13. Núpcias

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Kalthaine fez questão de dar um enorme banquete para comemorar o novo matrimônio de seu melhor amigo, mesmo que Darcan insistisse não ser necessário

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Kalthaine fez questão de dar um enorme banquete para comemorar o novo matrimônio de seu melhor amigo, mesmo que Darcan insistisse não ser necessário. Já havia percebido que seus esposos estavam constrangidos o suficiente, e não queria piorar tudo os expondo por mais tempo ao cruel tribunal da opinião pública, principalmente o mais novo. Althea, por mais que às vezes se aborrecesse, já estava mais acostumada com tudo aquilo e dificilmente se importava o bastante com a opinião alheia para que aquele fosse um grande problema, mas estava preocupado com Cadoc. Notou que ele era muito mais suscetível aos comentários, e acima de tudo, era tão difícil quanto Althea.

Não adiantava discutir com o Príncipe Regente, principalmente quando ele tinha razão ao dizer que precisavam demonstrar para a Corte da Rosa que não estavam abalados e que tratariam este casamento com todas as honras que o Duque de Armas de Kalthaine merecia. O tempo todo, tentou compartilhar sua calma com o rapaz, mas receava que o resultado havia sido o oposto. Precisou usar de toda sua paciência para cada um dos "saia de minha mente" e os constantes xingamentos dirigidos a sua pessoa.

Geralmente, não tolerava desrespeito, ainda mais quando gratuito, mas havia prometido para Althea que iria com calma. Cadoc se assustava facilmente, não era como ela que gritava e se irritava quando confrontada, e precisava saber exatamente onde estava pisando antes de prosseguir. Então apenas respirou fundo e se concentrou em conversar com Kalthaine, que parecia doido para se afastar da própria esposa, que estava claramente contrariada por ser obrigada a participar de tudo aquilo.

Finalmente, depois de ficarem o bastante para que o Regente se sentisse satisfeito, decidiram prosseguir para a noite de núpcias. Tecnicamente, era naquele momento em que deveria transar com ambos sob o olhar dos padrinhos, mas jamais faria nada contra a vontade deles. Além disso, quando escolheu Kalthaine, Balthair e Ephraim, já sabia que eles não se importariam em assinar o documento dizendo que viram o que nunca aconteceu. Era apenas uma formalidade, e não iria tratar de modo diferente.

Quanto mais se aproximavam dos aposentos do Duque, mais resistente Cadoc se tornava. Era um misto de medo e raiva que o faziam variar entre implorar em sua cabeça por piedade e ofender repetidamente Darcan, que apenas continuou ignorando. Sabia que se deixasse ainda mais claro que o rapaz era péssimo em fechar a própria mente e que seus pensamentos eram como gritos, iria arrumar uma discussão, e não era assim que gostaria de levar a primeira noite.

Quando finalmente chegaram ao quarto de Darcan, pode o ver paralisando de medo ao encarar a cama imensa repleta de cobertores negros e vermelhos e não demorou para notar que suas mãos estavam trêmulas. Parte de si queria o acalmar, acariciar suas costas até que ele voltasse ao seu normal, mas sabia que aquilo iria apenas piorar as coisas.

— Muito bem, meus senhores, se puderem fazer as honras. — Darcan suspirou, andando em direção a mesa de cabeceira onde um longo pergaminho já os esperava ao lado de um tinteiro aberto e uma pena branca. Ele foi primeiro, deixando sua assinatura inclinada e cheia de curvas, e logo em seguida, passou para Kalthaine, que tinha a letra ainda mais rebuscada, mas graças aos céus havia optado por uma assinatura menos completa.

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