Andrew
Eu estava cada dia mais perto de ceder e implorar para que Irma me beijasse. Foda-se, eu estava quase indo e beijando ela eu mesmo.
Ela não saía da minha cabeça nem por um maldito segundo e eu tinha passado a semana ligando para minha irmã e dizendo a ela para continuar tentando ver Valerie. Mais uma semana dessa merda e eu simplesmente contaria a Irma uma versão censurada do que aconteceu na noite em que eu atendi minha ex.
Os mafiosos ainda estavam ao meu redor. Eu não os via, mas as vezes eu tinha a sensação de estar sendo vigiado. Meu instinto era bom e Valerie disse para eu acreditar nele, então era isso que eu estava fazendo.
Enquanto isso não colocasse Irma em risco, eu me manteria fazendo o que minha ex pediu.
— Ela não vai entrar por essa porta hoje. Você sabe disso, né? – Violet falou, olhando as cartas em sua mão e eu a encarei. Nós estávamos jogando gamão na recepção. Hoje o dia estava lento e já era depois da hora do almoço.
— O quê? – falei distraidamente, lançando um olhar para o meu celular. Irma não havia respondido minha mensagem.
— Irma. Ela não vem e você sabe disso, já que estava falando com ela a meia hora atrás. – ela disse, jogando a carta na mesa. Eu a encarei desconfiado. Eu estava distraído e tinha a impressão de que a garota estava roubando nesse jogo. Eu era péssimo em jogos de carta, o único que eu sabia realmente jogar era uno. E minha irmã era uma rata do uno, ela escondia cartas em todos os lugares possíveis, inclusive no sutiã. Então eu conhecia a sensação de estar sendo passado para trás.
— Como você sabe que eu estava falando com ela? – perguntei, colocando minha carta na mesa. Observei atentamente os movimentos dela, tentando ver se ela ia roubar agora.
— Você sabia que tem um sorriso só pra ela? Eu chamo de "sorriso Irma".
— O quê? – perguntei, desistindo de olhar as cartas e a encarando, verdadeiramente curioso.
— Você sorri de um jeito diferente quando é com ela ou sobre ela, Andrew. Eu passo o dia todo presa com vocês dois, não aguento mais toda essa tensão sexual entre vocês. Você tá caidinho nela, toda vez que ela tá no abrigo você fica inventando pretexto pra ficar no mesmo cômodo que ela, se ela fala algo você larga o que está fazendo pra ouvir e você tem esse olhar bobo em seu rosto e o sorriso Irma em seus lábios sempre que é sobre ela.
— Eu faço isso? – perguntei. Violet revirou os olhos. Eu não duvidava que realmente fizesse isso, eu estava apaixonado pra caralho pela Irma. Eu não conseguia ficar longe e eu também não podia evitar de desejar que a atenção dela estivesse em mim. Mas me surpreendeu que eu fosse tão ridiculamente óbvio sobre isso.
— Faz, mas se te consola, ela também não disfarça melhor do que você. Não sei porque vocês não assumem logo isso. – nesse momento, Violet teve minha total atenção. Irma não disfarçava? — O que foi?
— O que você quer dizer com ela não ser melhor do que eu em disfarçar?
— Ah, fala sério! Você é tão cego assim? Toda vez que ela chega aqui com o rosto inchado de tanto chorar sabe se lá Deus o porquê, ela sempre te procura com os olhos, como se estivesse pedindo um abraço. Quando você tá lá atrás, fazendo algum atendimento, ela desce e fica te observando. Você nunca vê porque fica muito concentrado no trabalho e Irma parou de ficar até tão tarde aqui por sua causa, porque ela não quer que você fique até tarde a esperando. – Violet contou e eu senti meu coração bater com mais força. Eu sabia que Irma se sentia atraída por mim, que ela gostava de me beijar e estava apaixonada por mim.
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Tudo de nós (The Heartbreakers #3)
RomanceIrma Keller era a ponteira do time de vôlei da Kennesaw State. A garota que ia jogar em um time profissional. Aquela que brilhava dentro de quadra. Mas em seu último jogo pela universidade, Irma sofreu uma lesão que destruiu seu joelho e seus sonhos...