63. Taehyung

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era pra att sair só amanhã, mas eu n resisti, a história é minha, eu atualizo quando eu quiser, yeeaaah

(leiam as notas finais, por favorzinho)

boa leitura!!!

(⁠ノ⁠◕⁠ヮ⁠◕⁠)⁠ノ⁠*⁠.⁠✧💜💜💜

06/03/2017

Não sei por quanto tempo fiquei encarando Jungkook até perceber que era Jungkook e ainda demorei mais alguns minutos para notar que ele estava dormindo, o que fez minha raiva desaparecer antes mesmo de ganhar forma, permaneci estático, observando o peito de Jungkook subir e descer enquanto ele respirava calmamente, dormindo tranquilo como se não estivesse me deixando completamente maluco. Saí do quarto e me tranquei no banheiro quando se tornou difícil respirar.

O que ele estava fazendo aqui?!

Os últimos dias, todos presos na casa de Jungkook, tinham sido difíceis de aturar, mas a casa dele era enorme e havia muito espaço para se esconder, agora aqui, na minha casa, onde tudo é tão meu e tão familiar, a presença dele é intrusiva e me faz sufocar, os dias durante a nevasca foram como um sonho, o tempo era tão estranho que, mesmo agora, parece ter acontecido com outra pessoa, mas ele aqui deixa tudo muito real e eu não percebi que não estava preparado para vê-lo aqui fora, onde eu me lembro que nossa vida não é uma história engraçada entre amigos presos durante o inverno, é uma história triste, porque tudo sempre foi uma história triste. Antes que eu perceba, estou chorando.

Toc-toc.

Alguém bate na porta e logo força a maçaneta.

— Namjoon? — Papai chamou, a voz pesada de sono — É você? Está tudo bem?

As lágrimas param subitamente e respiro fundo, não quero que ele saiba que sou eu aqui, mas também não posso não responder, por isso tento soar o mais calmo possível quando respondo.

— Não, pai… Sou eu, Taehyung.

— Tae? Quando você chegou?

A voz dele parece transitar entre alívio e preocupação, me sinto culpado, talvez por isso me levanto e jogo água no rosto antes de abrir um sorriso fraco e destrancar a porta, papai está parado na frente do banheiro, o rosto cansado e gentil como sempre, ele encara meu sorriso amarelo apenas por alguns segundos antes que minha vontade de chorar retorne, puxo meu pai para um abraço.

— Taehyung? O que aconteceu? — Papai pergunta, mas não me afasta.

Não respondo, não porque não quero, mas não consigo dizer nada, minha garganta dói e sei que vou voltar a chorar se disser qualquer coisa e não quero chorar ou me explicar, me sinto quente de raiva, o sentimento é familiar e me assusta, porque estou voltando a odiar viver em mim mesmo mais uma vez, sinto que estou sozinho, porque não tenho Namjoon, nem Jimin e não tenho Jungkook, não tenho Jungkook, não tenho… É sufocante e puxo o ar com força, mas nada vem a não ser um vazio seco. Não consigo respirar.

Começo a soluçar e não tenho controle nenhum sobre as minhas lágrimas.

— Taehyung! — Papai me afasta e me segura pelos ombros — Tae, respire fundo.

Não consigo ouvi-lo, em algum lugar do meu cérebro, uma luz vermelha de perigo se acende, aquele lugar escuro dentro da minha cabeça é perigoso, mas a luz se apaga e a enxurrada de sentimentos ruins aflora no meu peito como um jardim de plantas venenosas. Minha mãe morreu, meu irmão está morrendo, não faço nada certo, sou inútil, estou sozinho, estou sozinho, estou sozinho…

— Kim Taehyung! — Papai grita comigo.

O grito é um estalo, paro de chorar, meu peito ainda subindo e descendo rapidamente, incapaz de segurar o ar em meus pulmões por muito tempo.

Nas Batidas do Seu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora