Capítulo 32

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Andrew

O corpo quente ao meu lado se moveu e eu abri meus olhos. Irma resmungou um pouco, escondendo seu rosto em meu peito e eu ouvi o celular tocando.

Foi isso que a incomodou.

Olhei ao redor do quarto, tentando ver de onde vinha o barulho, mas parecia que estava vindo da sala. Irma não parecia disposta a se levantar e nem eu, então eu cobri seu ouvido com minha mão e deitei minha cabeça de volta no travesseiro.

Isso pareceu funcionar por um tempo, mas o celular continuou tocando.

Impaciente, eu suspirei alto.

Gentilmente, afastei Irma e me sentei na cama. O celular ainda estava tocando e eu me levantei pegando uma bermuda pelo caminho, indo para a sala. Era o meu celular e quando o peguei, franzi o cenho.

Um número desconhecido.

Eu atendi, tomado pela curiosidade.

Se divirta enquanto pode, Andrea. – uma voz falou. Não parecia uma voz normal e a ligação foi desligada logo em seguida. Eu encarei meu celular, sentindo vontade de vomitar.

Que porra era essa?

Olhei para o meu quarto. A porta ainda estava aberta e eu podia ver Irma na cama, dormindo.

O que diabos eu estava fazendo?

Valerie tinha fodido a minha vida e a culpa era minha, por ter deixado isso acontecer. Eu não deveria ter atendido aquela ligação durante a madrugada e também não deveria ter ido atrás dela.

Eu estava na mira de algum bandido que ela tinha irritado e essa merda podia respingar na única pessoa que não tinha nada com isso.

Porra.

Eu tinha passado dos limites.

Eu estava sendo mais do que egoísta, eu estava colocando a mulher que eu amava em perigo. Valerie tinha me dito que essa situação não duraria mais do que alguns meses.

Eu deveria ter esperado.

Quando tudo acabasse, eu poderia ficar aqui e explorar nosso relacionamento. Eu poderia ter feito isso, mas fui egoísta e apenas cedi ao que eu queria.

Inferno.

Se algo acontecesse com ela, eu nunca me perdoaria.

Ela era a única pessoa que eu jamais aceitaria que fosse tocada pela sujeira que Valerie tinha jogado no meu colo.

— Andrew? – ouvi a voz de Irma e acordei do meu transe. Ela estava sentada na cama, o cabelo bagunçado e estava esfregando os olhos. O cobertor estava amontoado em seu cintura, deixando seus seios a mostra.

Como uma mariposa atraída pela luz, eu fui até ela.

Ela me olhou e sorriu e eu queria morrer bem ali.

Se ela se machucasse, eu enlouqueceria.

Me sentei na cama, com um bolo na minha garganta. Eu me sentia sufocando.

E, como uma gatinha manhosa, Irma veio para o meu colo, abraçando meu pescoço e deitando sua cabeça no meu peito. Eu a abracei apertado.

Eu faria qualquer coisa por ela.

Daria minha vida para garantir que ela ficasse segura. Eu morreria sem hesitar se isso significasse que ela ficaria bem.

— O que aconteceu, mon loup? – ela perguntou e eu a olhei. Ela me conhecia bem demais. Não fazia tanto tempo que nos conhecíamos, mas ela parecia saber tudo sobre mim.

Tudo de nós (The Heartbreakers #3)Onde histórias criam vida. Descubra agora