Capítulo 08 - Imprevisível

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Aos poucos, Alexander diminuiu suas idas até a gravadora, ao ponto de Stefano sugerir que ele fizesse seu trabalho de casa, como Luna fazia, e só comparecesse a Di Angeli quando fosse inevitável! Proposta que ele aceitou sem pensar uma segunda vez!

Estar em casa e tomar conta de Luna era tudo o que queria e precisava para tranquilizar seu coração. Vendo-a todos os dias e estando perto dela se sentia mais seguro! Ao menos, tinha certeza que estaria tomando os cuidados necessários! Não podia ser mais perfeito!

As saídas de casa de Luna estavam terminantemente proibidas! O único lugar para onde podia ir, pela proximidade e segurança, era a casa de Sally! Mesmo assim, preferia que a amiga viesse até a casa deles ou a buscasse. Também preferia que ela não demorasse muito tempo fora de casa, mesmo que fosse no jardim!

Dirigir a caminhonete cor-de-rosa estava fora de cogitação! Era um carro pesado, difícil de guiar e Alexander considerava um risco desnecessário. Além disso, estava ali para levá-la aonde fosse preciso, quando fosse necessário. E quando não podia estar com ela, sempre havia alguém disposto a fazer seu papel e mantê-lo informado.

Naquelas semanas, a forma possessiva como Alexander sentia e agia, disfarçada de zelo e cuidado, se tornou maior, mais intensa e mais visível! Até mesmo Stefano concordava com as imposições aplicadas à Luna! Concordava com todo aquela vigilância e precaução! Ela precisava daquilo e havia poucas pessoas capazes de dominar sua irmã. Alexander era o mais eficaz.

Adam tentou se manter afastado, mas toda vez que entrava em contato com Evelyn, suas ressalvas e preocupações se intensificavam. A boa notícia era que, com tudo o que estava acontecendo, Evelyn tinha decidido abreviar seu passeio pela Europa! Estava de volta menos de duas semanas depois de Luna deixar o hospital. E embora passasse muito tempo com a amiga, estava outra vez ao seu lado e parecia ter esquecido, ao menos temporariamente, as discussões sobre casamento.

Quando Luna alcançou o oitavo mês de gravidez, quase não saía mais do quarto. Alexander fazia o possível para evitar isso! Ela discutia, brigava, às vezes, ganhava dele. Algumas vezes, era apenas sobre ir jantar ou almoçar na cozinha; outras, sobre passar algum tempo no jardim. Sempre havia uma pequena disputa, que nunca evoluía para uma briga ou discussão grave!

Luna compreendia o comportamento do marido e, de algum modo, concordava com ele. É claro que seu espírito, de natureza libertina e indomável, se rebelava contra ter alguém a controlando! Ao mesmo tempo, se sentia agradecida por tudo o que ele fazia. Eram gestos de amor que antes só recebia de Sally! Ainda assim, era maior, mais intenso, mais dedicado! Não sabia explicar como ou porquê, mas era diferente.

Assim como Luna estava cheia de restrições, Alexander não ia mais a gravadora e faltava a todos os compromissos que podia. Quando era convocado, a própria Luna acabava o convencendo a ir, justificando que Sally, Aurora, Lety e quem mais pudesse convidar, ficariam tomando conta dela nas horas que estivesse fora! Era difícil, mas ela acabava o convencendo!

Foi o que aconteceu cerca de quinze dias antes da data que o medico estipulara para o nascimento da bebê. Antes das oito da manhã, Alexander recebeu uma mensagem de Adam e outra de Tomas, ambas o informando que teriam uma reunião importante à tarde e precisavam da presença dele, não só para as discussões e decisões, mas também para a assinatura de documentos.

Quando Luna despertou, perto das dez da amanhã, encontrou o marido sentado na poltrona, ao lado da cama, com uma expressão contraída no rosto e a preocupação estampada em seu olhar. Ele não precisou dizer coisa alguma, o conhecia o suficiente. Virou-se devagar no colchão e o encarou por um instante.

- Você vai! - determinou com aquele ar autoritário que lhe era peculiar

- Aonde? - devolveu, pego de surpresa.

Noites Sem Luar - Livro II da Trilogia do Coração Onde histórias criam vida. Descubra agora