Capitulo V - Memórias Antigas

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"Oiço uma campainha a tocar o que me faz acordar de imediato. Olho para o relógio ao meu lado, marcava 12:15pm, estou atrasado. Saio da cama apressado para ir abrir a porta, sabia que ninguém ia abrir senão fosse lá eu, eu estava sozinho.

Do outro lado da porta estava uma rapariga loira de olhos castanho-mel, era alta, mas não muito, talvez 1,71m. Vestia uns calções de ganga curtinhos com uma blusa branca bem largeirona e terminava com uma lenço azul e branco com motivos florais entorno da sua garganta.

Mando-a entrar, ela sem cerimónia executa o acto, cumprimenta-me com um "olá" e um sorriso do tamanho do mundo. Começa a vaguear pelos corredores da casa e como se tivesse um mapa chega á sala em poucos segundos. Ao chegar sinto-a a saltar para cima do sofá e de lá ela grita.

- Vá, vá não temos o tempo todo, despacha-te

Era quase como se fosse minha mãe, mas da minha idade. O que ela disse fez-me sentir um pouco nostálgico.

Subi as escadas e fui ter novamente ao meu quarto. Tomei um banho e vesti umas calças de ganga clara meias rotas e uma camisola de manga curta com um motivo de flores, estava vestido à primavera, estação que era sentida lá fora.

Já estávamos de saída, as ruas eram estreitas mas rapidamente se foram alongando. Havia algumas árvores, todas elas cobertas de folhas de um verde bem vivo que dançavam com o vento como se de uma companhia de ballet se tratasse. Estava bastante sol, nada que incomoda-se a rapariga ao meu lado que rapidamente colocou uns óculos escuros, eu em contra partida não gostava de usar coisas nos olhos limitando-me assim a apenas semi-serrar os olhos como meio de protecção da radicação. Felizmente para contrabalançar, por mais sol que estivesse, o calor era escasso o que deixava o clima totalmente agradável.

Passaram 15 minutos e paramos em frente de um edifício, nela era visível um placa maior que a entrada e onde podiam ser lidas as palavras "Café - Café", lancei uma gargalhada com a ironia daquele nome, mal sabia que a minha companhia ia reagir daquela maneira.

- Não te rias, controla-te. Sabes que é o primeiro trabalho dela e o quanto lhe custou ultrapassar o medo de pessoas, o nosso trabalho hoje é ajuda-la, afinal ela é minha irmã.

Meti a pata na poça, pensei, agora precisava mesmo de apoiar a sua irmã ou ia ter problemas mais tarde.

O café era num estilo chique mas com aspecto bastante acessível. Dirijimo-nos para o balcão que ficava ao fundo do espaço. Chegamos e reparamos num rapazinho que estava a limpar a zona, pergunta-mos onde é que se encontrava a nova empregada e ele rapidamente apontou o dedo para umas mesas.

Vestia um avental vermelho e uma camisola com o logótipo do café. Estava de costas. O seu cabelo chegava-lhe á omoplata, castanho. Por entre todo aquele pelo capilar era possível ver umas armação de óculos vermelhas clara, parecia até que combinava com o endumentária.

Ela acaba de servir a chávenazita de café que estava na bandeja e então volta para trás com objectivo de ir ter ao local de partida, mas esse percurso foi interrompido para uma breve conversa.

- Olha lá se não é o meu casal favorito ! - dizia a rapariga da bandeja com um sorriso meio malicioso nos lábios.

- Carolina, não se pode falar tão alto no trabalho. - repreendeu a irmã

Apenas foram ditas duas frases e nessas duas frases houveram duas coisas que me fizeram ficar bastante estupefacto. Primeiro; casal? Eu tenho uma namorada? Em segundo foi o quão familiar era o rosto daquela empregada; aqueles olhos, aquele sorriso ... aquela voz ! Ai uma luz fez-se na minha cabeça, aquela mulher que estava à minha frente era a mesma mulher das visitas do hospital, espera visitas de hospital?

Ah pois, eu estava acamado num hospital, em estado vegetal."

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