Leiam as notas finais
Boa leitura (◍•ᴗ•◍)
10/10/2016
Depois que praticamente entrou em colapso bem na minha frente, Jimin não perguntou mais sobre o que aconteceu para que eu o ignorasse, nem eu perguntei o que aconteceu para deixa-lo daquela maneira. Mas, estranhamente, aquele dia representou uma marca, acho que você não pode ver alguém chorar, consolar essa pessoa sem saber o motivo, e depois simplesmente ignora-la, talvez — apenas talvez — sejamos amigos agora.
Não demorou muito para que eu notasse que estava errado e que Jimin não era simplesmente aquele garoto chato e irritante que eu sempre achei que fosse, na verdade, ele era muito esforçado, depois daquele estranho dia em que nos tornamos amigos, ele — nem penso em perguntar como fez isso — conseguiu meu número, todas as manhãs, às seis em ponto, ele mandava uma foto de si mesmo indo correr. Acho que gostava de se exibir. Mandava fotos em horários aleatórios e me ligava nas horas mais inoportunas, comecei a desligar meu celular em aula por causa dele.
Jimin também gostava muito de falar e não parecia se importar nenhum pouco em ter uma conversa que era quase um monólogo, às vezes apenas ficava ao meu lado, passou a me seguir, e — para o descontentamento de Jungkook — sempre percorria todo o caminho até o prédio de Administração e Economia para almoçar comigo, vez ou outra levava também Alex e Kate, duas garotas, irmãs, dos cursos de artes. No começo, não entendi muito bem o que estava acontecendo, repentinamente, nos tornamos quase inseparáveis, Jimin continuava indo ao meu trabalho ao fim dos turnos, não sempre, mas com certa frequência, conversávamos enquanto eu limpava as mesas e fechava o restaurante, não entendi porque ele fazia isso, talvez estivesse constrangido porque chorou na minha frente, talvez quisesse mostrar que não era assim tão frágil...
— Sinceramente? — Ele disse com um vinco na testa quando eu perguntei o motivo — Não faço ideia. Mas do que importa?
E assim continuou, Jimin falava e eu me contentava em simplesmente ouvir, e ele falava sobre tudo, o que era inútil e o que era importante, mas gostava mais de falar sobre dança, provavelmente não deveria existir uma coisa com que ele se importasse mais. A dança ainda era um assunto delicado entre nós, às vezes, ele percebia que eu estava aborrecido e trocava rapidamente de assunto, mas na maior parte do tempo eu tentava não me importar com o que ele dizia — para ser sincero, de vez em quando, eu até gostava — Jimin falava com tanto amor e admiração sobre o que fazia que era um sentimento quase opressor, como ficar sem respirar por alguns segundos ao ver algo realmente bonito.
Mas não foi só minha estranha amizade com Jimin que mudou drasticamente, também Taehyung mudou de uma hora para a outra. Meu irmão mais novo, que sempre sorria de tudo o tempo todo, de repente passava o dia inteiro irritado, com a cara fechada, não falava muito e se trancava no quarto, chegava da escola, fazia as atividades e ia dormir cedo, estava tão aborrecido que saía de casa o tempo todo, preferindo fazer seus trabalhos da escola na biblioteca, voltando para casa tarde. E seu comportamento estranho começou no dia em que Jimin chorou.
O único dia em que isso mudou, pelo menos um pouco, foi na segunda, pouco tempo depois daquele dia com Jimin nos fundos do restaurante.
Aquele era um dos dias em que eu podia ir buscar Taehyung na escola, quando minhas aulas terminavam bem mais cedo, ele estava na frente da escola, o celular nas mãos e bem perto do rosto, um sorriso gigantesco nos lábios.
— O que está vendo aí? — Perguntei me aproximando dele, uma música lírica e estranha soava do celular.
Taehyung pulou de susto, o celular quase caindo de suas mãos, ele o escondeu rapidamente nas costas quando me viu.
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Nas Batidas do Seu Coração
Fanfic"Minha vida foi controlada pelos ritmos das músicas, suas melodias encantadoras e simplesmente maravilhosas. Mas então tudo se foi e quando eu tentei ser algo que não era, apenas escutei ruídos que não faziam o mínimo sentido, por isso... As batidas...