Onde tudo começou

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[...]

Desde o desaparecimento de Jinx, as duas cidades entraram em alerta máximo. Com a jovem instável fora do controle, o risco de acontecerem loucuras era uma incógnita.

Lux sustentava a crença de que poderia conversar com Jinx e resolver a situação, mas estava sob constante vigilância de Vi, que não se afastava da loira por um instante sequer.

As conselheiras Merdada e Kiramman já estavam cientes das peripécias de Lux e de suas mentiras tanto para elas quanto para seus pais. Optaram por manter silêncio sobre o assunto até que a situação com Jinx fosse controlada. Depois do ocorrido no prédio do conselho, ninguém mais desejava ser pego de surpresa.

— Vi... por favor! Posso resolver isso. Ela vai me ouvir. — insistiu novamente, sendo ignorada pela rosada.

— Você não tem ideia com quem está lidando. Daqui a três dias, você voltará para seu reino chique e vai esquecê-la de qualquer maneira. — Lux tentou argumentar, mas foi ignorada. Achava aquilo ridículo, poderia ser útil se permitissem. Assim que cogitou falar algo, alguém bateu na janela. Ficou espantado ao ver uma garota em cima de uma prancha voadora.

Violet se ergueu e abriu a enorme janela, permitindo a entrada da visitante. A jovem, de aparência peculiar porém cativante, despertou sua curiosidade. Seus cabelos verdes chamavam bastante atenção, assim como a arma chamativa com detalhes que lembravam parafusos.

— Novidades? — perguntou Vi para a garota, que balançou a cabeça negativamente, suspirando cansada.

— Olha... estamos buscando, mas está bem complicado. Ela simplesmente desapareceu! Já vasculhamos o lado baixo inteiro e nada!

— Ela já deveria ter aparecido, ou explodido algo. Mas... nada? Não faz o estilo dela.

— Sim, ela nunca foi assim. Geralmente é Boom aqui e ali! Risadas sinistras e bombas de tintas. Ah, e como esquecer dos desenhos de pinto que ela fez nos cartazes da sua xerife, hehe... — Com um sorriso contido nos lábios, ela mudou rapidamente sua expressão para séria ao perceber a desaprovação de Vi. — Foi mal. — murmurou ela. — Bom, tenho outras coisas para fazer. Ekko e os outros estão prontos para agir caso ela apareça.

— Certo. Valeu pela ajuda. — disse ela, estendendo a mão para despedirem-se com um aperto firme. Assim que fechou a janela, sentou-se com a cabeça baixa, soltando um suspiro longo. Caitlyn entrou no quarto logo em seguida.

— Acabei de ver Zeri saindo. Pela sua cara, sei que eles não encontraram nada, né...? — Vi não respondeu, apenas bufou. Caitlyn se aproximou e deu alguns tapinhas reconfortantes em seu ombro, sussurrando algo em seu ouvido antes de voltar sua atenção para Lux. — Você esteve com ela... sabe para onde ela pode ter ido quando está chateada?

— Ela não está chateada. Está magoada comigo. Se eu puder...

— Irá insistir nisso?! — Vi se levantou irritada, encarando-a com severidade. — O que você sabe sobre a Jinx? Você não pode simplesmente chegar e achar que pode controlá-la. Ninguém controla a Jinx.

— Sim! Ninguém controla ela! E eu não quero isso! Jinx não é um brinquedo. Ela não é má como falaram! Ela só está machucada e eu não quero deixá-la como você fez! — Lux desabafou, recuando ao perceber que se excedeu. Vi arregalou os olhos, sem acreditar no que ouviu, mas sentindo uma onda de culpa e ressentimento a atingir. Senta-se de novo, cabisbaixa, suspirando fundo.

— Não vamos encontrá-la assim. Precisamos pensar direito. Ela nunca some por tanto tempo. Se o que disse for verdade, nos guie até onde acha que ela possa estar.

— S-Sério?

— Você disse que resolveria, certo? Vamos lá! — Lux se levantou rapidamente, pegou seus pertences e seguiu a xerife. Antes de sair, viu Vi ainda de sentada com a cabeça baixa. Ela se arrependeu das palavras ditas, mas não deixava de ser verdade.

Começaram a busca no antigo esconderijo onde as duas costumavam ficar, em seguida foram para o apartamento preparado por Vi para Jinx – algo que Caitlyn só descobriu naquele momento. Revistaram novamente para Zaun. A presença da xerife no lado baixo gerava tensão, olhares e sussurros eram inevitáveis, alguns olhares de homens que causavam náuseas em Caitlyn, mas ela seguiu em frente. Visitaram a base dos fogolumes, conversaram com Ekko e depois seguiram para o lago onde Jinx costumava ir. Nada. Passaram o dia inteiro procurando pela garota, examinaram cada esconderijo que Lux conhecia, mas ela não estava em lugar algum.

Caitlyn estava irritada, pois sabia que teria que prestar contas ao conselho. As cicatrizes ainda doíam profundamente e, mesmo com o passar do tempo, aquele dia permanecia indelével em sua mente.

Coçando a cabeça para ajeitar o chapéu, ela começou a retornar a Piltover, mas foi interrompida por um pensamento. Um local específico. Inventou uma desculpa para Lux e a enviou de volta, enquanto ela própria seguiu para o antigo galpão onde o acidente ocorreu.

O local para onde Jinx sempre retornava.

Entre fios vermelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora