17. Septembre

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Narração Valquíria:

- É O QUE?!

Vociferei ao ouvir o absurdo que Bruno acabara de me dizer.

- Eu não ouvi um absurdo desses. Eu não ouvi! Você só pode estar brincando comigo, Bruno. Não é possível. Isso só pode ser uma pegadinha de mal gosto e se for é melhor pararem agora mesmo.

- Bicha, eu não estou brincando. A Clara veio embora há algumas horas, eu pensei que já estivesse aqui.

De raiva eu lancei a almofada vermelha na cara desse infeliz, mas a minha vontade foi jogar o vaso de vidro.

- Por que não me enviou uma mensagem? Eu iria perceber se ela estivesse demorando muito. Meu deus e se ela regrediu no meio do caminho e se perdeu? – Sentei no sofá desesperada. – Ela não iria regredir na rua assim, iria? Ela ia para o trabalho sozinha.

Theo fez uma cara de espanto por um milésimo de segundo que não passou despercebido. Algo estava errado. Muito errado.

- O que foi isso, Theo?

- Droga, - ele suspirou preocupado. – Se for pensar bem o Pedro falou algo que pode ter feito a Clara escorregar. Eu deveria ter me atentado a isso quando ele decidiu sair sozinha. Ela sempre fica à beira de regredir quando está triste ou se sente ameaçada.

- Espera aí, você disse Pedro?! – Me virei para Bruno esperando por alguma explicação. – O Pedro, Pedro?

- Ele é responsável pela construtora, gata. Ele estava lá e a Clara também... e droga. Essa garota com certeza regrediu no caminho e se perdeu.

- Eu vou ligar para polícia.

- A polícia não vai fazer nada antes de 24h.

- Eu chamo um detetive particular, mas nem fodendo que irei esperar 24h.

- Vamos sair e procurar por ela. Ela não deve estar longe.

Eu não sabia se queria matar Clarice, Bruno e Theo ou o Pedro. Como é possível que tudo isso tenha acontecido em uma tarde sem que eu ficasse sabendo de absolutamente nada? Por que diabos Bruno não me avisou que Pedro estava por lá, ainda mais com a Clarice por perto? Eu sei que o Miguel iria desestabilizar a Clara muito mais facilmente que o Pedro, porém eu conheço as artimanhas desse filho da puta e se o Theo disse que ele falou algo para engatilhar a Clara é porque ele a provocou com toda certeza. Ele adora fazer isso.

Aí, mas que ódio!

Saí nas ruas com Chloée e Marshall chamando por Clarice apenas para ter que ouvir estranhos nas ruas desejando que encontrasse meu "cachorrinho" logo. Como explicar para essas pessoas que estava procurando pela minha namorada? Se bem que foda-se, eu não iria perder meu tempo com isso.

Theo também estava caminhando pelas ruas enquanto Bruno circulava por aí de carro fazendo diferentes trajetos até a clínica. Pelo tempo em que ela estava na rua poderia estar bem longe daqui. Era desesperador imaginar que minha bebê estava há no mínimo duas horas vagando por aí.

Clarice mora por aqui há meses, mas tivemos poucas oportunidades para sair de casa. Não é como se ela realmente conhecesse esse bairro e eu não fazia ideia de onde poderia a encontrar. E estamos em São Paulo, não é como se esse bairro fosse pequeno. Céus, eu vou matar essa garota.

Se eu fosse a Clara pequena, o que chamaria a minha atenção na rua? Sem dúvidas, cachorros. Clara ama cachorros.

- Chloée? Marshall? Alguma ideia? Aí Clarice, veja só o que você faz comigo. Estou até falando com cachorros de pelúcia! Quando eu te encontrar você vai estar de castigo pela eternidade. Pela eternidade!

Still Stuck With UOnde histórias criam vida. Descubra agora