiras de rodas ou sendo carregadas. Inadvertidamente, meus olhos já se fecham de cansaço. Tento resistir ao sono, mas é em vão, e acabo inclinando a cabeça para trás e fechando os olhos.

Entre fios vermelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora