Law, Favor.

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– Sabe que eles vão crescer não é? Tipo, muito.

– Sim, eu estou ciente disso senhorita S/n, não precisa me lembrar disso todas as vezes que vem me visitar. - Disse o moreno enquanto engolia mais um pouco do vinho caro que comprou apenas para a ocasião presente.

– É divertido. E aliás ainda não acredito que vai me abandonar só por causa deles! - Fiz biquinho e afinei a voz em tom de drama.

– Não se preocupe, não é tão longe, são apenas 5 horas de viagem.

-–Que seja, eu já moro longe e você ainda vai pra mais longe? Tá me achando com cara de rica é?! Você que é o rico aqui!

Law me olha por um momento um pouco pensativo mas logo respira fundo.

– Está bem, não faz mal eu pagar sua passagem até aqui. - Disse voltando a atenção a sua bebida.

– Yes! - Comemorei. - Aliás, não está sendo cansativo não? - O moreno levanta uma das sobrancelhas. - Tipo assim, viajar a trabalho e logo depois voltar pra casa e ter que mudar de casa logo em seguida? Tipo, quase todo mês é assim, e agora que seu tigre tem filhotes, como vai cuidar deles?

Ele me olha com um sorriso de orelha a orelha.

– Ah não... Nem pensar! Eu nem tenho tempo pra isso!

– Você não faz nada da vida mesmo, só quer estar dormindo em casa, e toda vez que largo do trabalho você está aqui, por que não? Você vai ter tudo o que quiser, mas a condição é que cuide deles.

– Primeiramente, você não precisa jogar na minha cara que eu quero ter uma vida menos complicada e segundamente não sei cuidar de tantos animais ao mesmo tempo! Ainda mais filhotes. Você que é o encantador de feras aqui.

– De fato. - Law me olha de cima a baixo.

– Tsk, miserável. - Disse bebendo um gole da minha cerveja. - Sua proposta é muito tentadora, mas preciso de um tempo para pensar.

– Até hoje.

– Hoje?! É muito encima da hora, melhor três dias!

– Três dias para decidir algo que você sempre fez?

– É que tem muita coisa envolvida.

– Está aqui desde que tenho meu primeiro animal.

– Mas quem cuidou dele foi você! E aliás, pode muito bem pagar alguém pra fazer o serviço, por que eu?

O mais alto se aproxima e me olha nos olhos sem ao menos piscar.

– Por favor... - Logo segura minhas duas mãos.

– Ahh não, para com isso sabe que não sei dizer não pra você... - Choraminguei.

– Eu faço qualquer coisa, apenas cuide deles enquanto eu estiver fora. Você é uma pessoa em quem deposito muita confiança.

O olhei ainda incerta do que fazer.

– Law eu... Ai é que sei lá, lá é perto de tudo, eu não quero estar dirigindo o tempo todo.

– São meros detalhes.

– Eu sei que tá fazendo tudo isso só pra ter alguém que cuide de graça, seu mão de vaca.

– Afinal, não é uma idéia ruim. E confio em você, vai fazer um ótimo trabalho para mim, certo? - Ele aconchega sua mão no meu cabelo.

– Inferno. Tanto faz, já sabia que eu ia ter que aceitar mesmo.

– Te devo uma. - Logo voltou para sua bebida.

Aquela frase ficou martelando na minha cabeça, até que acabamos bebendo demais e decidimos parar por ali para não termos uma ressaca forte no dia seguinte. Nos cuidamos e Law me acompanhou até o quarto de visitas.

– Esse quarto parece bem mais longe quando a preguiça ataca... - Reclamei abrindo a porta do quarto.

– E quando você não está com preguiça S/n? - Law entra no quarto junto enquanto me observava me aconchegar nas cobertas quentes e que exalavam o cheiro do moreno. - Boa noite.

– Pra você também.

Prontamente ele foi em direção a porta.

– Law.

– Sim?

– Sabe aquilo que você disse mais cedo que estava me devendo uma?

– Hm? Já precisa de ajuda? O que aconteceu agora? Quer que eu pague outra conta sua? Tá faltando comida de novo?

– Não, nada disso, e não precisava me lembrar que eu te pedi dessas coisas, é vergonhoso! E a parte da comida foi culpa sua, só pra constar.

– Desculpe. - Disse de aproximando. - Enfim, do que precis- - O interrompi.

– Um beijo. - Falei rapidamente. Não vou mentir que me arrependi um pouco de ter me colocado nessa situação, mas já estava feito.

Law estava sentado na borda da cama, me olhando um pouco perplexo pelo pedido não ser coisas costumeiras como me tirar de enrascadas. Logo senti uma vergonha alheia enquanto aquele silêncio esmagador me machucava.

– Na bochecha! Quis dizer, na bochecha...

– O que aconteceu hoje? Será por causa da bebida? - Disse com um sorriso provocativo.

– Ai, nada haver! - Me sentei na cama enquanto o olhava determinada.

Ele aproximou uma das mãos de meu rosto e instintivamente fechei os olhos. O silêncio ensurdecedor surgiu novamente e a única coisa que eu conseguia escutar era meu coração acelerando mais e mais, e só por curiosidade, resolvi abrir um dos meus olhos e me deparei com um olhar hostil, mas gentil ao mesmo tempo. Eu conseguia sentir sua respiração quente perto de minha bochecha e logo fiquei inquieta por conta da aproximação.

Seus lábios gentilmente encostaram a minha pele, e eu instintivamente dei um pulo, o que fez com que sem querer nossos rostos se alinhassem. Me afastei um pouco e olhei sua feição sorridente.

– Está rindo?

– Se não queria na bochecha deveria ter me dito. - Disse, massageando os lábios com os dedos.

– Cala boca, não foi minha intenção!

– Pare de gritar. - Law se levanta da cama e vai em direção a porta - Só fiz o que você me pediu. Bem, já retribuí o favor, boa noite. - O moreno desliga a luz e fecha a porta, me deixando pra trás.

Percebi uma agitação por de trás da porta por causa de alguns gritinhos abafados atrás dela, o que me fez abrir um grande sorriso. Achei aquilo muito fofo.

Tudo o que eu queria era ter aberto aquela porta na hora certa apenas para rir da cara dele, não que eu não estava fazendo isso agora, mas queria ter visto essa cena fofa em primeira mão. Quem diria que esse homem já havia me encantado sem eu perceber.

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