#𝟎𝟏𝟔 𝐈'𝐌 𝐓𝐑𝐘𝐈𝐍𝐆

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Estou tentando me convencer de que não está sendo terrivelmente difícil para mim ignorar as insistentes ligações e mensagens de Louis, mas hoje ele está impossível.

Não estou surpreso considerando que hoje faz uma semana desde que estou sendo firme em ignorar a sua pessoa de todas as formas, fugindo dele como diabo foge da cruz, fazendo exatamente aquilo que me esforcei para não fazer, mas o que posso dizer quando ele pediu por isso?

Além do número de dias em que não falo com ele, também tem o fato de que hoje nós nos encontraríamos para discutir meu projeto e para que eu tire minhas dúvidas, mas no momento as dúvidas que eu gostaria de tirar com Louis não tem o mínimo sentido ao meu mestrado. Ele provavelmente esperava que eu aparecesse lá e mordesse a língua quando disse que acabava ali?

Eu falei sério. Acabou ali. Claro, se ignorarmos que eu ao menos me importei de comunicar a faculdade sobre querer um novo mentor, porque no fundo, não quero.

As coisas aconteceram como aconteceram e eu gostaria de ter evitado, mas o que eu poderia dizer quando vi Louis atracado com uma mulher que eu ao menos conheço? Eu estava ali pronto para me desculpar, acertar as coisas, fazer as coisas darem certo, e então aquilo me pegou de surpresa.

Sentir que ele me tratou como todos os outros me trataram, como coisa de uma noite só quando eu estava tentando fazer dar certo, me chateou de forma que eu não pensei que poderia.

─ Olha o tanto de passe que eles estão errando, cara. ─ Niall grita mesmo que não possa ver o jogo, já que está na cozinha.

Não estou com animação para ver futebol hoje, mas sempre gosto da companhia de Niall, então não dispensei. Estou no seu sofá escrevendo no meu novo diário e fazendo companhia para meu amigo.

Desde que comprei o caderno no antiquário, estava pegando poeira, mas agora parece mais inteligente colocar tudo que penso em folhas mofadas do que em palavras erradas.

O sofá afunda do meu lado quando ele senta e me entrega uma cerveja gelada.

─ Pelo amor de Deus, me distraia desse jogo horrível. Me fala como foi o encontro com seu orientador gostoso.

Não tiro os olhos do papel e falo na maior tranquilidade:

─ Por onde posso começar. A gente se beijou, o Atlas bateu nele, me ameaçou e eu transei com Louis mas agora briguei com ele e tenho mais de dez mensagens não lidas no meu celular.

Depois do silêncio mortal, fecho meu diário e olho para o rosto pasmo de Niall.

─ Acho que a cerveja até desceu torta. Quer dizer que você, o senhor 'não terei nenhuma relação além de profissional', deu pro cara?

─ Foi genuinamente a única coisa que você conseguiu prestar atenção? Pervertido. ─ reviro os olhos. ─ Deveríamos pedir uma pizza, estou com fome.

─ Não foge do assunto não, isso é grande coisa. Vamos por partes, ele teve um surto gay?

─ Não. Quem surtou foi eu, um dia depois da gente transar. Vou ser muito honesto, foi a minha forma inconsciente de me defender. ─ parei de falar quando percebi estar na defensiva de novo. Niall tomou uma postura mais rígida e suspirou, como se estivesse se contendo para dizer algo.

─ Posso ser honesto, como seu melhor amigo? ─ essa era a parte que o diário não me concebia, então afirmei. ─ Você agiu mal, muito mal mesmo quando se trata de alguém que não sabe das suas inseguranças como você sabe. Você está agindo como se Louis já soubesse dos seus traumas e estivesse sendo ignorante, mas ele não está fazendo isso.

𝐀𝐅𝐄𝐓𝐑𝐎𝐏𝐈𝐀 ── larry stylinson.Onde histórias criam vida. Descubra agora