Capítulo 9

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Carro sem gasolina e celular sem bateria

— Sistema nervoso central, lembra algo a vocês? — O professor pergunta apontando para um cérebro no slide. — Consiste no encéfalo e da medula espinhal. Estão completamente contidos em espaços determinados por organizações esqueléticas, a cavidade craniana e ao canal vertebral. O SNC é o centro integrador e controlador do sistema nervoso. Ele recebe impulsos sensitivos do sistema nervoso periférico e fórmula respostas para esses impulsos. — Explica.

A aula passa bem rápida. Cada dia e cada aula vejo que escolhi a faculdade certa. Todo mundo pensa que os psicólogos, resolvem os problemas, mas, na verdade, a gente só ouve e quanto mais a pessoa fala, mas reflexiva ela fica sobre o que falou, ocasionando, às vezes, em uma solução para o possível problema. A solução às vezes está a nossa frente, mas a gente, por algum motivo, se priva e não ver. Um bom exemplo é a ansiedade, que às vezes, o gatilho é a coisa que você julga ser banal. A ansiedade chega sorrateiramente e te domina completamente, logo pode ser confundida com a depressão. Por isso a importância de se conhecer e saber o que te afeta, para evitar esses gatilhos.

— Quer passar o fim de semana na casa de praia da minha família? — Pedro pergunta. Ele se ofereceu para me levar em casa e como está chovendo, não rejeitei. Acho que já virou até tradição, ele me levar e me trazer.

— Por que eu? — Pergunto no impulso. Ele me encara sem entender. — Quer dizer: seu pai não vai achar estranho?

— Estranho por quê? — Responde com outra pergunta.

— Sei lá...

— Ele até gostou de você. — Comenta parando no semáforo. Óbvio que gostou, a gente fodeu muito quando nos conhecemos.

— Uhum... Eu vou então.

Ligo o som de carro e pretty hurts da Beyoncé começa a tocar. Em casa tomo banho e faço comida, para jantarmos a noite. Já avisei a meu pai que eu vou passar o final de semana fora, ele perguntou o porquê e com quem. Respondi que com Pedro e seu pai. Ele disse que pelo que Nati falou dele, meu pai já gostou dele.

A sexta-feira logo chega. Antes de ir com Pedro, passamos em casa para pegarmos minhas coisas. Coisas super básicas: Sungas. Bermudas de praia. Óculos e várias gargantilhas.

— Por que esse vício em gargantilha? — Pedro pergunta.

— Porque eu gosto, eu acho. — Sorrio sem jeito.

A casa fica em Florianópolis, que é uma distância bem significante de balneário Camboriú até lá. Segundo Pedro, seu pai irá à noite, quando sair do trabalho. Pedro já está bem despojado: Bermuda colorida de praia. Sandálias e óculos de sol. Já eu estou com uma bermuda jeans preta rasgada. Camiseta rosa bebê e Tennis da vikko branco. Me pego observando Pedro dirigindo. Ele está com rosto bem sereno. Seu nariz é bem empinado de lado. A tantos detalhes bonito em Pedro, que eu nuca prestei atenção.

— Está melhor? — Pergunto ainda o observando.

— Bom... Depois da conversa que tive contigo, fiquei bem melhor. Obrigado mesmo. — Agradece sorrindo sem tirar os olhos da estrada. Sua mão aperta minha coxa de leve e sinto uma sensação estranha na barriga.

Ligo o som para quebrar o clima desconfortável que ficou após esse gesto. Billie Eilish começa a cantar. Deito a cabeça no banco e me deixo viajar na minha mente. Dias Atrás tive outro encontro com Samuel, dessa vez foi bem mais romântico. Eu não curto coisas assim, mas ele ofereceu o dobro, então por que não?

Ele comprou vinho e preparou um jantar à luz de velas para nós. Não vou dizer que não gostei, só não estou acostumado com isso. Ele foi super fofo, mas novamente: não estou acostumado com isso. Depois do jantar, foi a parte que mais amei. Ele fez poli dance para mim, super sexy. Quase consigo me lembrar de cada detalhe do seu corpo. Os pelinhos que descem do umbigo até sua..., isso me deixou bem excitado. Seus gominhos não são marcados, mas ainda assim é atraente.

Uma Droga Chamada Amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora