6. Namjoon

117 15 15
                                    

20/09/2016

— Namjoon — Uma voz chamou baixinho — Namjoonie. Filho... ei, acorda.

Abri os olhos devagar, a pouca luz que vinha da porta aberta me cegando temporariamente, vi o rosto sorridente de meu pai, a barba de quatro dias por fazer, os cabelos precisavam de um corte, estavam quase batendo no queixo, e as rugas que apareciam no canto dos olhos quando ele sorria. De manhã, ele era tão desleixado quanto Taehyung.

— Pai?

— Advinha quem ainda não foi trabalhar só pra dar bom dia?

— O que foi que você esqueceu?

Meu pai aprumou os ombros e passou a mão nos cabelos que já estavam grandes demais. Parecia envergonhado.

— Bem... você sabe onde eu deixei a chave da viatura?

Olhei para o despertador em cima da cômoda. Ainda eram 06:00. Taehyung roncava alto na cama do outro lado do quarto, se encolhendo sob os cobertores.

— Deve estar na calça cinza, que você usou ontem.

— Certo, aquela calça — Ele hesitou — Você sabe onde ela tá?

— Pai... é sério?

— Você lavou a roupa ontem!

— Pai... tudo bem, já estou indo.

— Certo! Eu vou... ahn, fazer o café.

Meu pai saiu do quarto, andando devagar para não acordar Taehyung, então, três segundos depois, estava de volta.

— Te amo, filho — Ele disse, sorrindo, e saiu novamente.

Sorri e comecei a me levantar.

Namjoon.

Virei para Taehyung quando ele me chamou.

— Não deixa o pai fazer o café. Por favor! — Ele pediu com urgência — Diz que acabou o café, ele fica triste quando não deixamos ele cozinhar.

— Tudo bem. Agora volta a dormir, Tae. Ainda tem uma hora antes da escola.

Taehyung assentiu e caiu no sono quase imediatamente. Saí do quarto e fui até o quarto do meu pai, pegando a calça cinza no cesto de roupa. A chave estava no bolso direito, fui até a cozinha, onde papai vasculhava os armários atrás de pó de café.

— Acabou — Falei, jogando a chave sobre a mesa da cozinha — Temos que comprar mais.

— Ah, eu... não sabia — Ele murmurou, fechando o armário e vindo até a mesa para pegar a chave. — Eu já tenho que ir, estou quase atrasado, na verdade.

Não era verdade, eu sabia que ele se sentia mal por não saber onde as coisas estavam nos armários, de não ter tempo de fazer coisas em casa como lavar roupa ou de falar com Taehyung antes de sair de casa.

— Tá tudo bem, pai. Não esquece de comer alguma coisa no caminho.

Papai sorriu minimamente.

— Dá um beijo no seu irmão por mim e fica de olho pra ele fazer as atividades da escola, você sabe o quanto ele gosta de enrolar.

— Tá bom — Ri baixinho — Até depois, papai.

Não tinha nada que deixasse meu pai mais feliz do que ouvir isso. Ele sorriu largamente.

— Até!

Papai saiu e não demorou muito até que eu ouvisse os pneus da viatura cantando no asfalto.

...

— Você vai me buscar na escola? — Taehyung perguntou quando o deixei na frente do portão da escola.

Nas Batidas do Seu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora