Namorado de Mentirinha | tae+gyu ver.

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Era quinta de manhã, o dia da festa, e diferente do que tinham discutido no grupo toda a decoração estava atrasada. Agora, os oito meninos corriam contra o tempo para deixar tudo organizado afinal a ''social'' começaria as oito da noite. Hongjoong, Soobin e Yeonjun estavam no térreo do prédio entregando as diversas caixas que haviam trazido para decorar; Taehyun , Wooyoung e Beomgyu desciam e subiam para levar tudo para o apartamento do Kang enquanto San e Seonghwa organizavam o local.

Desde o último dia que Beomgyu havia ido lá, há três dias, eles não se falaram mais. O moreno parecia evitar ficar a sós com o ruivo por muito tempo, sempre desconversava quando Taehyun chamava-o para conversar, estava mais que nítido que o Choi evitava-o.

— Hyung. — Wooyoung chamou o Kang, atraindo sua atenção. Ele encarava um pouco atônito Beomgyu e Yeonjun conversarem um pouco longe deles. — Eu vou atrasar 'pra subir dai vocês ficam um tempo sozinhos, tudo bem?

— Não adianta Woonie, ele vai fugir de mim como o diabo foge da cruz. — Taehyun suspirou, sorrindo minimamente para o mais novo.

— Não em um elevador. — O mais novo deu-lhe uma piscadela e afastou-se cantarolando.

Taehyun pegou uma das caixas que estava no chão e acompanhou em silêncio o moreno ate o elevador, eles entraram e quando Beomgyu percebeu que Wooyoung não os acompanhava tentou sair mas as grandes e pesadas portas de metal se fecharam.

Choi batia o pé no chão freneticamente olhando para todos os lados menos para onde o ruivo estava, o Kang largou a caixa de lado e aproximou-se do moreno entrando em seu campo de visão e então suspirou. Ele não entendia o motivo exato de Beomgyu estar tão chateado, afinal, aquele tipo de coisa acontecia, certo? Mas ainda assim sentia-se culpado.

— Beomie... — O chamou e no mesmo momento o elevador parou e as luzes apagaram fazendo-o segurar o braço de Beomgyu instintivamente.

— Hyung, por que 'tá tão escuro? — Beomgyu praticamente choramingou, Taehyun o largou apenas para tirar a caixa que ele segurava de suas mãos e o abraçar.

— Acho que o elevador parou, fica calmo, eu 'to aqui com você. — O ruivo murmurou sentindo os braços do menor o apertarem no abraço com mais força e lágrimas silenciosas molharem sua camisa fina. — Beomie, eu disse que te protegeria dos monstros, lembra?

Silenciosamente Beomgyu concordou tentando acalmar-se mais, em nenhum momento afastou-se do outro, pelo contrário, o abraçou cada vez mais forte. Taehyun dedilhava as madeixas escuras do mais baixo em um carinho delicado tentando distrair o mais novo.

— Hyung me desculpa, eu fui um idiota com você. — Choi começou, entre murmúrios e soluços. — Eu fiquei com ciúmes daquele seu amigo...

— Beomie, eu não tinha planejado nada daquilo. — O mais baixo novamente concordou, balançando a cabeça. — Você sabe que eu gosto de você e não dele, certo?

Choi não o respondeu, simplesmente ficou imóvel em silêncio fazendo com que Taehyun se afastasse minimamente para tentar encara-lo no breu daquela escuridão. Do lado de fora, Wooyoung dava pulinhos encarando a correria que estava o hall de entrada, havia subornado um dos empregados para aquele feito, em sua humilde opinião Beomgyu e Taehyun eram dois tapados.

— Ou você não acredita em mim? — Taehyun continuou, semicerrando os olhos em uma tentativa falha de encontrar a figura do menor dentre aquele espaço escuro. — Beomgyu, eu realmente gosto de você!

— Eu não duvido dos seus sentimentos por mim! — O moreno suspirou sentindo-se sufocar com as palavras, sentiu os olhos arderem e a vontade de chorar voltar com força. — Eu só acho que talvez eu não seja suficiente o bastante para ser seu primeiro amor.

— Que papo é esse? — Taehyun falou apressadamente, completamente surpreso. O ruivo suspirou segurando o rosto do moreno. — É claro que você é suficiente o bastante, se você não fosse acha que eu tentaria? Beomie, eu gosto de você do jeitinho que você é, eu sei que talvez você esteja se sentindo assim porque eu acabei broxando duas vezes seguidas mas o problema não foi você, nunca foi.

— Não?

— Não! — Taehyun suspirou trazendo o mais novo para seus braços novamente. — Eu fiquei nervoso, com medo. — Sentiu os lábios de Beomgyu deixarem um selar em seu maxilar e acabou sorrindo bobo com aquilo. — Eu fiquei com medo de estar avançando rápido demais com você, sei que a gente já se conhece tem um tempinho mas eu realmente não quero apressar as coisas e acabar machucando você, não quero errar em mais nada, entende?

— Me desculpa hyung, eu pensei que você não me achava atraente o suficiente... — Beomgyu começou mas deixou a voz morrer antes de terminar a frase. — Comecei a pensar que talvez o Jongho fosse seu tipo ideal.

— Não seja bobo. — O ruivo riu, distribuindo diversos beijinhos pelo rosto do mais novo. — O Jongho é apenas o meu passado e um importuno do presente, ok?

— Ele gosta de você... — O moreno insistiu, sua voz parecia estar embargada pelo choro e vê-lo assim partiu o coração do mais velho.

— E eu gosto de você! — Novamente admitiu, suspirando. — Se você quiser que eu te diga isso todo dia eu digo sem problema algum.

Beomgyu sentiu as lágrimas descerem por seu rosto, o seu coração preencher por uma sensação gostosa e os lábios esticarem em um sorriso mínimo. Ele já sabia que o que sentia por Taehyun ficava cada vez mais forte a cada dia que passava e cada contato que tinham, nunca imaginou que amaria alguém novamente e em tão pouco tempo.

E foi por causa desse sentimento repentino e forte que passou a sentir pelo outro que percebeu que a tese que tinha sobre o amor era uma grande mentira. Não precisa de muitos dias, meses ou anos para amar alguém.

— Hyung, eu amo você! — Admitiu, em alto e bom som.

No mesmo momento, as luzes acenderam e o elevador voltou a funcionar dando ao moreno a visão de Taehyun com suas orbes quase saltando para fora de tão surpreso que ele estava e os lábios entreabertos. Beomgyu soltou um risinho envergonhado, deixou um beijo rápido na bochecha do mais velho e pegou novamente a sua caixa encarando as portas metálicas que não tardaram a abrirem.

— Vamos lá, temos que ajudar os outros na decoração da festa, lembra? — Falou, sorrindo para o ruivo e deixando-o no elevador, completamente perplexo.