Madrugadas...

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No dia seguinte, receberam alta da médica e foram para casa, passando o dia todo encantadas com a filha. A bebê era tão fofa e rechonchuda, suas bochechas eram irresistíveis. À noite, ao se prepararem para dormir, colocaram a pequena na cama com elas. Caitlyn avisou que iria tomar banho e deixou Vi com a bebê. Com cuidado, Vi se aproximou da filha na cama, cheirando o perfume de bebê dela e admirando-a dormir. Foi então que Vi percebeu que ainda não haviam escolhido um nome e começou a pensar nos nomes da lista em busca do que melhor combinasse com a pequena. Foi surpreendida por uma mão gelada e, ao levantar a cabeça, viu Caitlyn.

— Por que essa cara? — perguntou Caitlyn com um sorriso, subindo cuidadosamente na cama e abraçando Vi por trás.

— Ainda não decidimos o nome dela... — Sussurrou, levando as duas a refletirem. Caitlyn acariciou o braço forte dela, tentando escolher um nome. Ela tinha várias opções em mente, mas ao ver sua filha pela primeira vez, surgiram dúvidas. Vi suspirou, virou-se de barriga para cima, permitindo que Caitlyn descansasse em seu peito. — Cupcake... — Caitlyn ergueu a cabeça para encarar a rosada. — O que você acha de... Summer? — Propôs com um sorriso tímido, recebendo o sorriso de volta da outra, que selou seus lábios.

— É maravilhoso! — Sussurrou animada, reunindo seus lábios novamente, antes de se separarem e se olharem com paixão. Caitlyn se levantou, caminhando até o outro lado da cama. As duas contemplavam a pequena, resistindo ao sono. Caitlyn, apesar de tentar ficar desperta, acabava cedendo ao cansaço lentamente, até por fim fechar os olhos. Vi se manteve acordada por um tempo, admirando sua mulher e filha dormindo. Coçou os olhos e bocejou, mas resistiu ao chamado de Morfeu. Desejava prolongar aquele momento de ternura, guardá-lo eternamente em sua memória.

[...]

Se passaram semanas desde o nascimento da pequena Summer. Caitlyn estava em casa, na casa de seus pais na verdade, pois só iriam se mudar no próximo mês. Estava terminado de revisar mais uma pilha de documentos, percorreu o quarto examinando pistas sobre um caso de arrombamento, registrando novas informações, organizando papéis e conectando os pontos em seu quadro – o qual fora movido novamente, enquanto mantinha um olho no berço.

Não era tarde, mas Violet não havia chegado ainda, mesmo estando de licença, teve que ir ajudar Bob na delegacia. Suspirou, retirou os óculos e os colocou sobre a mesa, juntamente com alguns documentos em ordem. Aproximou-se do berço e acariciou o rosto da filha, com um sorriso terno.

— Sua mãe vai demorar. O que eu faço até lá? — Sussurrou, parando de acariciá-la, coçando a cabeça. Dirigiu-se ao guarda-roupa e pegou uma camisola, seguindo para o banheiro. Após um banho relaxante, enquanto escovava os dentes, sentiu um calafrio e foi rapidamente verificar a pequena, constatando estar tudo bem antes de retornar ao banheiro. Concluiu suas tarefas, apagando as luzes antes de sair, dirigiu-se à cama e se jogou no colchão, exausta. Ao olhar para o relógio, viu que já era hora de Summer comer.

Ao longo dos dias, notaram que a pequena dorme bastante e não pede comida, então, após conversar com a médica, Caitlyn teve que criar um cronograma. Ficou apreensiva, porém a médica tranquilizou-a, explicando que é comum, bebês serem sonolentos, e por isso cabia aos pais monitorar os horários da alimentação da criança. Despertou suavemente a pequena para não assustá-la. Caitlyn cuidadosamente a segurou nos braços e a levou até a cama, sentando-se recostada na cabeceira, oferecendo o peito à bebê. Enquanto esperava, aproveitou para fechar os olhos, inclinou a cabeça para trás e suspirou. A casa estava silenciosa, mas sua mente estava repleta de pensamentos e sua única fonte de força era a pequena Summer. Cada vez que a contemplava, todos os seus problemas pareciam desvanecer. Sua felicidade, sua energia, sua vida, tudo era ela. Abriu os olhos quando a pequena terminou de mamar, levantou-se e deu leves palmadinhas nas costas dela para fazê-la arrotar. Após o arroto, dirigiu-se ao berço e a acomodou confortavelmente nele.

Entre fios vermelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora