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Pov Taehyun

Estava checando pela milésima vez o endereço que o mais novo havia me dado, encarei Sirius que estava dormindo dentro da pequena gaiola no banco de passageiro do carro e então suspirei encarando a fachada da casa azul pastel.

As diversas flores na frente, janelas da cor branca juntamente com a porta e o telhado avermelhado dava certa graciosidade a casa de Beomgyu, sequer havia entrado lá ainda e só de observar de longe sentia-me acolhido pelo ar familiar. Acabei soltando inconscientemente um suspiro dos meus lábios, trabalhava como namorado de aluguel desde que saí da casa do meu pai e nunca estive nesse tipo de situação, não sabia se me envolver tanto assim com a família Choi daria bons resultados ou não, porém não queria ser pessimista.

— Vamos lá, Taehyun. — Murmurei suspirando novamente e então saí do carro trancando-o com a trava automática. — O máximo que você vai receber vai ser um balde de água fria na cara, eu espero...

Aproximei-me do pequeno portão que estava destrancado e sem saber ao certo o que fazer apenas dei de ombros e o abri, atravessando o pequeno quintal enquanto ficava admirado com o quão bem tratadas aquelas flores eram. Me aproximei um tanto que relutante da porta de madeira e então apertei a campainha tentando distrair-me com as pessoas que passavam pela rua naquela manhã, estava muito nervoso e não entendi o porquê.

Era como se eu estivesse prestes a ter meu juramento final, céu ou inferno?

Dissipei-me dos meus pensamentos quando a porta foi repentinamente aberta por Beomgyu que sorriu ao me ver ali, e mais ainda ao ver a gaiola que eu segurava em minhas mãos com o maior cuidado do mundo.

— Sirius!! — O moreno praticamente arrancou a gaiola de minhas mãos e então correu para dentro de casa. — Entra, Taehyun. — Gritou quando já havia afastado-se.

Entrei na casa e fechei a porta recebendo imediatamente o olhar de uma senhorinha que estava sentada no sofá bebericando algo em uma xícara, a cumprimentei curvando-me um tanto que envergonhado e então ouvi um riso. Encarei o moreno que me olhava enquanto ria baixinho e movi meus lábios mandando-o calar a boca vendo-o dar de ombros.

— Taehyun, querido? — Uma voz feminina extremamente doce soou o que me fez arquear as sobrancelhas confusos, aproximei-me de Beomgyu tendo a visão de uma mulher baixinha e bochechuda despejando uma cobertura de chocolate em cima de um bolo do mesmo sabor.

— Oi, senhora Choi. — A cumprimentei e novamente me curvei ouvindo o riso do mais novo agora mais alto, dei-lhe uma cotovelada disfarçadamente e então a mulher riu.

— Vocês dois são mesmo como gato e rato, pensei que o Yeonjun havia exagerado quando me falou de você. — Ela sorriu. — Você é muito bonito.

— Obrigado... — Sorri um pouco envergonhado e então vi a mulher fazer joinha para o moreno que estava ao meu lado, ela sequer disfarçou.

Assustei-me quando ouvi o som de algo quebrando e assim como os outros dois virei-me para trás enxergando a senhorinha que estava sentada no sofá, ela parecia praguejar algo, ou melhor, alguém.

— Vovó! — Beomgyu murmurou e foi ajuda-la a pegar os cacos da xícara que havia partido-se em mil pedaços. — Quantas vezes preciso falar que você deve usar o chinelo para matar algum inseto?

— O que disse? — A mulher virou-se para o moreno colocando a mão atrás da orelha.

— Ela perdeu a audição? — Perguntei um pouco curioso ao perceber que Beomgyu  tentava dialogar com a senhora de idade porém ela parecia não ouvi-lo.

— Não, ela só finge que não escuta para evitar estender um diálogo com alguém. — A mãe do moreno respondeu, negando com a cabeça enquanto ria. — Velha safada!

— Inseto! — A senhora gritou jogando uma de suas chinelas na direção da mãe de Beomgyu, esquivei-me a tempo e a sandália agarrou na barriga da mulher baixinha.

— Mamãe!

Beomgyu gargalhou, a sua avó gargalhou e ate mesmo a sua mãe começou a rir. Eu não conseguia entender ao certo o que estava acontecendo e sentia-me um tanto que deslocado, eles eram próximos, unidos, completamente diferente de mim e minha família e poder presenciar aquele momento familiar da vida do mais novo deixou-me grato.

— Venham meninos, vamos lanchar! — A baixinha nos chamou apressando-nos para que nos sentarmos todos juntos na mesa. — Fiz bolo de chocolate especialmente para você, querido. — Falou enquanto me olhava com um sorriso terno nos lábios. — Espero que goste.

— Não precisava se incomodar, Sra. Choi. — Retribui o sorriso vendo o moreno soltar um muxoxo, aparentemente ele estava enciumado.

A mulher não me respondeu, apenas bagunçou os cabelos do filho, em seguida os meus e depois colocou duas fatias fartas de bolo em um prato e me deu. Bom, nunca fui muito fã de doces mas por ela faria um esforço, afinal, diferente do que eu pensava a mulher era ainda mais radiante.

Por ora o veredicto do meu julgamento foi: céu.

🐱

— Precisava mesmo demorar tanto assim? — Murmurei ao ver Beomgyu, finalmente, adentrar meu carro.

Passei um dia agradável com a mãe do moreno, conversamos bastante e em poucas horas ficamos muito íntimos, rapidamente me adaptei ao local sentindo-me mais confortável entre a família do garoto. Até mesmo a avó de Beomgyu era alguém amorosa que me mimou mais do que a minha própria ''sogra'', o avô dele chegou um pouco depois do almoço e me tratou com muita gentileza, todos eles foram realmente receptivos e educados comigo e agora estava me sentindo parte da família, mais do que eu devia.

Assim como Beomgyu sua família era adorável.

No final da tarde resolvemos sair em um tipo de encontro de última hora, iríamos ao shopping lanchar e quem sabe assistir algum filme, caso estivesse passando algo interessante. Acontece que, Beomgyu demorou cerca de uma hora para terminar de se arrumar sendo que ele alegou subir para o quarto apenas para pegar uma jaqueta já que o tempo poderia esfriar. No final, nem de jaqueta ele veio.

— Não poderia sair parecendo um mendigo né, você 'ta todo arrumado. — O moreno murmurou colocando o cinto de segurança e jogando suas madeixas escuras para trás.

Não sei o motivo mas aquele simples movimento do garoto prendeu minha atenção, saí do meu transe apenas quando ouvi o som de uma música soar dentro do carro e percebi que ele havia ligado o rádio.

— Espera, você passou perfume? — Acabei farejando o ar e aproximei um pouco meu rosto do pescoço do garoto que acabou recuando um pouco assustado.

— S-Sim?

— Beomgyu, você não usa perfume! — Semicerrei os olhos olhando-o de forma julgativa.

Por ser muito observador sei de alguns detalhes do menor que ele sequer sonha e saber que ele não gosta de usar perfume ou loções com um cheiro muito forte é uma dessas minúcias. Beomgyu sempre exalou o cheiro de alfazema por causa de um hidratante corporal que usava e eu sempre achei o aroma muito agradável mesmo nunca tendo comentado nada sobre. Não era forte, muito menos doce ou enjoativo.

Observei as bochechas do mais novo tornarem-se rubras e então franzi as sobrancelhas um pouco confuso, já havia me afastado de si e me recomposto então não tinha um motivo aparente para ele se sentir envergonhado.

— Você... não gostou? — Murmurou e em seguida virou o rosto encarando a sacada de sua casa.

— Eu prefiro o aroma sutil do seu hidratante, mas não significa que não gostei. — Sorri para si e o observei apenas dar de ombros. — Próxima parada, shopping.

Dito isto pisei fundo no acelerador e saí catando pneu pista a fora, indo na direção do nosso destino. Os poucos momentos que tive ao lado do menor sempre foram agradáveis para mim, pela primeira vez estava levando alguém para um encontro não por obrigação do trabalho e sim porque eu quero. E bem, a sensação é diferente, reconfortante.

Namorado de Mentirinha | tae+gyu ver.Onde histórias criam vida. Descubra agora