Capítulo 10

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Surpresa!

Apesar de ser o meio da semana - literalmente - está Pedrinho, Amanda e eu no cinema. Estamos na última fila, esperando o filme começar. Foi ideia de Pedrinho de virmos para o cinema. Ele está do meu lado direito e Amanda do lado esquerdo. Em tão pouco tempo o nosso trio ficou tão próximo, que nem dá para acreditar, se bem que já estamos entrando no mês 6 - junho -, ou seja, já somos amigos quase um semestre inteiro. Eu, por estar no meio dos dois, estou segurando o balde de pipoca, que por acaso custou 80 reais. A tela anuncia que o filme irá começar.

— Gostoso... — Pedro comenta. Por ele está próximo a mim, sinto se tivesse falado no meu ouvido. Fico sem reação, mas vejo o copo de shake levantado.

— Sh... — Faço gesto para ele se calar. Ele faz uma careta e voltar a prestar atenção no filme.

Antes do fim do filme, Pedrinho precisa ir embora, já que ele trouxe a chave da casa e seu pai ligou desesperado. Ele tinha uma viagem e precisava entrar em casa. Óbvio, que ele saiu resmungando. Ficou apenas eu e Amanda assistindo ao filme. Aproveitamos para largar o filme também, já que não havíamos gostado mesmo. Fora Pedro quem escolheu o filme. Seguimos para a praça de alimentação. Entramos na fila do McDonald's. Demorou uns 10 minutos até sermos atendidos e mais 5 para pegarmos os pedidos.

— Eu amo big mac. — Me delicio, com meu big mac . — E essas batatas?

— Salgadas, né? — Ela comenta. Coloco a mão na boca e abafo a risada. — Mas, me conta como foi o final de semana com Pedro? — Ela bebe o suco de laranja, que eu aposto está aguado. — Suco horrível. — Comenta e sorrio.

— Falando nisso, você não foi convidada? — Pergunto quando ela volta com um suco de uva, que aparenta estar bem melhor.

— Claro que fui! Só não consegui ir. — Conta. Pela sua cara, o suco está mesmo bom.

— Então, eu fui a segunda opção? — Pergunto e me finjo de ofendido. Ela sorrir.

— Óbvio que não. Ele me chamou na quinta. Já você, foi na segunda. — Explica. — Rolou algo né? — Questiona com curiosidade. Não consigo não sorrir.

— ÓBVIO QUE NÃO. — Respondo. Ela me encara mais fundo e sinto frio na barriga, ao lembrar do domingo e da segunda. Ela me solta um: "desembucha, logo". — Ele me beijou. Mas ele estava bêbado e não vai lembrar. — Confesso. Falar assim é bem mais estranho do que pensar nisso.

— Eu sabia! E você gostou, né? — Pergunta deixando seu lanche de lado. — Isso foi na segunda, quando você ficaram presos no meio do caminho?

— Não. Isso foi no domingo. Na segunda ele só me perguntou se fez algo de estranho, algo assim, não lembro bem. — Conto e ela assenti, para eu continuar. Dou outra mordida no lanche e continuo. — Ele me perguntou como era "beijar meninos", sabe? Eu dei a pior resposta. — Sorrio. — "Normal". Ele fez outras perguntas, tipo: Quem tem a pegada? Quem controla o beijo? Respondi "quem quiser" para todas essas perguntas.

— Sinto cheiro de romance vindo aí... — Amanda joga um (in)direta. A encaro com descrença. — Mas você gosta dele? — Ela pergunta com delicadeza.

Penso muito nessa pergunta. '' Você gosta dele? ''. Sinto um frio estranho no estômago. Deixo a pergunta no ar. Amanda me faz pintar suas unhas dentro do shopping, numa praça de alimentação, para ser mais específico. Ela tira o esmalte rosa choque. Suas unhas são no formato estileto, ou seja, com as pontas finas e longas. Eu acho incrível, unhas assim. Assim como a dona das unhas. Amanda começa falar de um garoto com quem está saindo, enquanto eu pinto suas longas unhas.

Uma Droga Chamada Amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora