#𝟎𝟏𝟏 𝐃𝐀𝐘𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓

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Acordo com o barulho dos pés de Louis batendo contra a madeira do chão. Olho para a suas costas malhadas e seu corpo bronzeado indo em direção ao banheiro e resmungo, me virando de costas para a porta novamente.

As memórias da noite passada caem sobre mim como uma cachoeira e o meu sono é levado com a correnteza. Apesar de ter acordado no meio da noite sentindo Louis entrelaçando seus pés gelados aos meus e beijos molhados sendo deixados na minha nuca, logo caí no sono novamente com os pelos arrepiados e tive uma ótima noite de sono.

Mesmo que eu e ele não tenhamos saído ontem, a ideia da distração por fim teve algum efeito, uma vez que pude ter uma noite de sono tranquila desde que comecei meu mestrado, o grande motivo da minha insônia.

Escuto o barulho da descarga e fecho os olhos, fingindo estar dormindo para evitar uma conversa sobre a noite de ontem. Quando escuto Louis fechar a porta do quarto ao sair, abro os olhos novamente, me martirizando e afundando a cabeça no travesseiro.

Eu odeio que eu esteja tratando Louis e a situação como faço com todos os outros, porque ele não é como todos os outros então não é justo que eu faça isso. De alguma forma, essa culpa se mantém remoendo no fundo do meu peito até virar pavor, porque eu me importar com isso só mostra o quão Louis importa para mim, e Harry Styles se importando demais com as pessoas não costuma terminar em final feliz.

Eu sempre fiz isso, sempre fui o cara de fugir na manhã seguinte e nunca ligar de volta. Dava números falsos para que as mensagens dos caras com que eu dormia nunca chegassem, já cheguei a mentir meu nome para não me acharem nas redes sociais. Eu corro de relacionamentos desde que me entendo por gente, por isso era tão fácil ter algo com Atlas.

No auge da minha faculdade eu obviamente não tinha tempo para ir a bares e paquerar até ser convincente e atraente o suficiente para levar alguém para casa comigo, mas então conheci Atlas, e soube que poderia ter algo casual e ao mesmo tempo exclusivo. Poderíamos ficar por um longo tempo e ainda não ligar no dia seguinte. Era preto no branco.

Meu celular vibra.

Atlas: Está aí?

Atlas: Já faz tanto desde a última vez, doce...

Meu coração dispara ao ver as mensagens brilharem no topo da tela do meu celular e eu o jogo para o outro lado da cama.

Eu me sinto sujo desde que pensei na hipótese dele ter um companheiro, como se fosse culpa minha. Isso está mexendo com a minha cabeça mais do que eu gostaria.

Decidido em ignorar o sentimento de repúdio, levanto da cama e vou para o banheiro. Por sorte há um enxaguante bucal em cima da pia, o que me salva na falta de uma escova. Arrumo meu cabelo como posso e desço as escadas.

A imagem que tenho quando chego na cozinha me deixa um pouco desconcertado. Louis está sem camisa, da mesma forma que estava quando o vi indo em direção ao banheiro, mas agora não tem sono que me faça deixar de prestar atenção nos músculos das suas costas, uma vez que ele não está virado para mim.

Me aproximo mais e vejo seu rosto tenso e suas sobrancelhas franzidas enquanto ele tenta não colocar fogo na sua cozinha ao fazer ovos e Bacon.

─ Bom dia. ─ digo me escorando de lado no balcão que ele prepara a comida e vejo o bacon queimado. ─ O porco já tava preto antes de você comprar o bacon ou você queimou tudo mesmo? ─ o provoco segurando o riso e ele me encara com as sobrancelhas erguidas depois de desligar o fogo.

─ Você já começa o dia assim, meu bem? Que desempenho você tem pela manhã pra ser atrevido enquanto eu tento fazer um café da manhã decente para nós.

𝐀𝐅𝐄𝐓𝐑𝐎𝐏𝐈𝐀 ── larry stylinson.Onde histórias criam vida. Descubra agora