Conseguimos!

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Aceito!

Lula acabava de confirmar seu sim diante de Deus e de todos nós com Janja e aquilo me deixou muito feliz. Ver meu amigo realizando aquele sonho era magnífico. Eu continuava nos braços de Lindbergh, até aquele momento, até o aceito e foi aí que lembrei quando nossa ruína começou... quando neguei seu pedido de casamento.

Lembranças Gleisi pov:

Não sabia como havia chegado ali, porém quando me vi estava deitada nas pernas da Janja chorando muito e ela fazia carinho nos meus cabelos, eu me sentia mal, péssima na verdade, me sentia incapaz, me sentia inútil, essa era a palavra, não servia nem pra dar um filho a ele, mesmo com a saúde perfeita eu não conseguia dar um filho a ele.

Aos poucos contei tudo que aconteceu pra Janja que não só chorou comigo como me abraçava muito forte me dando total apoio.

Janja: Gleisi essa é uma situação muito delicada, eu nem sabia que você estava tentando engravidar.

Gleisi: pois é minha amiga, eu não tinha falado pra ninguém pois não queria que criássemos esperança, já bastava toda a expectativa que coloquei sobre Lindbergh.

Janja: não diga isso, ele estava disposto tanto quanto você, então sabe que é um processo difícil.

Mesmo com as palavras de consolo da minha amiga eu não conseguia parar de me culpar. Janja pediu para que eu passasse a noite ali, tanto para minha segurança pois já estava tarde quanto para saber que eu teria ela quando acordasse já que depois do meu "Não" Lindbergh saiu como um tornado de casa, sem dizer pra onde ia, só trocou de roupa, pegou as chaves do carro e saiu.

Janja me levou ao quarto de hóspedes e me mostrou onde ficava as toalhas, disse que pediria o jantar para nós duas enquanto eu tomava banho e pediu para que eu ficasse à vontade. Agradeci e parti rumo ao banheiro.

Entrei no banheiro, retirei minha roupa e olhei meu reflexo no espelho, olhei minha barriga, meu corpo, coloquei a mão sobre ela e chorei, chorei como nunca havia chorado, chorei me sentindo mal, me sentindo culpada, me sentindo um lixo em forma de pessoa. A gravidez do João não foi fácil também, eu sabia que tinha problemas pra engravidar mas achei que depois de todos esses anos e tomando sempre meus remédios certinho um dia esse meu problema teria cura, se é que posso dizer assim.

Liguei o chuveiro e deixei com que a água caísse sobre meus ombros ao mesmo tempo em que eu abraçava meu corpo, eu sentia uma dor inexplicável, não só dor física mas uma dor emocional que eu nunca iria esquecer, eu tinha o decepcionado! Eu não consegui dar um filho a ele. Eu não aceitei o pedido de casamento dele. Eu provavelmente não teria mais ele.
Chorei copiosamente e me perdi em pensamentos.

Terminei meu banho e desci as escadas da casa de Janja, ela havia pedido pizza e estava a minha espera para comermos, confesso que comer não era o que eu queria, eu só queria deitar na cama e chorar até não aguentar mais, afinal eu havia perdido tudo de mais importante pra mim.

Janja: Lindbergh ligou.

Aquilo atravessou meus ouvidos como um tiro, mas não um tiro doloroso, um tiro de esperança, que talvez ele viesse me buscar ou algo do tipo.

Gleisi: o que ele disse?

Janja: perguntou se você estava aqui e disse para você não se preocupar...

Gleisi: e o quê mais?

Janja: que seu banheiro tá limpo, que amanhã vai uma equipe lá consertar o box e que ele vai ficar num hotel essa semana pra te dar espaço e vocês poderem conversar.

Engoli em seco aquela parte, e meus olhos começaram a marejar de novo.

Janja: own minha amiga, não fica assim, está sendo difícil pra ele também Gleisi, eu sei que tá difícil pra você, mas ele também perdeu juntamente a você é óbvio que isso o afeta. Eu acho a atitude dele super madura e racional, vocês precisam de tempo.
(Janja fala enquanto faz carinho na minha mão sobre a mesa)

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