Um passado sombrio

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Aviso: memória de agressão sexual

Doeu demais enfrentar a realidade de que Harry não estaria lá quando ele acordasse, então Severus passou seus dias tentando lembrar o que o levou a esse ponto, para juntar as imagens fragmentadas da realidade.

"Não chore, garoto! Eu vou te dar algo para chorar."

"Pai, não! Não a machuque mais!"

"Eileen! Aquele seu filho maldito está misturando venenos no fogão de novo!"

"Saia da minha vista, garoto, e não me deixe ver você chorar. Você é um homem, droga. Aja como tal."

"Não faça seu pai ficar com raiva de novo, Severus."

O parque ao lado do rio já foi um santuário. Ele se escondeu lá com frequência, geralmente escondendo lágrimas e hematomas dos punhos de seu pai e da despreocupação insensível de sua mãe. Então, ele a viu.

"Você é uma bruxa!"

"Grifinória!"

"Sonserina!"

"A casa é apenas uma cor, Severus. Sempre seremos grandes amigos."

Mas o quinto ano mudou tudo. Lily tinha crescido um pouco então, e Severus notou seus olhos seguindo Potter com muita frequência.

"Lils, por que você continua olhando para aquele idiota?"

Lily corou carmesim. "Eu não estou! Aquele maldito não tem nada que me interesse."

Mas Severo ouviu a mentira.

"Lily! Você não está falando sério. Potter? Eu—mas você não se importa comigo?"

Ela se inclinou para trás, expressão cautelosa.

"Claro. Você é meu melhor amigo."

"Então por que você está olhando para o bastardo que constantemente me intimida?"

"Severus! Eu não estou!"

"Você está. Legilimens natural, Lils. Você não pode mentir para mim."

Ela corou e deixou cair a cabeça. "Eu-eu não sei. Eu não gosto dele, mas ele é meio bonito, eu acho."

"Bonito. Você acha que o bastardo que me tortura diariamente é bonito."

"Bem, é apenas a aparência dele. Ele é um idiota completo e não temos nada em comum."

"Não acredito em você." Severus saiu para esconder o quanto sua traição havia machucado. Ninguém poderia vê-lo chorar. Nunca mais.

"Eu não preciso da sua ajuda, sangue ruim!"

"Tudo bem! Faça do seu jeito. E, a propósito, você deveria lavar as calças, Snivellus!"

Lily também saiu, e Severus ficou em menor número.

"Expelliarmus!"

"Levicorpus!"

"Quem quer me ver tirar as calças do Snivellus?"

"Não!" Severus gritou, tentando desesperadamente preservar a pequena dignidade que ele havia deixado. "N-não!"

"Wingardium Leviosa! Accio!"

Severus arfou quando suas calças saíram de suas pernas magras e se aproximaram do gramado, revelando sua masculinidade e seu traseiro para todo o quito ano zombar. Lágrimas picaram suas pálpebras, mas ele as combateu com força. Ele não podia chorar. Não assim.

Look At Me (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora