AS LENDAS DE ZHIVOT - LIVRO UM
O Duque de Armas Darcan Eichbah achava que a pior coisa que poderia passar naquela altura de sua vida era o seu polêmico casamento a três, organizado às pressas para salvar a vida do amante de sua esposa.
Anthony Stron...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
— Levante. — a ordem de seu pai ressoou em sua mente, fazendo com que Lyan se colocasse de pé bem a tempo de desviar de um golpe de espada desferido por Withlaw.
Anthony tinha razão, os últimos Sóis não haviam sido nada fáceis, por mais que não houvessem sido os piores em sua vida. Cada dia completamente sóbrio era uma pequena tortura, sendo obrigado a conviver consigo mesmo e Pakon, para não comentar os efeitos colaterais como a tremedeira de suas mãos ou o fato de seu humor estar muito irritadiço.
Para piorar a situação, a barreira entre ele e Pakon parecia cada vez mais finas. Antes que pudesse se conter, sentiu um pequeno jato de fogo sair de sua garganta em direção a Withlaw, não maior do que o suficiente para assustar. Fechou os olhos, cansado demais para discutir com o seu companheiro de almas. O humor de Lyan o afetava, e a última coisa com que queria lidar no momento era um dragão irritado, mas era obrigado.
— Já chega! — o grito de Anthony interrompeu o treino, e se obrigou a se concentrar em sua voz para tentar se desvencilhar de Pakon, o suor escorrendo por sua face. Não podia deixá-lo escapar tão facilmente, poderia ser tão ruim quanto Badhyr. — De joelhos!
O velho comando imediatamente surtiu efeito, fazendo seu joelho esquerdo arder quando se chocou tão rapidamente contra a madeira do convés. Era algo que o acompanhava desde quando nasceu, criado por Mestre Galeard. Ele foi o primeiro a aprender a controlar um monstro do Sol, e Anthony ainda relutou muito antes de finalmente adotar algumas de suas estratégias.
Era como se algo muito maior que ele se forçasse para dentro de seu corpo, rasgando seu interior. A voz de Pakon foi aos poucos se acalmando em sua mente, os seus rugidos ficando cada vez mais baixos. Obrigou-se a manter-se firme na frente dos homens de seu pai, observando-o calmamente se aproximar e se agachar ao seu lado.
— Como está? — Anthony exigiu saber, puxando seu rosto com certa delicadeza para que pudesse estudá-lo.
— Sob controle. — Lyan desviou o olhar, desconfortável. Odiava aquela sensação de falta de poder sobre si mesmo com a realidade tão palpável que uma rotina sem álcool lhe proporcionava.
— Vamos parar por hoje. — Anthony determinou, o puxando para cima e o enlaçando em um abraço para garantir que permanecesse de pé, indo mais devagar para lhe dar tempo de se recuperar. — Rissin mandou um pouco de chá para nossa cabine.
Revirou os olhos, permitindo-se ser conduzido. Agora estava começando a entender o porque Sylvest tomava tanto chá, deveria ser algum trauma da época em que seu pai começou a tentar ajudá-lo com Badhyr. Pelo menos, era a única coisa que Rissin, o responsável pela cozinha, conseguia fazer sem ter gosto de podre.
Sentou-se em uma das almofadas da cabine de seu pai, sem fazer cerimônias. Geralmente, costumava dormir no porão junto aos outros tripulantes, mas desde que embarcou com os Casacos Azuis, estava dormindo ali. Tinha espaço o suficiente para estender duas redes, e de qualquer forma, passava mal a maioria das Luas, de modo que se tornava mais conveniente.
