Capítulo 27

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Troca de alianças.

O tão sonhado 24 de dezembro de 2028 chegou. O dia do meu casamento com Pedro. Não sei meu nível de ansiedade, mas acho que é o mais alto possível. Sinto que vou explodir de felicidade a qualquer momento. Meus padrinhos são Amanda e Guilherme. Convenci Pedro a fazer as pazes com seu pai, mesmo a gente não se batendo. Seu pai, durantes anos, tentou namorar caras - até chegou falar para mim, que não haveria ninguém no mundo, igual a mim. Não sei se foi um elogio ou outra coisa. Preferi não contar isso a Pedro, para evitar conflitos, até porque eu não senti nada, além de pena - mas nunca deu certo. Hoje ele está noivo de Ângela, uma mulher muito bonita e simpática, que não condiz com o homem de 43 anos, de cara emburrada e rabugento. Quando me envolvi com ele, tinha 35 anos e já era meio rabugento, mas eu dava conta disso - que Pedro não me ouça -. Assim, seus padrinhos são sua madrasta e seu pai.

Nossos ternos são brancos e com uma flor-amarela no bolso da frente do blazer. Nós escolhemos tudo junto. Desde as roupas, até a decoração e doces. Meu Pai, já está na igreja, com Natali e Amanda. Fiquei de ir com Guilherme, para a igreja. Pedro irá com Apolo. Eu poderia sentir ciúmes se não confiasse em Pedro e soubesse que Apolo está namorando um colega de trabalho dele. Nossa despedida de casal foi inesquecível, mas foi só aquela noite e nada mais.

— Vamos? — Guilherme me apressa. Termino de calçar os sapatos e respiro fundo, para afastar o nervosismo. Ele está com um terno vinho, assim como o vestido de Amanda. — A noiva é quem chega atrasada, mas nesse caso não existe noiva, apenas noivos, então vamos. — Ele brinca. Gargalho e assinto.

Fecho apartamento e seguimos para garagem. Iremos no seu carro. Segundo Apolo, eles já estão indo para a igreja também. Estou mega ansioso e nervoso. Meu compadre e amigo tenta me acalmar com champanhe e eu bebo tudo em um gole. Seguimos sem pressa e ouvindo reggae, estilo favorito dele.

— Você está muito nervoso, cara relaxa. — Diz quando paramos no semáforo. Encaro seus olhos azuis e sorrio.

— É fácil falar, quando não é você. Eu lembro de você quase chorando de ansiedade no seu. — O relembro e ele gargalha.

— Bom... é verdade. Mas se te tranquiliza, você está muito gato. — Elogia e me dá uma piscadela. Fico sem jeito, mas agradeço. — Se não fosse Pedro, seria eu, hein? — Ele brinca.

— Para que você é casado com minha melhor amiga e comadre. — Bato em seu ombro de leve. Ele sorrir.

— Você acha que ela não sabe da quedinha que tive por você? — Revela, algo que eu nem imaginava. Olho surpreso e ele sorrir.

— Eita... — Fico sem graça.

— Mas eu acho que passou e eu amo minha família e minha mulher. — Confessa sorrindo.

— Acha?

— É porque vendo você tão lindo assim, deixa a gente desnorteado e confuso. — Continua. Gargalho.

— Ok, isso é demais para um dia. — Brinco.

— Mas como disse, eu amo minha mulher e agora somos amigos e compadres e eu sou muito amigo de Pedro, além dele saber também.

Seguimos caminhos sorrindo e conversando bobagens. Não me sinto mais tão nervoso, até chegar na igreja e ver meu homem de branco, me aguardando com um sorriso lindo no rosto. Desço às pressas e sigo até ele. O abraço.

— Quase que você perde seu noivo para mim, viu? — Gui brinca. Pedro sorrir e se gaba por ter me ganhando.

— Vai logo avisar para a gente entrar, idiota! — Empurro Gui, rindo, para dentro da igreja.

Nós dois respiramos fundo e sorrimos um para o outro e trocamos elogios sinceros e apaixonados. A música começa a tocar. Por supuesto, a nossa música. As grandes portas de madeira se abrem. Todos os olhares se voltam para nós e entramos com pé direito – vai que, né? -. Está tudo lindo. Deixo algumas lágrimas caírem, ao ver todos felizes por nós dois. Não olho para meu noivo, mas sei que ele está derretendo em lágrimas.

— Eu, Pedro Willians Viddal, prometo te amar, respeitar, honrar... — Pedro faz o juramento, olhando nos meus olhos e segurando minhas mãos. Me emociono assim como ele. — Até que a morte nos separe. Ele coloca a aliança em meu dedo.

— Eu, Isaac Roberto dos Santos Viddal, Prometo te cuidar, te honrar, te respeitar e te amar pelo resto da minha vida. Prometo te amar na saudade e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte nos separe. — Repito as palavras carregadas de sentimento. Coloco a aliança em seu dedo.

— Eu vós declaro marido e marido! Pode beijar o noivo! — O padre nos abençoa sorridente.

Nos beijamos e ouvimos a igreja irromper de palmas e gritos. O beijo é magico e sela nossas promessas de amor e de uma nova vida. Uma vida de maridos e amor. Deixamos o fotografo registrar mais desse momento antes de seguirmos para festa que nos aguarda. Vamos à frente com o carro. Pedro vai o caminho todo tirando arroz de sua roupa, já que na chuva de arroz entrou onde não deveria entrar. Meu MARIDO é tão atrapalhado, que até em seu olho entrou. Eu amo esse homem. 

Uma Droga Chamada Amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora