Quando Alexander parou o carro na alameda, estranhou os portões abertos e a ausência de Luna a sua espera. Por um lado, aquilo era bom! Dava mais tempo para recolher seus sentimentos e controlar sua reação! Ao mesmo tempo, plantava mais uma preocupação em sua mente! Enquanto colocava o carro na garagem, já não tinha certeza sequer se deveria questionar algo sobre as fotos e a revista. Suspirou pesadamente antes de finalmente abrir a porta e tomar a decisão de entrar em casa.
Embora a garagem tivesse uma porta que a ligava diretamente ao interior da casa, pela lateral da sala, ele e Luna tinham o hábito de dar a volta e entrar pela porta da frente. Naquela noite, a pequena caminhada contribui para aumentar sua ansiedade! A porta estava destrancada, o que lhe deu a certeza que ela estaria no andar de baixo.e que a encontraria assim que entrasse. Engoliu em seco, sentindo o coração disparar enquanto empurrava a porta.
Lá estava, sentada no sofá, diante de sua mesa dobrável, quase em frente ao pequeno hall da entrada, com os fones enfiados nos ouvidos e os concentrada em digitar apressada em seu computador. Suspirou mais uma vez! Seu primeiro impulso teria sido caminhar até ela, zangado, fechar o computador e perguntar porque ela tinha feito aquilo. Mas tudo o que conseguiu foi ficar imóvel, no meio da sala, encarando-a e pensando como ela parecia uma pessoa completamente diferente! Ali, trabalhando, com os cabelos presos em enorme rabo de cavalo que pendia do alto da cabeça, aqueles óculos que ainda pareciam maior que seu rosto e a expressão concentrada.
Ainda era assustador o modo como ela era capaz de hipnotizá-lo e fazer com que se perdesse em sua própria vontade! Ainda estava bravo! Mas preferia apenas continuar admirando-a, sem dizer uma única palavra. Para ele, ela era a criatura mais adorável e perfeita que existia! Era exatamente por isso que a ideia de dividi-la com quem quer que fosse, de qualquer maneira, parecia tão inaceitável! Toda aquela perfeição deveria ser apenas sua! Suspirou, novamente, quase sem som.
Luna já tinha percebido que ele estava ali! Tinha percebido desde que o carro entrara na alameda, como sempre. Mas estava no meio de redação de um contrato complicado e enjoada demais para pensar em levantar e correr até lá fora, por mais que essa fosse sua vontade. Mas agora estava curiosa com o motivo de ele estar imóvel e calado já há alguns minutos, encarando-a.
Vasculhou a mente em busca de algum motivo para que estivesse aborrecido. Mas não ocorreu nada que ainda não tivesse sido discutido antes. Exceto o que tinha se preparado para falar desde que saíra da gravadora. Mas era algo que ele não tinha como saber, portanto não podia ser motivo para se zangar. Franziu a testa, sentindo-se confusa por um instante, antes de tomar a decisão de manifestar alguma reação.
- O que foi? - tirando os óculos e olhando por cima do computador. - Aconteceu alguma coisa? - tirando os fones.
- Você! - jogando uma revista sobre o sofá, ao lado dela. Não tinha resistido ao encontrar outro exemplar quando passava por uma banca de jornais ao ver aquela revista ali, exposta para quem quisesse olhar.
- Ah! O ensaio! - desviando o olhar. Podia jurar que havia contado a ele sobre aquilo!
- Fez isso, mais uma vez! - suspirando. - Por quê? - parecendo zangado.
- Por que eu preciso manter minha fama de vadia! - com um sorriso maldoso.
- Hei! Você é minha mulher! - estreitando os olhos.
- Deuses! Você realmente sente ciúmes! - achando graça.
- Se você visse como todo mundo reage, entenderia. - resmungou, cruzando os braços.
- Meu amor! São só fotos! - apoiando os cotovelos na mesa e o queixo nas mãos. - Você sabe a quem pertenço! - sorrindo. - Não fique tão zangado, papai! - fazendo uma careta e voltando a se concentrar no computador.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Noites Sem Luar - Livro II da Trilogia do Coração
RomanceContinuação de "A Tempestade Perfeita" ❤️ Predestinados! Apaixonados! Dependentes! Viciados! Conheciam e inspiravam o melhor e o pior um do outro. Não tinham um amor convencional! Era um sentimento considerado por alguns obsessivo e tóxico. Nada pod...