Só mais um dia

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[...]

Vi adentrou o quarto carregando uma bandeja repleta de frutas a pedida de Caitlyn, sendo surpreendida ao avistar a outra mulher agachada no chão, focada intensamente em um papel.

— Cupcake, está tudo bem...? — Indagou, aproximando-se devagar e agachando-se ao lado dela. Caitlyn sequer a encarou, limitando-se a pegar algumas uvas da bandeja e colocá-las na boca. — Só por curiosidade, por que você tá encarando esse papel? Tá olhando para ele desde que saí do quarto.

— Não consigo... Não consigo resolver. — Ela murmurou, mostrando-lhe o documento. Vi analisou a situação, trata-se de um crime complexo, daqueles que desafiam os limites. E Caitlyn adora esse tipo de desafio. Durante todo esse período juntas, não podia nem mesmo pensar em dizer a ela que não consegue resolver algo, senão ficaria sem sexo por um mês. No entanto, ouvir a própria Caitlyn admitir um "não consigo" era algo inédito.

— Hum... Ah, já sei! Você tá em crise. — disse, colocando o arquivo no chão e limpando as mãos. — Ah-! Ha, Há... P-Por que está me olhando assim, cupcake? Parece que vai me estrangular... — afastou-se lentamente dela, com um sorriso nervoso. Caitlyn levantou-se abruptamente, saiu do quarto e bateu a porta com força.

~Academia rota dourada~

— Há quanto tempo ela tá fazendo isso? — perguntou, observando a mais velha de longe. Bob suspirou, coçando a cabeça hesitante, virando-se para encará-lo. — É sério, cara. Há quanto tempo ela está atirando no mesmo alvo? Ela já atirou mais de 20 vezes desde que cheguei! — exclamou, apontando para a mais velha.

— Para dizer a verdade... Alguns oficiais falaram que ela chegou aqui de madrugada e não parou desde então. — Vi levantou-se da cadeira atônita, andando de um lado para o outro com a mão na cabeça.

— Por que você não falou com ela?

— Porque ela dá medo! Você sabe como a xerife fica quando está... assim! E coitado de quem tentar falar com ela. — Outro tiro foi disparado, assustando os dois. Vi voltou sua atenção para ele, respirando fundo mais uma vez, deixando-o sozinho na arquibancada. Desceu as escadas, aproximando-se de Caitlyn, limpando a garganta nervosamente. Aproximou-se quando ela parou de atirar e removeu os fones, recarregando a arma.

— Oi, cupcake~! Não esperava te ver por aqui... — Caitlyn não respondeu, engatilhando a arma novamente. — Hum... você não tem uma reunião com os conselheiros hoje?

— Eu não vou. — Ela disse, colocando os fones, pegando a arma novamente e mirando no alvo. Disparou algumas vezes, mas parou quando a arma travou. Irritada, bufou, tirou os fones e foi até a mesa, jogando a arma no chão e escolhendo outra.

— Eu sei que você não está no clima para conversar, mas acho que deveria pegar mais leve, Caitlyn. Você tá grávida! — Ela falou baixo a última parte. Caitlyn sabia que Vi estava certa, bateu a arma na mesa, baixou a cabeça e suspirou profundamente.

Alguns defensores as observavam e cochichavam, irritando Violet. Sabia que depois iriam fofocar pela delegacia, e detestava quando faziam isso. Sem perceber, Caitlyn se afastou e saiu do estante de tiro. Violet olhou para cima e viu Bob observando-a, encolheu os ombros e balançou a cabeça. Suspirou cansada, olhou ao redor e pediu a um oficial para guardar as armas, seguindo o mesmo caminho de Caitlyn.

Andou por um tempo à procura da mais velha, até a encontrar diante de um quadro repleto de fotos de pessoas desaparecidas. A mulher mais velha mantinha as mãos na cintura, encarando fixamente o quadro, sem pestanejar. Pouco depois, Bob surgiu e se posicionou ao seu lado. Iniciou-se então uma pequena disputa entre os dois, empurrando-se para ver quem se aproximaria dela. Ez, que teve o azar de chegar naquele momento, viu-se obrigado a se dirigir à xerife. O coitado se aproximou dela, observou o quadro e cruzou os braços, suando frio.

Entre fios vermelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora