Passaram-se semanas de tentativas, rosas, saídas, conversas, tudo o que me vinha à cabeça na ânsia de a conquistar.
Estava frio, eu e a Mariana tínhamos acabado de ir tomar um café ao "Café Café", ela sempre protegida com o seu lenço às flores e eu com um cachecol azul de uma cor só. As nossas gargantas de certa maneira condiziam.
Ahahaha, estranho de se dizer mas era a verdade.
_Temos ficado cada vez mais próximos... Agradeço mesmo à minha irmã por me ter convencido a ir falar contigo naquele dia - Disse ela com um sorriso meio envergonhado.
_Sim é verdade. - Ri - Eu nunca te cheguei a agradecer pelo que fizeste por mim, por estares lá quando precisava ...
Ela não respondeu, apenas exibiu um grande sorriso como quem diz um simples "não foi nada".
_Mas, espera, então foi a tua irmã que te convenceu? E eu a pensar que tinha sido a minha beleza... - Brinquei - Acho que a quem eu devia agradecer era à tua irmã no final das contas. - Deitei a língua de fora para dar a entender que estava a brincar.
_Ei! Mas afinal quem é que te aturou este tempo todo? - Brincou ela também. - Mas sim, foi ela quem me convenceu e me deu forças para tudo, mesmo sendo ela a doente. Felizmente ela tem estado bem melhor, até se candidatou para um emprego no nosso café. A minha vida finalmente está a ficar mais feliz graças a vocês os dois ao meu lado. - Reparei num certo olhar de introspeção vindo dela enquanto proferia estas palavras.
_Vá, não sejas lamechas! Não combina nada contigo. - Meti-me com ela.
Uma ligeira pausa se dá, não daquela estranhas, mas sim uma pausa em que nos sentíamos acompanhados um pelo outro mesmo sem falar. Foi nesse momento que decidi tomar a iniciativa.
_Mariana...? - Chamei a atenção dela.
_Sim?
_Bem, é que... - Disse já começando a corar. - como disseste que nos temos dado cada vez melhor e tal, como tu, eu sinto-me extremamente feliz por estar ao teu lado e é que ...
O meu coração acelera.
_E depois comecei a sentir isto por ti e...
Cada vez mais.
_E eu só queria dizer que ... hum ... bem ... sabes ...
Fiz uma breve pausa e ganhei folgo para proferir aquelas palavras.
_Eu ... eu gosto de ti !! - Disse ultrapassando um pouco do volume que é normal.
Mariana olhou para mim primeiro a tentar perceber se eu estava a brincar, mas após segundos essa expressão virou um sorriso bem envergonhado. Uma pausa se deu, os nossos olhares ficaram imóveis, olhando um para o outro. Partiu dela a iniciativa. Ela pôs-se levemente em bico de pés e beijou-me. E foi aí que começamos a namorar. Simples, mas com todo o romance que um homem poderia pedir.
A partir daí, momentos de grande felicidade vieram. Fazíamos tudo o que fazíamos antes, mas desta vez como namorados, que por mais estranho que pareça é totalmente diferente. Estávamos em plena lua de mel, durante dias, semanas, meses ... chegou até um ano. Claro que com uma ou outra discussão e mal entendimentos, mas o que é do amor sem um pouco drama pelo meio?
O nosso desejo era continuar assim, para sempre, para todo o sempre. Mas isto é a vida real e, como tal, esse desejo será sempre impossível.
Era inverno de novo quando a rapariga que amava recebe uma chamada, embora ela estivesse com um sorriso de orelha a orelha quando atendeu, esse mesmo se foi dissipando pelos segundos seguintes passados com aquele telefonema. Ela desliga. Não precisou de falar, eu conhecia aquela cara, aquele sentimento. Tinha sido a Margarida a ligar. Tínhamos de ir ao hospital e rápido.
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Peço imensa desculpa a quem estava a seguir e ficou a espera da continuação. Eu voltei e irei acabar Exodus que se aproxima da recta final, espero que continuem a ler. Obrigado <3
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Exodus
Mystery / Thriller"Ao levantar a folha reparei que algo estava rabiscado na parte de trás. Poderia ser algo mal impresso como a minha professora de plantas tinha feito uma vez, mas mesmo assim a curiosidade falava mais alto. Nas costas da dita cuja eram encontrados 1...