Noites Sem Luar - Livro II da Trilogia do Coração

Capítulo 17 - Estratégia de aproximação

O dia da transferência de Luna foi definido e chegou mais depressa do que qualquer um esperasse! Devido a todos os trâmites envolvidos, no momento em que fosse para o quarto ficaria 24 horas sob supervisão constante e todas as visitas estariam suspensas! Inclusive as de Alexander!

É claro que ele entendia a necessidade e a gravidade daquela manobra e todos os cuidados tomados. Mas não podia se impedir de sentir uma grande angústia por aquela separação temporária. Já tinha se acostumado a estar com ela todos os dias, conversando, cantando e acompanhando cada pequena evolução. Vinte e quatro horas era tempo demais!

No dia marcado, embora todos soubessem que não poderiam ver Luna ou mesmo se aproximar dela, se reuniram na sala de espera. Alexander e Stefano seguravam firme as mãos de suas mães, como meninos com medo demais para fazer qualquer outra coisa. Daniel preferiu manter uma distância segura do marido. Sabia que, naquele momento, não era aconselhável sequer trocar duas palavras, tanto com Stefano quanto com Alexander.

Os outros buscaram amparo em seus companheiros. Mas ninguém sequer pensavam em sair daquele hospital antes de terem certeza que a mudança tinha sido bem sucedida. Lorenzo tinha buscado abrigo calorosos do pai. Até mesmo Domenico e a esposa estavam ali, em expectativa. Pietro tinha seu melhor amigo, Noah, que viera de Las Vegas, especialmente, para estar ao seu lado naquele dia!

Miranda observou toda a movimentação à distância. Teve a sensação que todos no hospital estavam, de algum modo, envolvidos com o que estava havendo, menos ela. Tinha a impressão que se fosse possível, fechariam o hospital apenas para se dedicar a Alexa Luna. Honestamente, ela nem se importava com toda aquela comoção, quanto não fazia caso do qie aconteceria!

Talvez por isso, e ignorando o quanto Alexander estava cercado de atenção, escolheu aquele dia para tentar sua aproximação. Um dia em que, ela sabia que, se tudo o que diziam era verdade, ele estaria mais frágil e vulnerável. Sabia o que aquilo parecia! Mas não considerava nenhuma trama ardilosa, apenas um modo prático de tornar as coisas mais fáceis, se aproveitando de circunstâncias que já existiam.

Toda a mudança de Luna, de seu leito na UTI para o quarto, especialmente preparado para ela e tão cor-de-rosa quanto possível, foi iniciado durante à noite e adentrou parte da madrugada. Três enfermeiros permaneceriam com ela o tempo inteiro, naquelas primeiras 24 horas cruciais. E um médico, além do doutor Armstrong, estaria de plantão para qualquer emergência. Todas as atenções, de fato, estavam voltados para ela naquele dia.

Perto da hora do almoço, todos se movimentaram. Alguns preferiram comer algo fora dali, até para terem alguns minutos para relaxar de tanta apreensão. Tomas decidiu passar na creche diurna onde tinham deixado todas as crianças! Sabia que Luna não confiava em estranhos tomando conta de seus filhos e se estivesse consciente jamais teria concordado com aquilo! Mas não podiam ter cinco crianças para olharem quando suas mentes estavam focados em outro lugar.

Sally, a família de Luna e a mãe de Alexander, além dele mesmo, não deixaram o hospital. Mas pensaram que era um bom momento para deixar Alexander a sós com seus sentimentos e reflexões. Por esse motivo ele foi sentar sozinho, em uma mesa, no canto do refeitório, com sua refeição, enquanto os outros escolheram lugares próximos, praticamente do outro lado do lugar. Aí estava a oportunidade que Miranda estava esperando!

Assim que percebeu que ele ficaria sozinho e afastado dos outros, ensaiou uma desculpa qualquer, enquanto apanhava sua refeição. Na verdade, não precisou de muito esforço! Aquele, definitivamente, não era um dia comum e o lugar estava lotado! É claro que poderia dividir uma mesa com qualquer de seus colegas, mas aquilo não convinha aos seus planos. Suspirou e preparou seu olhar mais doce e a expressão mais inocente, enquanto andava até a mesa onde Alexander estava.