9. Irmãos de Armas

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— Você realmente tem certeza que quer fazer isso, Cane?

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— Você realmente tem certeza que quer fazer isso, Cane?

Se ouvisse aquilo mais uma vez, ia esquecer que Kalthaine era seu Regente e lhe dar um soco na face.

— Minha resposta é a mesma que lhe dei as últimas quinze vezes, Kalt. — Darcan obrigou-se a manter sua voz o mais cordial possível, sem resquícios de sua impaciência. — Não precisa ser minha testemunha se não quiser, já lhe disse isso.

— Fala como se eu realmente fosse o deixar fazer isso sozinho. — Kalthaine bufou, bebericando mais um pouco de seu vinho. — Você é o irmão que não tive.

— Embora eu esteja lisonjeado, devo-lhe pedir para que não deixe Adrien e Thaddeus ouvirem isso. — Darcan não resistiu ao comentário sarcástico, mencionando os irmãos de sangue de seu príncipe.

Adrien era um homem valoroso que fez seu juramento à Guarda Real assim que atingiu a maioridade, provavelmente seria o próximo Lorde de Armas do Império de Purvi. No momento, estava servindo como Conde de Armas em Kapp, que continuava em guerra com os últimos rebeldes do reino de Veshtitsa e parecia muito popular naquele Território. Thaddeus, por sua vez, era apenas um meninote que ainda estava se tornando homem, dividido entre sua personalidade espoleta e as dúvidas cada vez mais latentes sobre qual caminho seguir.

Ainda assim, nenhum dos dois era tão próximo do primogênito de Cadmus II quanto Darcan. Talvez pela idade e por terem passado por tantas experiências juntos, ou quem sabe por suas personalidades conflitantes conseguirem se encaixar tão bem.

— Você sabe, eu poderia conceder o perdão real ao Barão de Crysea. — Kalthaine prosseguiu como se não tivesse ouvido o último comentário. — O jovem fornicador não morreria e você não precisaria se casar com ele.

— É claro, porque sua boa-fama junto aos Arautos e a maioria da população de Purvi, que é fervorosamente religiosa, lhe permitirá fazer isso sem gerar uma crise política completamente desnecessária. — revirou os olhos, desistindo de sua boa educação para tentar fazer o melhor amigo entender o absurdo da sugestão. — Essa consegue ser uma ideia pior do que meu casamento poligâmico.

— Eu sou o Regente de Purvi, o herdeiro legítimo escolhido por Erwyn, todos meus atos contam com sua bênção imediata... — o loiro começou a se inflar, em um discurso que não era próprio dele e que preocupou o ruivo.

— ...E é inteligente o bastante para saber que não é assim que as coisas funcionam. — Darcan sabia que era hora de interrompê-lo antes que ele deixasse a própria grandeza cegar-lhe a razão. — Por que não me conta o que realmente está lhe preocupando, Kalt?

— Dizem que a Lua Nova e a Crescente são os piores momentos para realizar o juramento de sangue. — o príncipe falou com tanta seriedade em seus olhos azuis que o paralisou. — Parece que a conexão se torna ainda mais forte.

Precisou usar toda sua força de vontade para não gargalhar.

Os mais antigos e primitivos acreditavam na existência de múltiplos Deuses, geralmente associados a elementos da natureza ou a atividades. Para eles, a Lua era uma Deusa de nome Asthramyne, irmã e esposa do Deus Sol, Ghunt. Era descrita como uma entidade cruel, criadora dos Abismos e Mãe dos Monstros. As noites escuras eram sua morada e, apesar de para ele fazer mais sentido o ápice de seu poder ser a Lua Cheia, diziam que era quando mal podiam a ver no Céu, porque naqueles momentos, ela estaria na Superfície.

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